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Amor em noite única

 
Tags:  amor  
 
Então agora resta a falta,o abraço frio.
Nenhuma noite imortalizada sem dor.
O canoro sereno,trevas que afagam o berço.
Do útero a devorada placenta,inseguro
Frágil parte-se no vento.

A muda aflição olha e medita.
Mais que profunda despedida,quem sabe adeus.
Nos caminhos do esquecimento corredores vazios apontam
O rumo previsível,feto morto.

Nenhuma artéria longa ao redor do dissecado
Relampagos despontando como encantos de Paesturo.
Tal melancolia no firmamento obscuro envolvendo a alcova
Ressentindo-se na delicada paixão carnal.

Primum mobile,na sanidade o mito urbano
Extravagante abrigo do homem perdido.
Vago na menina um sincero aconchego antes
Que o poente inverso cegue nossos sonhos.

 
Autor
RaimundoSturaro
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/04/2009 07:40  Atualizado: 05/04/2009 07:40
 Re: Amor em noite única
A poesia de Raimundo sempre densa e carregada de afectos amargos e obscuros é talentosa e autênctica.Mas eu continuo na expectativa de ver este autor cantar a luz do dia e o amor livre, de peias tristes e dramática...
Abraço

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/04/2009 14:39  Atualizado: 05/04/2009 14:39
 Re: Amor em noite única
Apesar do "lances' obscuros, que sempre maracam tua poética amigo Raimundo, não deixa de ser bela, como esta!
Abraço
Edilson

Enviado por Tópico
Amora
Publicado: 05/04/2009 15:37  Atualizado: 05/04/2009 15:37
Colaborador
Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4705
 Re: Amor em noite única
Sempre singular o meu amigo!
O desfecho, apetece-me repetí-lo
sempre, antes que o poema acabe...
Adorei. Beijinho
Amora