Descobri que no navegar à deriva Não há direcção Não há destino nem fado Fiz do teu vento o meu sol E do meu versejar Um linguajar afiado Descobri que posso gritar E deitar a voz ao vento E deitar a palavra ao chão Sei o que o tempo pode curar Mas sei que o vento não pode esperar Descobri que a minha voz ecoa Que posso cultivar silêncios Que posso cantar à toa E ver dançar os navios Descobri que o meu porto é no teu mar Que a minha pele está na tua casa Que a minha pena É apenas uma pena da tua asa Descobri que no navegar à deriva Não há direcção Não há destino nem fado
Que obra linda, forte, emocionante, envolvente esta sua poesia! Vamos descobrindo tantas coisas ao longo da vida... Isso nos ajuda a crescer... Parabens Raul.