Quando de ti me lembrar...
Quando de ti me lembrar,
Sei que lágrimas sentidas vou chorar,
Porque te amei demais,a ti me doei,
Sem saber que o amor
Que dizias por mim sentir,
Era o mesmo que a outras juravas...
Era o mesmo com que me enganavas...
Quando de ti me lembrar
E o sabor dos teus beijos
A minha boca invadir,
Lembrarei que em outras bocas,
Derramaste o mesmo mel...
E toda a doçura que eu sentir,
Se transformará, dolorosamente, em fel...
Quando de ti me lembrar
E a saudade em meu peito
Se avolumar demais,
Pensarei então num jeito,
De te arrancar do meu peito
E não te lembrar jamais...
Quando de ti me lembrar,
Tentarei então pensar
Que um dia, em meu caminho,
Um amor verdadeiro e lindo
De repente me aparecerá
E virá o meu coração resgatar...
E se algum dia em mim pensares,
Com desencanto ou com saudade,
Lembra que eu sempre te dizia,
Que jamais encontrarias
Quem te desse tanto amor,
Como o que eu te dei um dia...
A doçura de um beijo
A doçura de um beijo...
Senti o roçar de uma rosa
Nos meus lábios
E, na suavidade perfumada
Desse toque, lembrei
Da maciez da tua boca...
Dos teus beijos de amor...
Lembrei das minhas noites
Sem sono, vazias de ti...
Do teu toque no meu corpo,
Que me incendiava de desejo,
Que me queimava, no ardor
Com que me possuias...
Ah, Saudade!!!
Chegas devagar, com o gosto
De um doce beijo,
Cresces dentro do meu peito
E uma lágrima teimosa,
Desce pelo meu rosto...
Alçando vôo
Sou como uma crisálida,
triste e amargurada,
onde me escondo
de tudo e de todos,
presa de mágoas
e tristes recordações...
Mas, já começo a sentir
o calor do sol
que me aquece toda,
queima-me as entranhas
e diz: vai!
Sai desse
triste invólucro!
E, como borboleta,
alça teu vôo!
Beija cada flor
e volta a viver
livre de todas
as amarras!
Voa bem alto!
Busca a felicidade
onde mora a luz!
Onde a vida te espera!
Onde podes, com certeza,
libertar tua alma,
redimir teu coração...!
Imagem refletida
Sentei-me à beira
De um regato
De águas mansas,
Debrucei-me
Sobre ele e vi
Ali refletida,
A imagem de uma mulher...
O rosto jovem,
Sorriso nos lábios,
Cabelos longos,
Olhos verdes,
Brilhantes,
Cheios de ilusões,
Cheios de vida...
Quis tocá-la,
Mas as águas
Fizeram ondas
E aquela imagem
Se modificou...
Em seu lugar,
A imagem
Da mesma mulher...
Mas, sua tez
Já não tem
Tanto viço...
Seus cabelos
Já não são longos
Nem tão abundantes...
Seu sorriso
Já não é tão genuino,
Nem tão contagiante...
Mas, os seus
Olhos verdes...!
Ah, esses ainda têm
O mesmo brilho
Da imagem que se foi
E se perdeu no tempo...
Tudo passou...
Tenho momentos só meus,
Onde sinto dificuldade
Em voltar à tona
De um mergulho profundo
Dentro do meu ser...
Mas minha alegria de viver
Puxa-me de volta
E respiro aliviada
Ao perceber
Que tudo passou...
Ao me dar conta
De que a vida continua,
De que devo seguir em frente
E ver tudo o que há de belo
À minha volta...e amar muito...!
Caminhando sozinha
Caminho sozinha,
Tentando agasalhar
O frio de minh'alma
No amor das pessoas
Que me rodeiam;
Na música e na poesia,
Que fazem parte de mim;
No sorriso
De uma criança;
Na companhia
De um amigo ou amiga;
Na felicidade
Dos meus familiares...
Caminho sozinha,
Sem você, que
Pacientemente espero...
Meu canto de amor
Meu canto de amor
Ontem cantei muitas canções,
Sempre cheias de
Melancolia, nostalgia,
De saudade de um amor que partiu,
De solidão, desejos,
De anseios pelo amor que não chegou...
Sempre, sempre, falando de amor...
A alma na garganta,
Cortando a voz,
Rasgando o coração
Que chora e derrama a sua dor
Nas lágrimas quentes
Que enchem os meus olhos,
Em algumas músicas mais emocionantes...
São momentos em que me entrego à emoção,
Em que sou eu mesma, botando pra fora
O que tenho de mais puro...
Extravasando na voz
O que está preso dentro de mim,
Todo o amor do mundo,
Toda a ânsia de viver e de amar...
São sentimentos diversos
Que emergem do fundo de minha alma,
Que não sei por que vêm,
Que não sei por que continuam lá,
Que simplesmente me enchem o peito
E se derramam na minha garganta,
Fluindo, pungentes, no meu canto...
Melodia de amor
Quando me olho nos teus olhos,
Doces olhos que amo tanto,
Sinto-me flutuar no amor
Que, embevecida, vejo neles...
Quando sinto teus braços
Envolvendo-me com carinho,
Sinto que posso tudo,
Que sempre estarás me abraçando...
Quando ouço tua voz
Sussurrar aos meus ouvidos:
-"Te amo, meu amor!"
Meu coração explode de emoção...
Quando teu corpo encosta no meu,
Tudo se resume em nós dois,
Unidos pelo desejo, pelo prazer,
Pela vontade de estarmos um no outro...
Porque nosso amor é lindo!
Música tocada em notas e acordes
Ora suaves, ora vibrantes e intensos,
Da melodia divina do nosso amor...
Completando Setenta Anos...
Hoje, mais que nunca,
Sinto-me jovem por dentro,
Não importa o que o espelho mostra...!
Sinto-me leve e ansiosa por viver...!
Quero beijar e abraçar meus familiares,
Curtir meus amigos,
sair, ver gente,
Fazer poemas, ouvir música,
Cantar, cantar!!!
Hoje, mais que nunca,
Sinto a vida crescendo
Com intensidade
Dentro de mim,
Qual flor desabrochando
Em plena primavera,
Esperando o beijo
Do colibri mais ousado...
Hoje, mais que nunca,
Sinto o amor jorrando
Do meu coração,
Derramando-se ao meu redor...
Sinto o desejo
Cada vez mais forte
De enfrentar meus medos,
De buscar a felicidade...
Hoje, mais que nunca,
Estou empenhada
Em derrubar
Minhas barreiras,
Com vontade e esperança
De encontrar um grande amor
...E ser feliz...
Maceió, 31 de julho de 2007.
Poema inacabado
O que faço contigo...?
És meu luar...Sol
Que me dá seu calor,
Primavera de luz
Que o meu outono conduz...
O que queres de mim...?
Dizes que me amas,
E que me queres...
Que eu sou a tua vida,
O teu porto, o teu abrigo...
O que fazes comigo...?
Por que essa lágrima sentida
Teima em cair no meu rosto...?
Por que essa dor no meu peito,
De saudade, de desgosto...?
Se me amas,
Vem cuidar de mim...!
Se não me amas,
Deixa que se faça o fim...!
Mesmo me arrebentando o peito,
Mesmo com os meus sonhos desfeitos...!