era uma vez um poema pequenino, que por ser pequenino cabia na palma da mão de uma criança igualmente pequenina, os poemas grandes e pomposos gozavam com ele por ser assim tão pequenino e ele, triste, nunca se mostrou a ninguém.
vivia então, o poema pequenino, na palma da mão de uma criança igualmente pequenina que cresceu, hoje a criança pequenina é uma mulher-menina crescida, no entanto o poema pequenino continuou pequenino e escondido na palma da mão da agora mulher-menina crescida.
os dias passaram e os poemas grandes e pomposos continuavam a gozar com o poema pequenino, descobriram que ele vivia na palma da mão da mulher-menina crescida e vieram, vieram em forma de grossos livros de poesia grande.
o poema pequenino com medo saltou para os lábios da mulher-menina crescida e um dia, numa noite estrelada perdida no julho de 2008 caiu da boca da mulher-menina crescida e todos ficaram a conhecer aquele que é e será sempre o mais bonito poema de todos os tempos:
"eu amo-te"
. façam de conta que eu não estive cá .