Poemas, frases e mensagens de AAA

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de AAA

Não consigo mudar o meu e-mail
Atualmente uso o e-mail:
antonioantunesalmeida@hotmail.com
e não mais o POP OK!

Você pode ser feliz

 
Ser feliz.
Não está na riqueza
Muito menos na pobreza
Que chega a lhe perturbar,
Na riqueza Deus testa a abnegação,
Com a pobreza a sua aceitação,
As duas são provas no seu caminhar.

Ser feliz.
É mais fácil do que você pensa,
Não depende da saúde ou doença,
É só você parar e pensar:
Que não adianta viver chateado
Com raiva do mundo até revoltado,
O otimismo não deixa a patologia instalar.

Ser feliz.
É sorrir sempre e a toda hora.
Melhorar com alegria a sua aura
E miasmas cósmicos não irão penetrar.
Lembrar que a doença existe,
Somente porque você permite
Com o ódio e desequilíbrio ela avançar.

Ser feliz.
É vibrar com o sucesso do próximo,
Deixar o pessimismo, abandonar o ócio,
Se considerar um vencedor.
É jamais ter que chorar,
Quando um famélico passar
Por não ser o responsável da dor.

Ser feliz.
É entender que somente o perdão
Pelo erro de cada irmão,
Conduz-nos a um mundo de paz.
Hasteie a bandeira do amor,
Tenha no abraço o calor
Inclusive àqueles que o mal lhe faz.

Ser feliz.
É ouvir as estrelas aplaudindo,
O sol aos poucos surgindo
Dando luz à escuridão.
Conseguir acariciar uma flor,
Dedicar cinco minutos de amor
Aos pequeninos de pés no chão.

Ser feliz.
É muito mais do que isso.
É ter na Terra o paraíso
Que dinheiro algum pode comprar.
É quando sentir que o seu coração
Sem ódio, com amor, vira mansão
Onde Deus possa contigo habitar.
 
Você pode ser feliz

Triste Natal -Vídeo

 
 Triste Natal -Vídeo
 
 
 
Esse vídeo retrata o fundo do meu coração em relação ás pessoas que transformam o Natal em apenas mais um dia de festa na sua vida.
 
 Triste Natal -Vídeo

É um pedido urgente de socorro. Por caridade, leiam!

 
Caros amigos, boa tarde!
Hoje estou aqui presente não para trazer um poema e sim para pedir uma colaboração de todos. Estamos correndo tanto perigo,mas tanto perigo que muitos nem imaginam. Estamos sendo envenenados pelas grande companhias de produtos transgênicos e produtoras de agrotôxicos e ninguém faz nada! Tomei a iniciativa de enviar ao Presidente do Congresso Nacional através da força da Avaaz.org uma petição solicitando que seja proibido no Brasil através de lei, produtos transgênicos e agrotôxicos do tipo grifosato Usado no Roundup e outros que estão detonando a saúde de milhões de pessoas e crianças sem que ninguém tome as devidas providências. Mulheres amamentando seus filhos com leite enriquecido de venenos assimilados por elas, através da água contaminada pelos agrotôxicos, pelo ar através das pulverizações por aviões e através dos alimentos. Foram despejados no solo brasileiro somente em um ano apenas um bilhão de litros de Agrotôxicos. É brincadeira?
Por caridade assinem a petição que segue no link abaixo, em nome de nossos filhos e de nós próprios. Sei que esse não deveria ser o local ideal para esta solicitação,mas pela quantidade de pessoas acredito que dentro de pouco tempo teremos o número ideal de assinaturas para que possamos acabar com essa produção assassina de produtos que só estão a acabar com a vida sobre o planeta Terra.
Agradeço em nome de Deus se atenderem o pedido do companheiro de poemas.
Abraço a todos e que Deus nos iluminem.

http://www.avaaz.org/po/petition/
Ao_Presidente_da_Camara_de_Deputados_do_Brasil_Proibam_atraves_de_lei_produtos_transgenicos_e_venda_d_agrotoxicos_no_pai/?

Antônio Antunes Almeida
 
É um pedido urgente de socorro. Por caridade, leiam!

Pense

 
A vida nos ensina a todo o momento,
Que a dor ou o sofrimento
Que faz em nossos dias clamor:
São bênçãos divinas que nos acolhem,
São luzes de amor pra nossa vitória
Mas, tiremos do coração o rancor.

A vida nos ensina a todo o momento,
Que todos têm sentimentos
E que nós somos todos irmãos:
Veremos que a bondade tem valor,
Transforma em saúde nossa dor
E enche de paz o nosso coração.

A vida nos ensina a todo o momento,
Que o amor consta nos mandamentos
Que Deus criou pra nos ajudar:
O mundo não é parque de lazer,
É faculdade pra nos esclarecer
Para tudo podermos conquistar.

A vida nos ensina a todo o momento,
Que somos nós que criamos o tormento
E ainda queremos reclamar?
Esquecemo-nos que o filho quer atenção,
Pede-nos somente amor por compaixão
Querendo apenas nos amar.

A vida nos ensina a todo o momento,
Que o ódio destrói o relacionamento
E faz a beleza do amor acabar.
Que a maldade nos acorrentam às trevas,
Ceifam os bons, gerando a guerra
Colocando espinhos sob o nosso caminhar.

A vida nos ensina a todo o momento,
Que o que nós passamos não é sofrimento,
É somente um teste de provação:
Amemos a vida e com toda certeza,
Lembrando sempre que a maior riqueza
Não é o dinheiro é a paz no coração.
 
