Poemas, frases e mensagens de Maddy

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Maddy

DISCRIÇÃO

 
Do quanto que de mim ganhaste sem me ter poderia eu dizer que realmente não sei.

Há laços que se enlaçam em nós apertando num aperto de que dependemos e de que não falamos. Uma imprescindível não sei se vontade se um explosivo desejo. De estar sempre onde estás de pisar a tua sombra de erguer os olhos e encontrar os teus de sorrir e o silêncio responder com uma abertura de lábios de esboçar um gesto e sentir o calor do teu à distância.

Do ter sido sempre assim e só nós sabermos.
 
DISCRIÇÃO

SEGREDO

 
Foste sempre o melhor dos meus segredos. O único, talvez.

E como eras tão meu!

Tão meu quando sorrias quando encontravas o meu toque. Disfarçado. Oculto. Ali ao olhar de todos. Vinhas e ficavas. E ninguém sabia dos olhares agrilhoados. Dos lábios secos que se pediam. Do calor na distância correta. E pertenciamo-nos. Ali na partilha completa invisível.
Como queimámos o desejo lembras-te? Sem pecado inocente dava-me como se sempre tivesse sido tua. Naturalmente.

Nascemos para ser assim. Não mais.
 
SEGREDO

AO AQUAZULIS

 
há dias que nos acordam assim. são dias de saudade. de memórias recolhidas.

sinto a tua falta. falta dos teus poemas. da conjugação que imprimias aos nomes aos adjetivos. e até aos verbos.
faltam-me os teus poemas. mesmo os mais ousados. os que me irritavam. tal como o tom azedo das tuas palavras. do não acreditares em mim. a tua teimosia. sempre pensei que me odiavas. confessaste que ao princípio não me suportavas. sempre senti que esse sentimento perdurava.
que falta da tua ternura. do desvio às respostas. da casmurrice nas perguntas. o saberes sempre tudo. arrogante.
como me irritavas Deus meu. enfurecias-me como ninguém.
tal como agora. quando me faltas.
 
AO AQUAZULIS

HÁ AMORES.

 
Há amores a meio do caminho que se cruzam em nós para o resto da vida. Para sempre, dizem-se. Ao nosso lado, querem-se. Que mesmo não dormindo na mesma cama, vivem na nossa sombra.

Sorriem-nos por entre tempestades. Acolhem-nos em momentos de inverno. Seguem-nos no bolso que destinamos à Saudade.

Há amores.
Daqueles sem nome.
Vivem-nos na Alma circulando-nos o corpo.
 
HÁ AMORES.

LINHAS COM MEMÓRIA

 
não há ecos onde me movo.

as memórias saltaram-me do colo e fugiram pela janela
[deixei-as]

mas tu amanheces
acordando em mim o que quero esquecer
desenhando retas que não quero habitar

apenas não há ecos.

(2016)

Diz-me que és feliz. Quero que o sejas. Que sentido faria a recusa a dor a memória do provir se tivesses essa tristeza no sorriso defunto?

Não sei como mas diz-me que és feliz. Mais feliz.
Para que eu entenda esta saudade.
E que a aceite.
 
LINHAS COM MEMÓRIA

ESPERAR-TE

 
se te esperei? tanto. durante uma vida. antes e depois dela. esperei-te. em esperança.

mas não havia nada por que esperar. soube-o quando finalmente chegaste. e quando depois criaste a ausência. e percebi que não valia a pena esperar-te pensar-te acreditar-te amar-te.

e quando uma vez mais te disseste presente senti o peso das palavras do pedido de desculpas... mais do que da espera.

e desejei decidi determinei nunca mais esperar.

e fiquei livre.
 
ESPERAR-TE

VEM ATÉ MIM

 
Vem até mim.

Não tenho Amor que te diga. Não o tenho para dizer. Há Amores também destes assim. Mudos.

Guardam-se em nós sem nada dizerem e consomem. Os dias a tristeza a saudade. São lava expulsa por um vulcão extinto aos olhos de todos. Vivem graças ao silêncio. E apenas.

Vem e fica.
Nada tenho para te dizer onde o amor tenha maiúscula. Não se diz o que não tem forma.

Forma têm os gestos e os olhares que os oferecem.
Vem e aceita. Sente.
Que outra coisa não sei a não ser escrever-to.
 
VEM ATÉ MIM

DEIXASTE-ME LEVANDO-ME

 
Seria triste incompreensível se te dissesse o que deixaste para trás enquanto me sorrias no olhar.
Nem irias acreditar.
Não era já sonho - nunca o foi! - nem esperança ou acreditar. Era apenas a confirmação do barulho da porta da falta de luz e a certeza desmoronando as parcas areias soltas sobre o abismo.
Um pé adiantado sobre o vazio consciente que tinha de ser um Adeus! enfrentando os teus olhos sorrindo.

Para trás... Apenas te deixei a ti. Mais nada.
 
DEIXASTE-ME LEVANDO-ME

ABSOLVIÇÃO

 
Absolve-me de ti.
Pecado de te conhecer que me não esquece sorriso cortante de cada memória que atravessa as ruas que percorro.
Ficaste.Em cada música. Em cada cadeira. Em todas as sombras das paredes que me seguem. Em todos os últimos momentos.
Vives. Veneno que circula em cada movimento da minha respiração em cada dia de antes em que telefonavas em cada 'estás bem?' que ousavas em saudade.
Onde vives? Quando chegas e te divides neste meu pecado?

