Onde estás neste momento?... – Ó flor do campo?
Tu que, insinuante, exalas o perfume de uma flor,
E, me lanças aos obscuros alores e devaneios do amor,
Onde estás; agora?... – Dize-me... – Ó flor do campo?
Estás no oceano lúbrico entre a inércia dos rochedos?
Estás entre os chumaços de algodão que há no ignoto céu,
Ou, entre as gotas gélidas, prateadas do luar que é teu véu?
Onde estás?... – No inimaginável universo dos teus medos?
Não; estás nos sustenidos e nos bemóis que vêem do vento,
Estás no pensamento e no retrocesso de um vil lamento,
Que a minha alma cândida não ouça um só lamento.
Estás em cada uma das gotas salgadas que brota no oceano,
E, do zênite do pensamento sou eu o teu único e fiel decano,
A sucumbir nas ondas bruscas do oceano em lúdica fúria.