Pense

Leia-me nem que seja de raiva

 
Leia-me, nem que seja de raiva.
(Artigo já publicado em jornais).
Caros amigos:
No artigo anterior quando falávamos em pessoas que adoram ser doentes e que este péssimo hábito, acaba sendo o responsável pela exacerbação dos seus próprios problemas, transformando-os num círculo vicioso onde a mais prejudicada acaba sendo a própria pessoa. Como o espaço é reduzido e infelizmente não nos foi possível um esclarecimento melhor a respeito de certos detalhes, que eu gostaria que fossem lembrados. Fui obrigado a reduzir a matéria sem a explicação da ação de ordem psíquica, para que os senhores leitores pudessem assimilar com maior clareza o porquê de uma modificação urgente em certos hábitos altamente perniciosos.
Hoje, no entanto tentarei complementar o assunto embasado cientificamente para que aqueles que leram o meu artigo à semana passada, sintam que realmente devem cessar as lamentações e ser feliz.
Clayton Levy no seu trabalho (Obsessão Psíquica) tão bem leciona à matéria, que supera vários autores e nos dá uma visão tão clara sobre o assunto que sentimo-nos aptos a proferir nossa própria conclusão mais ou menos assim:
Quando nós jogamos uma pedra ou qualquer material sólido sobre as águas de um sereno lago, notamos que a partir do encontro daquele sólido com aquela superfície, surgem anéis que vão se sobrepondo. Isto são ondas. Da mesma forma à luz produzida por uma lâmpada são ondas geradas dos elétrons e prótons no filamento. Quando atendemos a um telefone ou ouvimos uma música o som nos é chegado através das ondas que se propagam. Tudo é onda. Estas ondas são divididas em longas, Médias e curtas. Quando pegamos uma barra de ferro e levamos uma ponta ao fogo, o calor provoca uma agitação dos átomos e uma onda térmica percorre todo esse ferro até à outra ponta, isto é uma realidade não é? Houve, portanto uma indução calórica através de ondas.
Da mesma forma acontece com os nossos pensamentos, que nada mais são do que ondas. E estas ondas da mesma forma que qualquer onda, também variam de freqüência e de tamanho e resulta uma indução. Como à própria ciência já aceita a existência do Fluido Vital Universal torna-se mais fácil o entendimento. Quando pensamos, estamos gerando ondas de variados tamanhos que se propagam através do éter cósmico. Na medida em que concentramo-nos em pensamentos saudáveis, de satisfação e alegria ou quando praticamos a caridade sem permuta (aquela que não visa um superávit na balança celestial), instintivamente evoluímos para maiores freqüências com o encurtamento dessas ondas. O mesmo acontece quando meditamos e colocamo-nos em contato com esferas superiores, ou quando estamos em oração sincera, conectados à mansuetude Divina. Sentimos paz em nosso coração e vivenciamos um momento de plenitude, atingindo até mesmo o êxtase, por quê? Porque o nosso pensamento vibra em ondas curtas e sintoniza com outros milhões na mesma freqüência. O pensamento de cada um nesse instante acaba sendo potencializado e equilibrado como num vaso comunicante, gerando então uma “Egrégora Mental Positiva” e por ser um momento no qual o pensamento aparta-se das baixas freqüências e do mundo das sombras e das doenças, pois quanto mais perto da Angelitude mais alta é a freqüência. É nesse estágio que os benefícios Divinos são prodigalizados.
Todas às vezes que começamos a pensar que somos doentes e infelizes, não pensamos sozinhos, temos milhões de companhias. Pois as ondas emitidas de acordo com a sua freqüência entrarão em sintonia através do éter cósmico, com outras ondas da mesma freqüência: de encarnados e de desencarnados formando então o que já relatei em outros artigos à “Egrégora Mental Negativa”, e conseqüências desastrosas serão geradas para o emitente e para o mundo em geral.
Quando sintonizamos o nosso lamento com outros bilhões de lamentos, estamos impregnando cada vez mais o “Fluido Vital Universal”, porque o pensamento tem forma. O médico André Luiz em um de seus livros psicografados nos fala em “pensamentos formas”, isto significa que todos os pensamentos adquirem formas, pois acabam plasmados no éter cósmico. Pesquisas feitas atualmente pelo médico psiquiatra Dr. Vítor Ronaldo (DF) nos mostram pessoas em desdobramento espiritual, dotadas de grande sensibilidade. Conseguem realmente, muito mais do que apenas captar as imagens produzidas pelo pensamento, mas localizar magnetofones fluídicos, instalados em zonas cerebrais nobres responsáveis por muitos tipos de induções psíquicas, que os levam às dependências (inclusive químicas), conquistadas pela nossa invigilância moral ou quem sabe por uma mente constantemente conectada com as teias da doença, da miséria e da dor.
Por esta razão que tentei mostrar de forma descontraída à semana passada, o erro que cometemos quando os nossos lamentos doentios geram um poço de lágrimas e não nos levam a nada. Mais uma vez reafirmo: é necessário que modifiquemos os nossos pensamentos para conquistarmos grandes benefícios em todos os âmbitos.
O pessimismo nos leva à derrota e o lamento nos leva à desgraça. Fomos criados para crescer e vencer saudáveis e felizes. Tudo depende de nós. Queremos ser felizes, mas desejamos o mal ao nosso semelhante. Queremos ter uma vida em plenitude, mas aplaudimos a tecnologia que mata. Queremos ter saúde, mas vivemos pensando em doenças diariamente. Quanto mais lamentamos mais afundamos, porque a partir daí não somos sozinhos - acorrentamos em nós os bilhões de infelizes que se encontram na mesma freqüência vibratória com um único destino: “Os jardins suspensos não da Babilônia, mas do sofrimento”.
Reclamamos constantemente da violência no mundo, mas nos esquecemos que somos os únicos responsáveis por tudo que está acontecendo. Milhões e milhões de seres vivos são abatidos todos os dias impiedosamente para satisfação da insaciável gula dos homens. Os exemplos perniciosos das novelas colocam milhões de pessoas sintonizadas durante meses com um ambiente onde acabam se integrando durante horas, que é normalmente carregado de ódio, violência, desgraça, mentira, ganância, inveja, luxuria, maldade, vingança. Instintivamente o cérebro acaba participando e identificando-se com personagens. Não imaginam que juntamente outro milhão de pessoas na mesma sintonia; colabora também por certo tempo com emissões deletérias. No entanto, poucas são as pessoas que emitem vibrações de amor e bondade em benefício da humanidade.
Então como querer que tenhamos paz no mundo, se existe uma sintonia perversa sobre o planeta Terra, gerada exclusivamente por nós. Nem mesmo morrendo Bin Laden, eliminando os Presidentes desumanos e crueis, dizimando todos os fundamentalistas, implodindo Brasília, iremos conquistar a paz. Tudo depende apenas do pensamento de cada um de nós.
Há muitos anos, ainda muito jovem por intuição escrevi: Somente quando os homens, se encontrarem no pináculo do altruísmo e do amor e do seu cerne fluírem as vibrações positivas do bem, cessará o flagício na face da Terra.

O autor é advogado e seu e-mail e: antonioantunesalmeida@hotmail.com
 
Leia-me nem que seja de raiva

REMORSO

 
REMORSO


Existem na face da Terra,
Histórias de arrepiar.
Eu vou lhe contar uma,
Que fará você chorar.

Contam que há muitos anos,
Lá pelas bandas do Ceará,
Um casal arrebenta os peitos,
Pro filho poder estudar.

Mandam o moço para a cidade grande,
Pra ciência cultivar,
Mas não sabe o pobre casal
A tristeza que vai comprar.

No começo até que foi bem
Estava dando pra se ajeitar,
Trabalhavam noite e dia
Para o dinheiro poder mandar.

Os anos foram passando,
A saúde a se acabar, mas
Uma coisa tinham na mente,
Ver o filho se formar.

Mas um dia chegou à notícia,
Bronzina pede pro Berto olhar,
Começou a ler, pra sua velha,
Mas não conseguiu terminar.

A emoção dominou a casa
E o casal se pôs a chorar,
Olhavam as panelas vazias,
Mas o sonho a se realizar.

Mais do que depressa correram,
Correram pra se arrumar,
Vestiram os trapinhos que tinham,
Mas nos pés, nada puderam calçar.

Começa, então, outra luta,
Na estrada o casal a marchar,
Era grande a caminhada,
Mas com fé chegariam lá.

Enfrentaram muito sol e poeira,
Sede, fome, cansaço e calor,
Os pés formigavam e sangravam,
Mas a alegria era maior que a dor.

Finalmente era noite do dia vinte
Perguntando conseguiram encontrar,
O local bonito da formatura,
Pro filho Doutor poderem abraçar.

Mas quando chegaram à festa,
O mundo começou a desabar,...
O porteiro olha para os dois e diz:
-Por favor, queiram se retirar!

O velho se pôs de joelhos,
Pedindo ao homem, pra poder chamar,
Dr. Noé da Rosa Cunha,
Já que não, podiam entrar.

O filho, por coincidência naquela hora,
Entre amigos, orgulhoso, passa por lá,
Cruza o olhar com o dos pais que lhe acenam,
Despista e finge, quieto pra ninguém notar.

Jamais imaginaram que um dia,
Por decepção igual fossem passar,
Agora, tristonhos e abatidos,
Preparam-se para voltar.

Fracos de fome e com tanta angústia,
O velho vê, o seu filho se afastar,
Abraça calado sua velha ao peito,
E, começa então, a chorar.

O desgosto virou tragédia,
Que o filho amado jamais imaginava
Bronzina sofreu um colapso,
Quando a manhã despontava.

E a noite vai se adentrando
E os olhos começam a inchar,
Tão grande era a mágoa,
Que não vê a noite acabar.

