Poemas : 

extrema punção

 
num assomo prévio
abriu-se um velha e sangrenta chaga
que havia passado incólume
pela idade que a não previu.

coisas de coisa desbragada e informe
ou fazedura de enfeitiçante maga
que seduz por espirais hipnóticas...
talvez o nome nem seja Circe
talvez se chame o que não se disse.

aqui a fome não se deita sonolenta
e nem foge destas acoitadas tormentas
em que de rezas só se ouvem os bruxedos
ao passo que se mordem versos...
daqueles, que de escondidos, são reversos.

sangrou sem coagular
num derrame de credo desleixado

foi célere o escorrimento sumular
por trabalho meio feito no corpo exaurido,
foi célere o escorrimento celerado
que libertou a vontade de querer cá estar.

Valdevinoxis



A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
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Valdevinoxis
 
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Enviado por Tópico
jaber
Publicado: 26/09/2008 14:53  Atualizado: 26/09/2008 14:53
Membro de honra
Usuário desde: 24/07/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 2780
 Re: extrema punção
"Sangrou sem coagular", e com a vontade de cá estar, sem capitular também...

Um abraço

Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 26/09/2008 22:40  Atualizado: 26/09/2008 22:40
Membro de honra
Usuário desde: 04/10/2006
Localidade: Amadora
Mensagens: 4098
 Re: extrema punção
Coisas da coisa...
Um poema forte.
Gostei especialmente destes versos:

"ao passo que se mordem versos...
daqueles, que de escondidos, são reversos."



Beijinhos