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Cala-te, Poeta da Treta

 
Faz um favor a ti próprio e cala-te
Não vês e não sentes
Quão exaurido
Fazes timbrar essa voz no meu ouvido
Fecha a matraca da tua pena
Deixa as palavras descansar
Não tens espelhos para te mirar?
Julgas-te dono das flores, das caras e dos dias
E no entanto
Precisas de escrever outro tanto
Faz esse favor a ti próprio e cala-te
Deita-te ao luar e respira
Deixa que a traqueia se solte
E a voz te tolde
Faz o favor ao mundo de ficar calado
Deixa para quem pode esse triunfo alado
De ser poeta
De ser fidalgo escriba da treta
Cala-te ou fala
Fala antes de escrever
Mas vive antes de morrer
 
Autor
Raul Cordeiro
 
Texto
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/04/2009 22:02  Atualizado: 29/04/2009 22:02
 Re: Cala-te, Poeta da Treta
Ora aqui está,
Já me calei

Abraço,

Paulo Galvao

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/04/2009 22:42  Atualizado: 29/04/2009 22:42
 Re: Cala-te, Poeta da Treta
Gostei muito e em particular os dois últimos versos!
Um abraço

Enviado por Tópico
Antónia Ruivo
Publicado: 29/04/2009 22:43  Atualizado: 29/04/2009 22:43
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Usuário desde: 08/12/2008
Localidade: Vila Viçosa
Mensagens: 3855
 Re: Cala-te, Poeta da Treta
Não deve haver um dia em que o homem não entre em confronto com o poeta, por sorte é quase sempre o poeta que vence, beijinhos