Surge um novo dia: é domingo,
O povo começa a reparar,
Pergunta o que a velha tem,
Que não pode nem se arredar.

O velho soluçando e sem forças,
Braços magros, quase sem poder falar,
Diz que sua velha está morta,
Mas não pode a carregar...

Comovidos com tal cena,
Param um carro, dando sinal,
Pedem ao moço, que faça uma caridade,
Levando os dois para o hospital.

Mas, à vida tem surpresas,
Exatamente ao cruzar o sinal,
Um carro violentamente bate,
É Noé da Rosa Cunha, filho do casal.

Chega à ambulância e os levam,
Todos os três pro mesmo lugar,
Logo, onde fez residência, o doutor
Que desmaiados foram chegar.

Logo, logo, os amigos do médico
Pediam a todos pra procurar
Os pais do Doutor, pra doar um rim,
Para o colega poderem salvar.

Como não sabiam o endereço,
E nem puderam imaginar,
Pensram naquele velho por cobaia,
Qualquer rim serve, pra poder remediar.

Com a fraqueza e com a pancada,
O velho começa a agonizar,
Apressam o processo da morte,
Para os rins poderem tirar.

E assim feita, com sucesso a cirurgia
E o colega eles conseguiram salvar,
Puseram os velhos pais na geladeira,
Para depois poderem os estudar.

Recuperado e salvo, foi ver
De quem foram os rins doados,
Não acreditou no que estava vendo,
Ao ver o pai com a mãe, congelados.

Sentiu a presença piedosa de Deus,
Sentiu, também, a consciência clamar,
O velho pai, que ele havia desprezado,
Sacrificado foi, pra sua vida poder salvar.

Caiu de joelhos e sofrendo em remorso,
Junto ao pranto começou a se lembrar,
Do que tinha feito naquela noite, àqueles,
Que lhe deram a vida, e o conseguiram formar.

Chamando os dois pelos nomes
Fazendo os colegas se arrepiarem,
Enterra os dedos nos próprios olhos,
Fazendo, a consciência vingar.

Gritando alucinado e sangrando,
Num histerismo anormal e profundo:
Os olhos que desconheceram meus velhos,
Jamais voltarão a ver, as belezas do mundo ...
 
REMORSO

Esta crônica pode mudar sua vida

 
Esta crônica pode mudar sua vida

Caros amigos:
Toda semana dedico vinte minutos do meu tempo, agradando uns desagradando outros. Em primeiro lugar eu não entendo o motivo pelo qual escrevo, pois não vou mudar o mundo. Além do mais existem pessoas de todas as marcas. Espere aí,... marcas?! Isso mesmo! Tenho a impressão que somos iguais a um carro, certo? No início quando saímos da fábrica ficamos algum tempo no pátio (nossa infância), depois quando entramos para o mercado todos admiram. Têm carros bonitos; carros feios, até horrorosos como, por exemplo: aquele modelinho russo “Lada” não é o jeep, pois esse é chique, falo é do carrinho; nunca vi coisa tão feia! Nós também somos assim: quando novos somos um sucesso é claro nem todos os modelos. O carro novo quando chega numa festa todos notam; se aproximam, muitos dão uma passadinha de mão sobre a pintura lisinha e elogiam. Há também aqueles comentários entre as pessoas que dizem uma para as outras: mas que carro arretado...! Conosco também é assim dê uma retrotraída no tempo, volte à sua mocidade e confirme, não é?
No início, quando zerados e chegam ao mercado, normalmente é só abastecer e topar qualquer tipo de estrada, nós também somos assim, concordam? À medida que os anos passam a lataria já começa a perder o brilho e por causa dos esbarrões começa também ficar enrugada num monte de lugares. Nós também! Existem alguns carros que são muito judiados enquanto são novos e que passam horas e horas sob a ação causticante e perigosa do sol ou passam a noite inteira na rua sob o sereno ou chuva como se tudo isso fosse normal. Existem também aqueles que são movidos a álcool. Para esses que usam álcool a situação é ainda muito pior. O carburador oxida muito mais rápido, apresentam uma série de defeitos que deixam os familiares sempre preocupados acreditando que muitos não irão conseguir chegar o destino. Enquanto isso o visual externo continua sendo destruído muito antes do tempo previsto no manual do fabricante, de tanto apagar no meio da rua e passar várias noites no sereno, enquanto poderia estar na garagem. Sofre também uma ação corrosiva no seu interior. Haverá tanto desgaste interno ao longo dos anos, desde a entrada do álcool na boca do tanque até à saída do escapamento, que muitos ficam obrigados a ser internados nas pequenas ou quando o problema é mais sério, nas grandes oficinas especializadas. Normalmente se gasta uma fortuna na recuperação, colocando peças novas e caras. Alguns ficam bons, outros saem da oficina “more or less” e com um montão de recomendações para o seu uso a partir daquela revisão. Embora reparadas várias peças outras poderão apresentar defeito com o tempo, porque elas já estão com um desgaste provocado pelo uso desregrado da máquina e pela falta de zelo que não fora tomado enquanto mais novo. Mas ao mesmo tempo se daqui pra frente observar rigorosamente à manutenção e não houver descuido em procurando boas oficinas periodicamente, ainda poderá ir muito longe. Embora agora tenha certas restrições quanto ao uso, mas à troca de óleo mesmo com pouco uso continua sendo importante e deverá ser feita periodicamente. Mas muito cuidado com essa troca de óleo, há tanto produto falsificado...! Você às vezes vê uma bela embalagem, ou uma marca nova e se empolga, mas nem imagina que o produto foi misturado e está contaminado, embora a embalagem apresente-se perfeita. Só troque o óleo se tiver muita certeza da sua procedência. Caso contrário terá o motor danificado peremptoriamente, sem chances de conserto. Todavia são usados certos aditivos para envenenar a máquina, colocados certos acessórios que acabam prejudicando também essa máquina ou até mesmo o seu visual. Sempre recordar-se de que ele já não é o mesmo, por essa razão não deve abusar pelos caminhos antes percorridos. Para alguns que usam álcool é normalmente sugerido que façam a conversão para gasolina. Embora seja sabido que o álcool aditivado dá um torque danado, mas em compensação é uma desgraça pra vida do motor. Se realmente tudo isso não for observado poderá quebrar alguma peça importante quando cair em algum buraco e não rodar mais, ou até mesmo fundir o motor.
Caros amigos, com a gente é a mesma coisa, já notaram?! Jovens acreditando que ficarão melhores e mais bonitos usam aditivos perigosos, colocam acessórios desnecessários, porque muitas vezes já são pessoas bonitas e acabam ficando feias; prejudicam o corpo, como é o caso de drogas, piercings e tatuagens. Amanhã se arrependerem e por uma ou outra razão resolver retirá-las com laser, ficarão marcas terríveis, para o resto da vida. O mesmo acontece na lataria perfurada ou no adesivo bonito que danifica a pintura quando retirado. Sem falar de certos aditivos que deixam seqüelas terríveis no seu interior. Só podiam! É como colocar motor de fórmula um em fusca.
Outros são obrigados pelo uso excessivo e desrespeitoso dessa máquina humana, mesmo estando ainda dentro do prazo de validade estipulado pelo Construtor, mas devido também ao uso do álcool, acabam por destruir peças que equipam essa maravilha de construção criada pelo Grande Arquiteto do Universo. São também internadas para os devidos reparos e componentes são trocados, graças à tecnologia moderna. Assim voltam ao seu mundo habitual com as devidas restrições, mas se seguirem às determinações estipuladas, com certeza ainda poderão ir muito longe. A bateria foi tão descarregada que muitos terão que pegar no tranco por muito tempo.
Alguns quando não estão se sentindo muito felizes com o visual, procuram fazer os devidos reparos plásticos, idéia louvável porque esses reparos poderão dar-lhes nova imagem, satisfação plena, e nada melhor do que sentirmos felizes e alegres não é?
Se mesmo assim ainda estiver se sentindo uma pessoa desanimada, amargurada, taciturna, ou até mesmo deprimiiiida,... acreditando que você já não é mais aquela pessoa, mimosa, vistosa, e cheia de vida. Que não tenha o mínimo valor, porque diante das intempéries; das lutas e das dores o viço natural da pele foram destruídos; a destreza e a modelagem do corpo também,... deve lembrar-se que os anos corroeram um pouco à carcaça mas a experiência e as dores iluminaram sua alma e você hoje é uma pessoa extremamente sábia. Não se faça de idiota, lembre-se do carro. Quando ele já foi abandonado em algum pátio, por defeito ou pela idade, quando ninguém mais ousa acariciá-lo, e parece estar no fim, alguém que entende de qualidade aparece e vislumbra-se diante daquela preciosidade abandonada, mas portadora das melhores peças que já foram fabricadas. Resgata-o daquela situação penosa e triste, levando-o para a mais importante oficina do mercado. É restaurado por completo e volta às vitrinas das mais sofisticadas lojas do ramo. Volta a ser tratado como antes: com carinho e respeito, e passa a ser o luxo do Shopping. Os mais lindos modelos nada são perto da sua beleza, os olhares se voltam a cada segundo extasiados pela majestosa exuberância, de uma linha e qualidade impar que já não existe mais. Apenas por ter sido tratado, modificado do pneu ao teto, removidas as ferrugens e mudado o visual, agora não existe dinheiro no mundo que pague o seu valor.
Tudo isso pode acontecer conosco, só que ai, por termos sentimentos, dependerá de uma pequena palavra chamada fé. Quem se entrega ao desânimo prova não ter fé e para mim fé é habilitação da vontade que gera a transformação. Mas se tudo isso foge ao seu entendimento, pense apenas no carro. Faça os reparos necessários: mude esse cabelo horroroso, faça essas unhas porcas, abandone este cigarro fétido, que passe sabugo no rosto, mas fique radiante. Mude o chinelo e essa roupa morta e esquisita, por uma roupa simples, mas que tenha vida. Agora se motive e seja feliz. Lembre-se do carro: apenas à vontade, decisão, ação e uma restauração no visual foram suficientes para superar os modelos mais novos e ser o sucesso do salão. Em nós o que realmente importa são a qualidade e capacidade interior pela experiência adquirida. Já imaginou com um pouco de trato? Como o cérebro só possui três funções básicas: sentir – pensar - agir, sinta que realmente os anos já passaram, pense que você ainda é útil, e agir é a ação resultante do sentir e pensar. Abra a cortina do novo cenário receba os aplausos e seja também a estrela da festa.
“A velhice não chega quando a idade aparece, a velhice chega quando os sonhos vão embora”.
O autor é advogado e seu e-mail é: antonioantunesalmeida@pop.com.br

