Prosas Poéticas : 

Sensação

 
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Fermentam os sentidos à flor da pele, o ar preenche-se dos cheiros húmidos do prazer, a boca enche-se da água do desejo e o corpo não comporta o despertar da luxúria, explodindo numa onda que mergulha todos os poros num êxtase inimaginável. Depois do dilúvio, restam apenas gotas de suor dispersas, escorrendo, contornando cada protuberância, deslizando lentamente, arrefecendo até a alma, que em silêncio se abraça aos sentimentos.

Os olhos acordam para fazer respirar a vida, o relógio retoma o seu compasso marcando o próximo segundo. A luz refracte-se e o mundo recompõe-se, a voz nasce do fundo da garganta, o som ganha as asas dos pássaros que lá fora voltam a palrar, os lábios esboçam um sorriso pleno e a satisfação invade cada átomo fazendo nascer os primeiros movimentos.

Aos poucos a gente regressa à Terra e nós, ali deitados, descobrimos os nossos corpos dispersos sobre a superfície nua da cama. O branco imaculado interrompe-se aqui e ali pelo carmim das pétalas de rosas que nos serviram de lençol. A atmosfera carrega ainda o sal dos corpos, mesclado com os aromas frutados das especiarias que o incenso se encarregou de distribuir.

 
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