Gerações em reflexos rubros da minha alma 
Submissa a uma criatura, ingénua e altiva 
Amada por loucos delírios de forma furtiva 
Que me libam a vida e apartam a leda calma 
Sinto o amor por diminutos fulgores na palma 
Já torcida e morta pela mão da desgraça cursiva
Este engano ledo e sombrio que o seduz e cativa 
Desde o inauguro do amor por aquela vivalma 
São espelhos triangulares de escarlate talhado 
Amolecidos no passado por um lânguido coração 
Já flagelado e com chagas rubras de amor falhado 
Sozinho vive, posto num canto da vida qualquer 
Deserdado no amor, por uma linda e doce mulher 
Como quem já só vive por insistência orgulhado… 
Luís Camões 
                
Eternamente Luís Camões /António Plácido