Textos -> Amor : 

Torre de Vigia

 
Tags:  amor    solidão    dor    sombra    esconder  
 
Coloco-me na penumbra da mais estreita ameia, esperando que detenha todas as setas que me possam ferir. Ouço marchar o exército, está para chegar a batalha de hoje. Encolho-me num calafrio, toda eu coberta pela velha e húmida pedra austera. Sons difusos e sombras imaginárias do que está prestes a surgir paralisam-me todos os músculos, mas não cessa um de pulsar insanamente, gritando o medo que eu tanto desejo enclausurar comigo, na minha frígida e solitária muralha.
Vislumbro fugidia o horizonte, adivinhando com temor o perigo que aí vem. Os passos marcam meus compassos:

Tum.

Tum.

Tum-tum.

Apareces (desabam as muralhas…), lanças num olhar a fatal seta (…sou atingida em cheio…) e segues o teu caminho para casa, indiferente ao que desencadeaste em mim (…ou em vazio).

Não há tempo para deixar sangrar. Qual fado de Prometeu, amanhã a batalha repetir-se-á e eu… eu estarei protegida, encolhida na penumbra da minha torre de vigia (estarei?).

 
Autor
FlyHigh_Girl
 
Texto
Data
Leituras
1126
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Gothicum
Publicado: 12/10/2008 19:38  Atualizado: 12/10/2008 19:38
Da casa!
Usuário desde: 21/09/2008
Localidade: Galáxia de Andrômeda
Mensagens: 427
 Re: Torre de Vigia
Lindíssima prosa poética.