Poemas, frases e mensagens de AdrianaCosta

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de AdrianaCosta

Plenilúnio

 
Plenilúnio
 
Ela despontou cedo
Gorda e branca no meu céu
E seu sorriso redondo
Produziu imenso clarão
Cobriu a nudez do meu pensamento
Com suas vestes brancas.

Imagem: singular.blogs.sapo.pt
 
Plenilúnio

Diferenças

 
Diferenças
 
Faisão dourado
da longínqua Ásia da minha imaginação
Pousastes nas raízes emersas
do meu mangue
Sou amazônica
Sob minhas raízes há lama
mas há água cristalina e vitórias-régias

Observa-me
Sou verde
Mata verde sob a tarde chuvosa
Verde
Mata verde sob o sol escaldante
do amor.

Imagem: www.photografos.com.br
 
Diferenças

Pela manhã

 
Pela manhã
 
Acordei sem abrir os olhos
O sol batia insistentemente na janela
Meu corpo permaneceu imóvel
Só o pensamento, agitado, saiu do quarto
E foi procurar o que tinha de mais precioso:
a sua lembrança
na esperança
de matar a saudade
Mas a distância anuvia sua imagem
Então o pensamento volta cabisbaixo
E ao voltar para a cama
Verte lágrimas pelos meus olhos.

Imagem: moongirl.blogs.sapo.pt
 
Pela manhã

Desalento

 
Desalento
 
As cachoeiras
São pulsos cortados da natureza
É o seu desespero
Em movimento

O verso que não cala
É um pulso cortado do poema.
 
Desalento

Poema do amor impetuoso

 
Que eu beba a sua praticidade
Comerei cada atitude sua sensata
Posso respirar a tua objetividade

Adentrar devagar e dócil
no seu pomar de virtudes
E colher as maduras frutas sãs

Mas não poderás beber da minha
audácia ou da minha coragem
Nem comerás a insensatez

do meu coração apaixonado
No meu jardim chove
diariamente e as flores

desabrocham lascivas nas
mãos ao sabor do vento
luxurioso da paixão voraz

Na minha casa em ruínas
não habitarás porque
em minha cama desfeita

Só deita quem já chorou
sofreu e se embriagou
na impetuosa taça do amor.
 
Poema do amor impetuoso

A casa da Morte

 
A casa da morte

Do outro lado da rua
Uma casa abandonada
Do outro lado da vida o que haverá?
Morrer não deve ser diferente de fechar os olhos
e abrí-los para um cômodo qualquer abandonado
no qual, nós mesmos
poremos a mobília de sonhos, de amor ou de dor
como nos aprouver.
Minha casa da morte
tem uma estante de livros de poesias
uma “long chaise”
e “Soleil levant” de Monet
no lugar de uma janela.
Uma concha para ouvir o mar
uma velha foto de família
e memórias
que ora choram, ora riem.
A morte é só
mais uma casa abandonada
esperando.

Adriana Costa

Poema publicado na revista Cultural Novitas nº 3.
 
A casa da Morte

Solidão

 
Solidão
 
Dói-me a minha solidão
Você tem a sua
Ele tem a dele
Mas eu não posso
Sentir a sua solidão
Nem a solidão de qualquer outro
Só sei que me sinto só
Pequena não, grande
Solidão de ser um gigante
Porque aos meus pés
Ninguém olha para mim
Aos meus pés ninguém me vê.

Imagem: ladysbugwhispers.blogs.sapo.pt
 
Solidão

Anoitece

 
Anoitece
 
talvez eu queira agora
escrever versos sobre a tarde
que se despede em raios solares
talvez sobre o crepúsculo eu queira falar
sobre a noite que chega densa
e tudo cobre com seu negrume
e tudo fica sob o seu peso
de sono
e solidão.

Imagem: http://farm1.static.flickr.com
 
Anoitece

Adriana Costa