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Neste espaço de rio onde nada

 
espacialmente oco o interior
da furtiva luz desmaiada
nesse espaço onde doce é a doçura
nesse espaço de rio onde nada
da furtiva luz desmaiada
a loucura rumo à foz da coisa
é de carne o meu sustento
é de tábua rasa
do navio, a loisa
da furtiva luz desmaiada
é espacial e especialmente oco o interior
de peixes e algas floridas
é escuro de breu o fundo
da furtiva luz desmaiada
é doce
é salgado
esse porto de mar vagabundo
 
Autor
Raul Cordeiro
 
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