Esta crônica pode mudar sua vida

Caros amigos:
Toda semana dedico vinte minutos do meu tempo, agradando uns desagradando outros. Em primeiro lugar eu não entendo o motivo pelo qual escrevo, pois não vou mudar o mundo. Além do mais existem pessoas de todas as marcas. Espere aí,... marcas?! Isso mesmo! Tenho a impressão que somos iguais a um carro, certo? No início quando saímos da fábrica ficamos algum tempo no pátio (nossa infância), depois quando entramos para o mercado todos admiram. Têm carros bonitos; carros feios, até horrorosos como, por exemplo: aquele modelinho russo “Lada” não é o jeep, pois esse é chique, falo é do carrinho; nunca vi coisa tão feia! Nós também somos assim: quando novos somos um sucesso é claro nem todos os modelos. O carro novo quando chega numa festa todos notam; se aproximam, muitos dão uma passadinha de mão sobre a pintura lisinha e elogiam. Há também aqueles comentários entre as pessoas que dizem uma para as outras: mas que carro arretado...! Conosco também é assim dê uma retrotraída no tempo, volte à sua mocidade e confirme, não é?
No início, quando zerados e chegam ao mercado, normalmente é só abastecer e topar qualquer tipo de estrada, nós também somos assim, concordam? À medida que os anos passam a lataria já começa a perder o brilho e por causa dos esbarrões começa também ficar enrugada num monte de lugares. Nós também! Existem alguns carros que são muito judiados enquanto são novos e que passam horas e horas sob a ação causticante e perigosa do sol ou passam a noite inteira na rua sob o sereno ou chuva como se tudo isso fosse normal. Para aqueles que usam álcool a situação é ainda muito pior. Além de o visual externo ser destruído muito antes do tempo previsto no manual do fabricante, sofre uma ação corrosiva no seu interior. Haverá tanto desgaste interno ao longo dos anos, desde a entrada do álcool na boca do tanque até à saída do escapamento, que muitos ficam obrigados a ser internados nas pequenas ou quando o problema é mais sério, nas grandes oficinas especializadas. Normalmente se gasta uma fortuna na recuperação, colocando peças novas e caras. Alguns ficam bons, outros saem da oficina “more or less” e com um montão de recomendações para o seu uso a partir daquela revisão. Embora trocadas várias peças outras poderão apresentar defeito com o tempo, porque elas já estão com um desgaste provocado pelo uso desregrado da máquina e pela falta de zelo que não fora tomado enquanto mais novo. Mas ao mesmo tempo se daqui pra frente observar rigorosamente à manutenção e não houver descuido em procurando boas oficinas periodicamente, ainda poderá ir muito longe. Embora agora tenha certas restrições quanto ao uso, mas à troca de óleo mesmo com pouco uso continua sendo importante e deverá ser feita periodicamente. Mas muito cuidado com essa troca de óleo, há tanto produto falsificado...! Você às vezes vê uma bela embalagem, ou uma marca nova e se empolga, mas nem imagina que o produto foi misturado e está contaminado, embora a embalagem apresente-se perfeita. Só troque o óleo se tiver muita certeza da sua procedência. Caso contrário terá o motor danificado peremptoriamente, sem chances de conserto. Todavia são usados certos aditivos para envenenar a máquina, colocados certos acessórios que acabam prejudicando também essa máquina ou até mesmo o seu visual. Sempre recordar-se de que ele já não é o mesmo, por essa razão não deve abusar pelos caminhos antes percorridos. Para alguns que usam álcool é normalmente sugerido que façam a conversão para gasolina. Embora seja sabido que o álcool aditivado dá um torque danado, mas em compensação é uma desgraça pra vida do motor. Se realmente tudo isso não for observado poderá quebrar alguma peça importante quando cair em algum buraco e não rodar mais, ou até mesmo fundir o motor.
Caros amigos, com a gente é a mesma coisa, já notaram?! Jovens acreditando que ficarão melhores e mais bonitos usam aditivos perigosos, colocam acessórios desnecessários, porque muitas vezes já são pessoas bonitas e acabam ficando feias; prejudicam o corpo, como é o caso de drogas, piercings e tatuagens. Amanhã se arrependerem e por uma ou outra razão resolver retirá-las com laser, ficarão marcas terríveis, para o resto da vida. O mesmo acontece na lataria perfurada ou no adesivo bonito que danifica a pintura quando retirado. Sem falar de certos aditivos que deixam seqüelas terríveis no seu interior. Só podiam! É como colocar motor de fórmula um em fusca.
Outros são obrigados pelo uso excessivo e desrespeitoso dessa máquina humana, mesmo estando ainda dentro do prazo de validade estipulado pelo Construtor, mas devido também ao uso do álcool, acabam por destruir peças que equipam essa maravilha de construção criada pelo Grande Arquiteto do Universo. São também internadas para os devidos reparos e componentes são trocados, graças à tecnologia moderna. Assim voltam ao seu mundo habitual com as devidas restrições, mas se seguirem às determinações estipuladas, com certeza ainda poderão ir muito longe. A bateria foi tão descarregada que muitos terão que pegar no tranco por muito tempo.
Alguns quando não estão se sentindo muito felizes com o visual, procuram fazer os devidos reparos plásticos, idéia louvável porque esses reparos poderão dar-lhes nova imagem, satisfação plena, e nada melhor do que sentirmos felizes e alegres não é?
Se mesmo assim ainda estiver se sentindo uma pessoa desanimada, amargurada, taciturna, ou até mesmo deprimiiiida,... acreditando que você já não é mais aquela pessoa, mimosa, vistosa, e cheia de vida. Que não tenha o mínimo valor, porque diante das intempéries; das lutas e das dores o viço natural da pele foram destruídos; a destreza e a modelagem do corpo também,... deve lembrar-se que os anos corroeram um pouco à carcaça mas a experiência e as dores iluminaram sua alma e você hoje é uma pessoa extremamente sábia. Não se faça de idiota, lembre-se do carro. Quando ele já foi abandonado em algum pátio, por defeito ou pela idade, quando ninguém mais ousa acariciá-lo, e parece estar no fim, alguém que entende de qualidade aparece e vislumbra-se diante daquela preciosidade abandonada, mas portadora das melhores peças que já foram fabricadas. Resgata-o daquela situação penosa e triste, levando-o para a mais importante oficina do mercado. É restaurado por completo e volta às vitrinas das mais sofisticadas lojas do ramo. Volta a ser tratado como antes: com carinho e respeito, e passa a ser o luxo do Shopping. Os mais lindos modelos nada são perto da sua beleza, os olhares se voltam a cada segundo extasiados pela majestosa exuberância, de uma linha e qualidade impar que já não existe mais. Apenas por ter sido tratado, modificado do pneu ao teto, removidas as ferrugens e mudado o visual, agora não existe dinheiro no mundo que pague o seu valor.
Tudo isso pode acontecer conosco, só que ai, por termos sentimentos, dependerá de uma pequena palavra chamada fé. Quem se entrega ao desânimo prova não ter fé e para mim fé é habilitação da vontade que gera a transformação. Mas se tudo isso foge ao seu entendimento, pense apenas no carro. Faça os reparos necessários: mude esse cabelo horroroso, faça essas unhas porcas, abandone este cigarro fétido, que passe sabugo no rosto, mas fique radiante. Mude o chinelo e essa roupa morta e esquisita, por uma roupa simples, mas que tenha vida. Agora se motive e seja feliz. Lembre-se do carro: apenas à vontade, decisão, ação e uma restauração no visual foram suficientes para superar os modelos mais novos e ser o sucesso do salão. Em nós o que realmente importa são a qualidade e capacidade interior pela experiência adquirida. Já imaginou com um pouco de trato? Como o cérebro só possui três funções básicas: sentir – pensar - agir, sinta que realmente os anos já passaram, pense que você ainda é útil, e agir é a ação resultante do sentir e pensar. Abra a cortina do novo cenário receba os aplausos e seja também a estrela da festa.
“A velhice não chega quando a idade aparece, a velhice chega quando os sonhos vão embora”.
O autor é advogado e seu e-mail é: antonioantunesalmeida@pop.com.br
 