...
 
ABSOLVIÇÃO

ABDICAÇÃO.

 
Por todo o melhor que sempre te quis. Que sempre te desejei. Sempre te desejei.

Mesmo nas recusas fui desejo. Nas simulações. Pelo sempre O melhor.

Abdiquei. Não podia ser de outra forma. Esta palavra esteve sempre entre nós. Como uma lei.

O caminho tornava-se perigoso. Impossível. Sabes que abdiquei. A lágrima é a mesma hoje.

Quero que saibas isso.
 
ABDICAÇÃO.

DESABAFO

 
a minha ausência ditou o esquecimento. o teu. o alívio por não continuares a encontrar-me nos teus dias. repeti-to vezes sem conta enquanto me juravas a mentira. enquanto juravas o quão importante era para ti a minha felicidade. e eu via a tua falsidade os teus outros amores os teus outros não sei quem num jardim florido e sem perfume.

ainda bem que te foi fácil. ainda bem a minha coragem.
 
DESABAFO

COMO FAZER AMOR/1

 
Como fazer amor.

A cumplicidade na residência de um olhar. Baixo de gosto amargo. Disfarçado de tristeza no cair da realidade. Entre nós. Não podemos. Se...

Amor tantas vezes feito nessa linguagem de verde raiada. De terra por sulcar.Nosso vulcão mudo. E o sorriso. Sempre o Sorriso. Do que sabíamos.

Meu tudo nesse Sorriso.
De querer adiado.

[Vem e toca-me. Lê-me dizia-te. Procura-me depois dos pontos na curva da vírgula. Nas minhas curvas. Nas que te podem tocar. Que podes. Assim. Em toques de anjo. Meu Amigo...]
 
COMO FAZER AMOR/1

...

 
De tanto passar à porta do teu rosto já não sei por que foi assim.

Talvez nunca te tenha visto como agora. Talvez nunca tenha ouvido o que dizias. Talvez nunca no eco de um desejo gritando sim.

É já tardio este Nunca. É mudo este Talvez.

É um beco sem saída o teu rosto. Um beco com uma porta que se fechou.

[Às vezes, ai! Às vezes... Cerro os punhos na timidez de um gesto de um fletir de dedos que desejam...]
 
...

AMOR DO MUITO MAIS

 
Amar-te é muito mais do que dizer-to. Ou dizer-me.

Tantas vezes senti que amar-te poderia ser estar sentada perto de ti ou apenas no mesmo espaço do que tu. Saber-te no cais do meu olhar bastava. Um olhar cruzado um sorriso que se armava um inclinar de cabeça... Estava tudo no que nada parecia.

O amor feito chegava num tocar de polpa de dedos num rodear de cintura num encostar leve de posse abrupta rápida.

E hoje sei-o eram de desejo todos aqueles momentos inconfessos.
E não. Não era só Amor d'Alma.
 
AMOR DO MUITO MAIS

DIZER ADEUS.

 
Não sei bem como é dizer adeus. Pode ser um até breve! um até sempre! ou não dizer nada e simplesmente ir e não ficar. Será isso. Que seja. Tu perceberás.
Saberás.
 
DIZER ADEUS.

QUASE (enigma)

 
Quase a sentir o beijo.
Foste hálito por entre o desejo. Quase lábios enquanto me perdia no verde do teu olhar. Quase.

Perfeição que éramos num quase que tínhamos. Nunca mais do que isso. E como somos até hoje.
 
QUASE (enigma)

...2

 
 
Sei que não fecharás os olhos as mãos o abraço. Sei que não. Sei simplesmente.
Se for ainda. Um dia.

Fomos sempre despedida. De até amanhãs.

Mas sabias que não voltaria a ser a haver a esperança da conquista do tempo como antes de breves sei que te volto a ver. Amanhã. Foi naquele dia. Tinha de ser.

Foi o olhar as costas voltadas a lágrima algures na alma. O sabor ainda tépido na palma das mãos.

Tinha de ser. Foi. Naquele dia.
 
...2

OUTRA SOMBRA DO MEU SER

 
fácil nunca poderia ser. obrigamo-nos às leis ao amor pelo outros ao seu estar bem leves alegres e esquecemo-nos de nós.
que me faltas? naturalmente mas é isso que sempre soubemos que seria natural. o não haver nós porque nunca chegámos a encontrar-lhe o lugar. porque sempre o evitámos...
e não, a culpa não foi só minha. melhor, a impossibilidade não foi por mim criada, não tinha de ser, sempre existiu nesse peso sobre as nossas cabeças, revertendo o desejo.
e sim, não tem sido fácil. é sempre no teu regresso que escancaro a janela para que saias.
 
OUTRA SOMBRA DO MEU SER

DESEJAR

 
hoje chego aqui porque sei que é aqui que sou livre.
sem nome. sem perfil. sem Pátria.

aqui e hoje sou só eu e as minhas palavras. é nelas que devem ler-me e não fora da esquadria deste branco.

hoje chego aqui e posso palavrar. escrevo e sei que ouves. digo e sei que sentes. choro e sei que acaricias a minha dor. sinto-te... e sei que desejo voltar amanhã.
 
DESEJAR

NATURALMENTE

 
Não haveria Dor.

Não haveria Saudade sem ti.

Mas também não haveria em ti.
 
NATURALMENTE