Poemas : 

O Louco

 
Correra naquele final de dia para se abrigar da chuva, como se não fosse ainda de manhã e ainda Verão…
Debaixo do braço levava um jornal de ontem, e na mão um papel onde anotara os sonhos de amanhã…
Fingia ter um plano, saber para onde ia, mas lugar nenhum a que chamar casa,
Exibia um sorriso que parecia parido do sonho de um louco…
E em volta acenava a quem quer que com ele se cruzasse como se fosse importante… mas não tinha sequer um nome…
Os olhos, eram tão vagos como a vida de qualquer um… mas não era ninguém em especial;
Na outra mão, um conjunto de chaves que jamais serviria em porta alguma;
Ao mesmo tempo que um dia exibia uma perturbadora vontade de cumprimentar, o comboio hesitava no apeadeiro,
piscou-me o olho,
E desapareceu para sempre…

MiguelVeiga

 
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MiguelVeiga
 
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