Esta crônica pode mudar sua vida

Filhos do divórcio

 
FILHOS DO DIVÓRCIO

-Papai, você sabe que dia é hoje?
-Você sabe quantas horas são? É meia noite, acaba de bater no relógio da matriz.
-Sabe porquê estou lhe escrevendo? Porque hoje, ou melhor, ontem completei os meus dez aninhos.
-Papai, eu sei que não é hora de criança ficar acordada e tenho certeza que você ficará muito zangado. Mas, acontece que hoje, depois de todos esses anos que você nos deixou, este dia parece ser o mais triste de todos.
-Ontem acordei bem de manhãzinha, olhei aquela foto, quando eu tinha dois aninhos, você me segurava no colo e sorria para mim. Eu também sorria para você. Tente se lembrar! Eu já tentei, mas não consegui relembrar, é claro, eu era tão pequenino!
-Sabe papai! Fiz mil planos para a noite, aguardando você para cantar comigo os parabéns e dar aquele soprão legal nas velinhas, que somente você sabia fazer. E, no entanto, você não chegou, você não se lembrou ao menos de me telefonar, lembrando-se que existo. Que um dia, debruçado sobre o meu berço, dizia que eu era a criança mais querida do mundo.
-Na verdade, você deve ser muito ocupado, atarefado, com compromissos sérios e inadiáveis. E quem sou eu, para poder roubar o seu precioso tempo! Mas agora por estas linhas saiba que muito senti, pois queria tê-lo comigo neste dia que passou.
-Durante esses cinco anos que você e mamãe separaram-se, eu nunca mais vi você, e isto faz com que eu sofra muito.
-Papai! Você para mim, continua a ser aquele paizão, de todas as horas, eu jamais esquecerei você, mesmo que continue com toda essa raiva de mim, embora, que culpa tenho eu, se assim quis o destino. E mesmo, que jamais possa vê-lo, possa abraçá-lo ou dar-lhe um beijo, continuará sendo o meu arco-íris, sei que você existe, mas não posso tocá-lo.
-Desculpe-me, papai! Por ter tomado o seu tempo, e estes pingos na folha não são do orvalho, são dos meus olhos.
-Adeus!

Direitos reservados e registrados
 
Filhos do divórcio

MIRAGENS

 
MIRAGENS

Sobre esta sombra que confunde o meu espírito, existe uma pedra, onde descansa este verme, onde o triunfo espera que o corpo se canse, para enterrá-lo em seus próprios sonhos.
Desafiando o criador vencem a barreira do som. Interceptam o homem no espaço. E na sua horripilante ganância, fico a ver e esperar, mas nada ouço. Mas posso sentir plenamente as vibrações da fome sobre o planeta terra. Sinto os homens se desfazerem em suas próprias ilusões e sentimentos, aguardando a conscientização de outros homens.
Agarrado nas cordas do ideal escalo esta montanha de sonhos, sou o alpinista da perseverança. Imagino ver do alto, o cenário da felicidade, sem o manto da hipocrisia, onde os homens se confraternizem e se entendam, sem o ódio nascente que encobre a virtude e desfaz o amor, ceifando a liberdade. No olho por olho, no dente por dente alicerçam-se a inconsciência dos terríveis; a prepotência dos iníquos; o arbítrio dos inexoráveis e implacáveis homens, que subindo ao poder se mistura ao cruel poder e forças das armas. Nessa visão, só resta-me entristecer. Ao ampliar o meu horizonte, somente aumenta a minha dor. O mundo se perverteu, desconhecendo a razão e firmando-se no abuso do poder. E muitas são as mãos que se postam implorando misericórdia, no desespero da fome, no suplício da solidão e no martírio da incompreensão. Acabaram-se todas as minhas forças. Caio por terra. Mas na lembrança perpetuará a imagem que vi: pois nos países do ouro e das tecnologias, morrem-se a míngua, enquanto cães nos foguetes, de milhões de dólares, conhece o espaço, crianças famintas na terra imploram, por um pedaço pão.
 
