Poemas : 

Auge

 
E me livrando de cargas e cargas na subida,
eu tropeço no solo,
em fissuras distribuídas.
Contabilizo os erros
desprezando os meus atos,
mas não foi bem assim que alcancei o auge.
O auge do medo
e sem sair de casa a minha pele negra ganha uma cor pálida
e foi sem devaneios,
que todo um planeta foi amaldiçoado.

Eu pensei que o meu sangue fosse suficiente
para aplacar seu ódio tão expansivo.
E eu pensei que o meu silêncio o acalmasse
e eu chorei em segredo para que não me alcançasse.
A solidão que associa
a multidão que se acumula em vão
no centro da cidade,
e foi de grão em grão que se encheu o papo do grande vilão.

Mas a fissura se abriu e o tempo não parou,
uma vida continua sob o que restou.

E o silêncio abate os corpos presentes
todos numa espera para continuar.
Um som corta o silêncio,
é a hora certa para seguir
e sob o que sobra uma vida salvar.


Amanda

 
Autor
AmandaCarvalho
 
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