Se ao olhar a planície, visse o mar….
Se ao perder a vista na terra profunda,
Na terra regada com suor e lágrimas,
Pudesse eu perder-me nas tuas ondas!
Não era de certo a mulher que sou.
Não tinha estas amarras aos sentires!
Não tinha este coração com dor,
Não tinha o sol a arder no peito….
Tinha antes o azul por perto,
Tinha a largueza do horizonte
Entre um olhar e um sentir
E o Amor a jorrar da fonte.
Se, se te tivesse meu amor……
Que importava o Além – Tejo?!
Pois, envolta nos teus braços de dor
Pareceria estar nas águas do Tejo!
Évora, 28 de Outubro de 2007
Florbela Barbosa