MIRAGENS

A PAZ EXISTE

 
A PAZ EXISTE

No silêncio inconfundível da noite, marejam-se os meus olhos em lágrimas.
Perco-me no intricado e confuso labirinto ardiloso do meu diminuto cérebro. Vagueio pelas planícies desconhecidas da solidão. Quando do meu “eu”, brota flamejante, do mais recôndito lugar desse mesmo ser, a pequenina e esperançosa chama da alegria.
Começa, então, uma vagarosa viagem para a paz, à procura da felicidade. -Por que não sorrir? -Por que não gritar? -Mas que adiantaria, estou muito longe de tudo e de todos. Dirijo-me agora, com certeza, ao paraíso da paz, mas minha resposta não tardaria chegar.
Deste pequenino ângulo em que me encontro, faço minha visão e minha mente cortar e atravessar a amplidão dos céus. E lá está Ele! Mas como chegar? Mas como lhe falar? -Não! Não posso, sou ridículo. -Se sou racional? -claro! -pois falo! -Mas sou verme! Imundo, mesquinho e vil! Mas não me importo, assumo a minha posição humana, o meu lado de graça e Lho enfrento. Começo a me genuflectir ante seus pés. Oh! Como é bom! Sinto-me leve, sinto que estou flutuando. É diferente! É calmo e sereno. Agora acredito: É maravilhoso ser homem, desprezar o orgulho, pisotear a vaidade e então, fixá-Lo.
–Oh, Não! -Espere, pois cheguei agora. -Deixe-me fitá-Lo, eu vim para encontrá-Lo, eu quero ficar, eu preciso ficar.
-Que silêncio maravilhoso! -Sinto o sangue pulsar em minhas artérias. – Por que aqui é assim? –Por que não temos isso lá? - Poderiam ter: se os homens não pensassem no barulho das armas; no barulho das ambições e no barulho da morte!
-É bom confiar nesta luz que me torna translúcido!
-Que força! Que grandeza! Tão suntuoso e tão humilde!
-Por que será que carregou uma cruz, pesada, sob os olhares cínicos dos homens? –Não entendo! Estou começando a ficar louco. – Por favor, me explique porque é assim: será que sozinho você entenderia uma coisa, que todos juntos não conseguiram entender?
-Vá! Retorne, ainda há tempo e a casa é grande. Saiba viver, saiba amar, que eu saberei entender você. Não deixe que o mundo o destrua, eu preciso de você!
-Encontrar a paz é tão fácil. Oh! Não! -Que pena, acabou tão rápido. -É o que dizem! -O que é bom dura pouco, mas tenho certeza, que voltarei um dia, para fazer daquele casarão minha eterna moradia .
 
A PAZ EXISTE

Está na hora de sair da idade média

 
Está na hora de sair da Idade Média. (Meu velório)

Caros amigos:
Hoje falaremos de um assunto que muitos não gostam de falar nem de ouvir, mas infelizmente não tem como negarmos o acontecimento mais justo da Terra, que é a morte (para os que não têm fé). Hoje falarei do meu desencarne.
Sou livre e crente em Deus, não acredito em Adão e Eva, Papai Noel e demônios. Gostaria de tornar público as principais das últimas vontades para que a minha família possa se sentir à vontade, quando ao praticá-las não causar espanto aos meus amigos.
A maioria da população já tem conhecimento e sabe que tenho duas urnas que foram compradas há 15 anos: uma para mim e outra para minha esposa e que estavam guardadas aqui na minha casa. Preocupado com carunchos achei melhor fazer um acordo com Luiz, dono da funerária “Cruzeiro do sul”, levando-as para lá para que fossem vendidas. A partir daí passou a ser o fiel depositário de duas urnas de igual valor, inclusive hoje por um excesso de zelo é meu vizinho de parede com a sua empresa para o meu melhor conforto.
Deixo público e peço que após o meu desencarne algumas observações sejam respeitadas:
Gostaria muitíssimo Sr. Luiz, que não me enfiasse algodão no nariz e muito menos pela boca e goela abaixo, pois só de pensar em algodão já começo a me arrepiar. Para não ter que amarrar como antigamente o queixo com aquela tira de pano que dava a impressão que o defunto estava com cachumba, sugiro e peço que cole com super bond a arcada dentária superior na inferior, aí quero ver o queixo cair!
Se na época eu estiver usando barba, somente um acerto, se estiver apenas de bigode que o deixe.
Que seja colocado em meu rosto óculos escuros - podem ser daqueles de camelô bem baratinhos para que eu não fique com aquela cara de defunto e deixe uma lembrança mais agradável aos meus familiares e amigos.
Um lembrete importante: não encha a minha urna de flores, porque não tem nada que combine menos com defunto do que flores, além do cheiro desagradável que fica por todo o ambiente. De preferência uma boa flagrância pelo corpo. Velas nem pensar! Não quero que transforme um momento tão sublime para meu espírito, naquele ambiente nefasto, sombrio, angustiante; pessoas cochichando umas com as outras, como que se o defunto estivesse com dor de ouvido. Nada disso! Pelo amor em Deus. Sei realmente que algumas pessoas por alguns dias, serão hipócritas, dirão que me adoravam que foi uma perda irreparável,... dirão com certeza também assim: é! Ele tinha as suas manias,... era sistemático,... mas era uma pessoa muito boa. Já estou rindo desde agora, mas é só por alguns dias esse fingimento, pois logo tudo volta ao normal. E assim deve ser.
O mais estranho e polêmico é que eu não quero a urna sobre aqueles cavaletes cromados; corpo estendido de terno preto, braços cruzados em cima do peito causando aquela terrível feição de morto, que consterna a todos. Cria ao mesmo tempo uma paisagem melancólica onde muitas crianças ficam impressionadas e a maioria dos presentes fica com mais cara de defunto do que o próprio desencarnado. Afora àqueles que ficam pelos corredores com cara de vítima e adoram tirar proveito no constrangedor e dramático ambiente criado, felicíssimos por receberem de algum desinformado os pêsames, como se fossem da família. Quero uma camiseta comum, calça zurrada, sapatos velhos de preferência. Acho um pecado equipar defunto com roupa nova. A urna deverá ser encostada na parede mais ou menos 45 graus de forma que não caia, quero ser velado de pé. Luizinho se vira, me amarre ou me pendure dentro da urna o problema é seu.
Perfeito! Não quero ser velado em minha casa e sim no Velório Público. Primeiro porque é um vai-e-vem de pessoas que eu nunca vi na vida, mas que entram pra quarto, socam pra banheiro, vão pra cozinha, tal de café com bolo e biscoitinhos sem parar,... além do sacrifício de pessoas bondosas e bem intencionadas que acabam se preocupando em fazer sopa para os familiares que deslocaram de outras cidades. É o verdadeiro resguardo coletivo. Portanto, não quero que telefone pra ninguém antes do enterro, somente após o encerramento é que desejo que façam a comunicação para os meus amigos distantes, o deslocamento deles em nada vai mudar o quadro a não ser a despesa que teriam inesperadamente apenas para pajear defunto. No velório nada de tristeza, quero fisionomias alegres e sorridentes contando casos, é claro que serei o ícone dessas conversas sem dúvida nenhuma. Quero esses bagulhinhos de aniversários tais como: coxinhas, empadas, refrigerantes, poderá ter até uma cervejinha, o problema são aqueles mais entusiasmados que não tardariam a fazer as cômicas declarações de amor pela amizade.
Se o desencarne ocorrer na parte da tarde, tudo combinado: levar para o Velório, colocar a urna conforme solicitado acima. Na igreja não precisa passar, porque se tive uma existência inteira para me preparar não será uma água benta que me fará melhor, pois me preparo todos os dias para esse retorno triunfal, e o que vale nesta hora são as virtudes praticadas existentes em nosso coração durante a vida carnal. Ah! Tem uma coisa que não pode acontecer, não deixe que ninguém puxe o terço de reza, pelo amor de Deus, senão quebrará o colorido festivo daquele dia, pois o que eu quero é só alegria! Descontração será a tônica do ambiente. Uma coisa também não pode ser esquecida em hipótese nenhuma: as vinte e uma horas impreterivelmente quero que o Sr. Luiz despeça todo mundo, inclusive todos os familiares, feche as portas do Velório e mande todos para casa, para que descansem, guarde o defunto, e só reabra no outro dia depois do almoço. Pois não existe nada mais trágico, cansativo, hipócrita e sem lógica que familiares passarem uma noite inteira debruçado em cima de uma urna alisando e vigiando cadáver.
Não quero que comprem gaveta alguma em cemitério; nada de pompas. Coloquem-me juntamente dos indigentes. Guardem-me apenas na lembrança e evitem o choro de lamento, que só causaria atraso ao meu espírito agora liberto dos grilhões da carne. Nada de Missa de Sétimo dia, apenas uma oração pelos amigos sempre que puderem. Sorriam, pois venci a missão. Se um dia estiver em condição e permissão para ajudar alguém do alto ajudarei, mas não insista pedindo ajuda pra minh`alma, por favor!
Como as urnas já estão pagas e não terá flores, velas, suportes cromados, muito pouco algodão, apenas a gasolina e o super bond para travar o queixo, e uma rápida ajeitada no corpo, duvido muito que o meu amigo, Sr. Luiz da funerária após uma propaganda dessa, terá coragem de apresentar à família enlutada qualquer débito relativo ao feito. Se porventura alguma taxa existir a ser paga à prefeitura que seja debitada à Câmara Municipal o respectivo valor, aos amigos que tanto gostam de mim e a todos fico obrigado.

