Poemas : 

fim deum regime2

 
A Cadeira do Forte
De São Brás

Uma cadeira caiu,
Um desastre acontece,
Um homem fica perturbado,
O acontecimento esse
Passa despercebido.

Foi assim que começou
O fim de um regime,
Tornado impiedoso
E agora vulnerável,

Foi o começo do fim
De uma era cheia de opressão e medo,
Que caminhava a passos largos
E em perigos esforçados,
Para o fim do mundo.

Para o fim do mundo
De um mundo sem consistência,
Que ia desaparecendo
Da velha Europa.

Morte de um ditador
(27/7/70)

Morreu um dos piores ditadores
Que no mundo se ouviu falar,
António de Oliveira Salazar
Era o seu nome, e
A vergonha de um povo
Massacrado
Pela polícia do Estado Novo,

Morreu o homem
Que prendia os inocentes
E libertava os bandidos,
Morreu o homem
Que fez escolas elegantes
E expulsou os militares,
De cargos por ele empossados.

Morreu Salazar,
A ditadura está abalada,
A sentença foi dada,
Não há que temer.

Quarenta e oito anos

Quarenta e oito anos
Durou o Salazarismo,
Quarenta e oito anos
Durou o absolutismo.

Quarenta e oito anos
Durou a opressão
Da nobre classe,
Quarenta e oito anos
Durou a oposição
Da classe portucalense
Às poderosas forças.

Quarenta e oito anos
Durou o mais velho regime
Europeu,
Combatente da ordem do céu,
Quarenta e oito anos
Um regime permaneceu
Fora do contexto mundial.


paulo marrafa

 
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paulomarrafa
 
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