O Choro
O Choro
Ao perceber o cair da lágrima,
por entre os vales de tua linda face,
liberte o peito de toda lástima,
tire a tristeza de seu encalce.
Ao sentir a boca tremula,
sob a colina enrubescida,
cante o choro de forma amena,
de sua vida entristecida.
Feche os olhos, se concentre...
Somente águas cristalinas,
descerão solenemente.
Comece o mantra - libere o pranto!
O tilintar de seu soluço,
porque o choro tem seu encanto.
Viagem
Viagem
Valeu viver viajando,
vagando veleiros vistosos,
voando viagens valentes,
visitando ventos velozes.
Vaguei vagões vaporosos,
virei - visando voar,
varando varas viris,
verás veloz verberar.
Violeiros, viajantes, vaqueiros,
vidas vividas - verdades,
valentes vantagens validam,
vacância vassala virada.
Vi verdejantes vales,
vivi vigiando voltar,
vontade viscosa velada,
valeu valer viajar.
Voltei, vaguei, velei,
vistoriei vagarosamente veludo,
véu virtuoso velado,
vazio vestíbulo vislumbro.
Paixão
Paixão
Vida sublime,
no caminho da paixão,
sua falta é crime.
Folhas
Folhas
Que o vento colha,
ao desnudar o Outono,
temporal de folha.
Nuances do Mar
Nuances do Mar
Na maré baixa,
olho as ondas de longe
e tudo se encaixa.
Até seu lindo canto
sussurra com encanto.
Promessas
Promessas
Apenas promessas!
Feitas em dias de tristeza,
Feitas em dias de festa.
Para quando a vida acalmar,
Para quando o pai viajar,
Para quando parar de fumar,
Ou só para não reclamar...
Espera não adoecer,
Espera o filho crescer,
Espera o dia pra ver,
Espera não ter que morrer...
Apenas promessas!
Feitas sem firmeza,
Feitas sem modéstia.
Promessa é contrato íntimo
com a sua vontade de partir;
mas se prometeu, vá cumprir!
Arco Íris
Arco Íris
O sol e a nuvem brigaram,
ambos queriam aparecer,
o sol para esquentar o dia,
e a nuvem para fazer chover.
Árdua tarefa ao vento,
coube a ele poder decidir,
se fazia o sol se esconder,
ou se fazia a nuvem fugir.
O sol ficou bem nervoso,
seu calor começou a queimar,
e a nuvem se pondo de "front",
permitiu-se então trovejar.
A terra sentiu o calor,
seu chão começou a rachar,
o mar antes calmo e tranquilo,
em marolas se pôs a nadar.
Raios de sol e de chuva,
em tons diferentes raiavam,
paletas de cores rebeldes,
emolduradas pelo céu adentravam.
O vento corria em rodas,
tentando barrar o inferno,
uivando por todos os cantos,
implorando para serem fraternos.
O tempo parou!
A força da vida reinou,
de elemento em elemento,
escutou e aconselhou.
Neste exato instante,
a paz voltou a reinar,
no horizonte distante,
um Arco-íris se faz a corar.
A Procura do Amor
A procura do Amor
Ao Saborear o banquete da vida,
vás cochilar na sutileza da tarde,
observando as nuances noturnas,
encontrarás seu amor sem alarde.
(a)mar sem fim
(a)mar sem fim
navego em ti!
flutuo na calmaria
de teu azul cristalino,
nesta rota traçada
ao raiar de seu riso,
p'ra todo lado é (a)mar!
e se um dia o seu coração
for um mar revolto,
deixe o meu barco solto
aportar em teu porto,
navegue em mim!
Nosso Enredo
Nosso Enredo
Nosso amor na passarela,
não faz a cuíca chorar,
não tem nenhum repicar,
desfilo eu ao lado dela.
Alegria é nosso "Abre Alas",
que cadenciada pelo bumbo,
vai alegrar a todo mundo,
de monarquias a senzalas.
Tu és minha Rainha, Diva,
que acelera minha bateria,
e que desfila na avenida,
e que me faz paralisar.
Apenas sou teu "Mestre Sala".
Apaixonado eu te apresento,
e tu ficas sempre no centro,
tua beleza é que me fala.
Nesta folia mascarada,
nossos beijos são enredo,
da ala que não tem medo,
de ter a fantasia rasgada.
Nosso samba ritmado,
é marcado pelo chocalho,
é pedido como dose,
é finalizado na apoteose.
Nosso desfile é sem tempo,
é amor, é tesão, é natural,
como donos da eternidade,
durante nosso carnaval.
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Pela Lei nº. 9.610 de 19/02/1998.