O autor é advogado e seu e-mail é: antonioantunesalmeida@hotmailcom
 
Está na hora de sair da idade média

Televisão perigosa

 
Caro amigo:
Não me odeie, mas tenho que dizer a verdade.
É inacreditável o ponto que chegou a televisão brasileira. Não dá pra acreditar o que está acontecendo. Um verdadeiro acinte ligar uma TV e deparar com essas novelas que são verdadeiras aulas de orgias, em um horário incompatível com a assimilação infantil. Uma escola perfeita que ensina como, transformar o lar em um inferno e filhos em vagabundos ou revoltados em apenas poucos meses.
Os casais não conseguem entender que não é a nudez sem limite o perigo e sim a dose homeopática de ensinamento todos os dias mostrando a eles próprios e aos filhos como se transformarem em perversos, amantes, traidores, infiéis ou até mesmo como se prostituírem sem sair de casa. Cuidado casais! Não permitam que sua esposa(o) e suas filhas(os) façam esse curso diariamente caso contrário não chorem depois.
O que me deixa mais decepcionado que ninguém faz nada contra essa barbaridade, que está destruindo os lares com os piores exemplos que poderíamos imaginar e a maioria dos pais não está nem ai pra toda esta enxurrada de podridão. Permitem e até assistem juntamente das próprias filhas essa vergonha nacional que certas e descaradas redes televisivas de orgias nos tentam fazer engolir goela abaixo.
Os pais que assim procedem com certeza são mais ordinários que a própria rede, e não pára ai: quantos casais vivem enfurnados em igrejas mastigando o Cristo com fisionomias santas, mas com os olhos no relógio desesperados para chegarem a sua casa e se deliciarem até o orgasmo com o show explícito de sacanagem na telinha, nunca vi tanta hipocrisia. É uma vergonha! Tem uma imbecil com quase 80 anos que declarou em rede nacional que chegou ao orgasmo quando assistia certas cenas da tal “Páginas da vida”. É o fim do mundo! Não quero acreditar no que vi e ouvi. E todos sabem quem é!
Gosta de sacanagem?! Tudo bem, é um direito de cada um, só que então deveria comprar um aparelho de DVD alugar filme pornô se trancar no quarto e (...) à vontade, não ao lado de crianças e familiares. Se vocês acham que sou puritano estão totalmente enganados, eu não sou é hipócrita.
Certas redes de televisão deveriam entender, que nem todo mundo possui um cérebro tão vazio e tão diminuto. Que existem pessoas cultas que conseguem entender outros assuntos que não sejam novelas do tipo que estão sendo ultimamente apresentadas, não somente em horário nobre em quase todos os canais. O que se vê são casais trepando, no maior desrespeito; ou se agredindo ferozmente para uma platéia de crianças assistindo, isto é, aquelas que não têm pais dignos e merecedores de tal missão. Assistimos na tela podre, filhas e filhos aprontando as maiores agressões contra familiares, um exemplo pernicioso, uma escola deplorável para as crianças e para os jovens, que acabam praticando aqui fora “ipsis litteris” tudo de ruim que aprenderam nessa escola malvada de novelas. O mais incrível é que ninguém toma uma providência contra tudo isso e coíbe este abuso desregrado.
Depois os hipócritas ficam lamentando que os filhos estejam nas drogas, são rebeldes, que as filhas menores já fazem sexo e ficam com qualquer um, mas se esquecem que na hora de colocar ordem na casa proibindo as aulas de desrespeito, de violência e de putaria das novelas são os primeiros a comentarem e discutir a podridão com os mesmos. Que me desculpem todos, mas se não tomarmos uma decisão firme e positiva contra esses canalhas, que enquanto faturam à custa da degradação familiar; destroem os lares brasileiros, lamentavelmente a tendência é somente piorar.
Você se assustou com a forma rude e grosseira e clara que escrevi? É chocante não é? Pois bem... também acho! As pessoas que estão lendo aqui e agora são adultas, enquanto na televisão muitos que assistem são crianças.
Por favor: faça você também o seu comentário contra o desrespeito nas novelas em horário nobre ou até fora dele ou me dê um motivo pelo qual eu deva aceitá-las. Ajude-nos a coibir esse abuso, juntos seremos fortes e quem sabe um dia os filhos de outros possam assistir programas decentes onde pais que têm dignidade, não se sintam envergonhados diante de seus próprios filhos.

Caros amigos, boa tarde!
Faz muito tempo que nada escrevo para o site, portanto, meus poemas e crônicas acabaram ficando longe da maioria dos leitores.
Estou reeditando esse artigo ja publicado aqui porque acredito que através do meu grito alerte mais alguns pais e ao mesmo tempo mostrar que tenho inúmeros poemas e crônicas aqui neste que gostaria que vocês conhecessem.
Abraço a todos, breve voltarei
 
Televisão perigosa

O PALHAÇO

 
O palhaço

Fui artista, pelos picadeiros do mundo. Fazia a alegria nascer e o sorriso brotar. Fazia com as minhas palhaçadas, o adulto engasgar de sorrir, a criança gritar feliz e pular.
Eu era o palhaço...
Fantasia colorida, cara pintada, escondia muitas vezes a tristeza devia sempre sorrir, a todo o momento, eu era obrigado.
Corria o mundo em todas as direções. Na rua, um homem normal, no picadeiro sensacional!
Eu era o palhaço...
Nariz de bolinha, camisa dourada, fazia da vida para os adultos um sonho, e para as crianças a Disneylândia sonhada.
Eu era o palhaço, que tragédia!...
Nos arcos do trapézio, bonito ele saltava, e eu empolgado gritava à criançada: - quem gosta de macaquinho que olhe pro alto!
Eu era o palhaço...
Nunca mais consegui sorrir na vida, porque hoje sou apenas o palhaço de minhas próprias miragens...
Pois sua mãozinha, na acrobacia magistral, se desgrudou da barra e sem saber se chorava ou se gritava, eu vi!...
Meu filhinho morrer, entre aplausos e gargalhadas.
 
O PALHAÇO

Monólogo de um menor abandonado

 
MONÓLOGO DE UM MENOR ABANDONADO

Antônio Antunes Almeida

- Sabe... têm certas horas que eu não compreendo certas coisas. Se a vida que é assim, ou eu que nasci errado.
- Olha... eu queria ser também igual a você!
- Gostaria de sorrir da mesma maneira como você faz.
- Queria ser bonito, sadio e alegre. Saber falar igualzinho a você, dizendo para os meus amiguinhos: olha,... o papai trouxe uma porção de presentes para mim, de Nova York!
- Queria tanto ter uma bicicleta! Mesmo que fosse igual aquela que você não usa!
- Sabe... eu tenho muita vontade de ser respeitado, amado, pra falar a verdade: eu queria mesmo era ser tratado como uma criança, que sente vontades e que têm ilusões.
- Sabe... quando vejo você passar para ir à escola, eu sinto um pouquinho de inveja. Mas não é do seu uniforme novo, porque esse eu ainda posso usar; pois logo ele estará no lixo e eu irei recolhê-lo, mas sem que você veja, é claro! Pois tenho um pouquinho de vergonha. A inveja que eu sinto mesmo é que você pode entender as palavras dos cartazes e eu somente compreender as figuras.
- Sabe... eu nunca falei a ninguém essas cousas e nem poderia falar. Pois sou um pivete e poderia acabar internado num desses hospitais de loucos ou até mesmo na Febem. Que Deus me perdoe!
- Mas hoje foi diferente. Dizem ser o dia da criança. Pra falar a verdade eu não entendo muito bem essas cousas.
- Hoje, quando fui à escola da palmeira catar no lixo um pedaço de hambúrguer, ouvi e vi as crianças cantando poesias, recebendo abraços e uma porção de presentes.
- Você não vai acreditar!... Senti uma coisa apertar dentro de mim. Eu acho que é dor de tristeza, porque nunca recebi um presente nem mesmo um abraço.
- Sabe... alguma coisa eu entendo. Poderia até mesmo falar na televisão. Aí eu falaria para todos os Presidentes do mundo; desistirem das guerras, senão elas farão com que eles um dia fiquem iguais a mim: tristes; famintos e sem lares. Eu juro que falaria também, de tal ônibus espacial e muitas outras coisas que eu já ouvi falar por aí, que custa muito caro e que daria para comprar muitos sorvetes, carrinhos e talvez até uma bicicleta nova igual aquela com a qual às vezes sonho.
- Ah! Deixe isso pra lá, não ligue para essas coisas nem me leve a mal, falo por falar!
- Olha... hoje foi diferente mesmo, eu chorei! Mas você não viu, tenho certeza! Vi você chegar correndo em casa e gritar a sua mamãe. Vi também, quando ela tomou você nos braços e o beijou. Foi aí que chorei; porque eu nunca tive uma mamãe pra me abraçar, nem mesmo uma palavra amiga para me consolar em horas difíceis como esta. Devo ter sido abandonado como outros por essas vielas.
- Meu Deus! Anoiteceu e eu nem tinha notado! Foi tão bonito ver você chegar, que eu até me esqueci das horas. Agora, eu também vou para casa dormir! É tão perto da sua que dá pra ver o seu quarto e a sua mamãe acender a luz para cobrir você. Só que a minha casa não tem portas, nem janelas e entra muito frio, lógico! Pois é ali sob a escada do metrô que eu moro!
- Aí, não custou nada e eu já estou também em casa.
- Mas tenho tanta fome! O pior é que começou a chover. Faz tanto frio que as minhas pernas estão fincando!
- Ah! Se eu tivesse ao menos uma coberta, que bom seria!
- Sabe... eu já estava preocupado com você; pois sempre vejo sua mamãe levar todas as noites o seu lanche e depois o cobrir. Beijar seu rosto e apagar as luzes. Só que hoje ela demorou um pouco mais e eu sei como é duro dormir de barriga vazia. Ainda bem que ela chegou!
- Que silêncio incrível! Difícil de acontecer. A não ser este barulho da chuva, nada ouço!
- A sirene da fábrica apitou e eu não consigo dormir. Meu corpo está doendo tanto! Deve ser aquela água suja que eu bebi e que o moço disse ter tal de “cóler”. Algo estranho está acontecendo comigo. É tão esquisito! Não consigo me deslocar. Minha visão está turva, acho que vou desmaiar! Oba! Que bom como dizem por ai: Deus tarda, mas não falta! Daqui a pouco os homens vão me levar para o hospital e terei também uma cama e um prato de comida igual a você, pelo menos por um dia.
- Sabe... às vezes eu me revolto contra a vida, porque a sinto tão vazia! Pois queria tanto que alguém acreditasse em mim, me desse uma oportunidade. Tenho certeza que consigo fazer muitos serviços e poderia até ser útil. Por exemplo: eu poderia vigiar o portão enquanto o seu filhinho brincasse. E juro que não ia pedir para brincar! Porque já me acostumei a sentir prazer apenas vendo outras crianças felizes brincarem. A própria vida me ensinou a retirar das pequeninas coisas, o mínimo necessário para suportar a solidão e o desígnio de ser pivete.
- Mas mesmo assim vou dizer uma coisa: ando meio desanimado de viver! Sempre tão só!
- Pior é que sempre ouço dizer: - "O pivete será o criminoso de amanhã". E isso faz com eu sinta muito mais as amarguras da vida e cada vez mais obscuro o meu horizonte.
- Sabe... eu sinto muita fome e muito frio! Estou regelado! Minha cabeça dói tanto! Minha voz está sumindo! Mas ainda há tempo de pedir a vocês que neste instante, dormem serenos no aquecido e aconchegante interior de seus lares. Só que para mim já não adianta mais! Quem sabe consigam um dia dar um pouquinho de amor para outros iguais a mim, marcados pela mesma crueldade do destino.
- Àqueles que nunca conseguiram compreender o nosso direito a uma digna sobrevivência, farei minhas orações junto ao papai do céu.
- Quero pedir também que os perdoem: pelo pão que não tive e pela coberta que me negaram.
E naquela manhã gélida e sobre aquele concreto frio e mudo; que consumiu as restantes migalhas energéticas daquele pequenino corpo, que conheceu a grande travessia, ficaram: as marcas das lágrimas de dor e de angústia, do desespero da agonia solitária de um menor abandonado.

O autor é advogado e seu e-mail é: antonioantunesalmeida@hotmail.com
 
Monólogo de um menor abandonado

DESPERDÍCIO

 
DESPERDÍCIO


No redemoinho que galopa o medo,
No relâmpago que impressiona o fraco,
Na fumaça, que sufoca também a vida,
Um homem vê triste, o vazio do prato.

Nas reminiscências que alegram a vida,
No idealismo que um dia ficou pra trás,
Na expectativa que acompanha o jovem,
Falta sempre comida ao filho e tudo mais.

Na velocidade incrível do cometa Halley,
Na potência inexaurível que gera Itaipu,
No aumento impressionante delinqüência,
Passo fome quieto pra não ser mais um.

Nos abusos insensatos e cruéis do poder
Na miséria lamentável que se vê na rua,
Na fortuna que se gastam sem dó à toa,
Fome terrível na terra e foguetes na lua
 
DESPERDÍCIO

É uma pena, mas você não leva.

 
É uma pena, mas você não leva.


Antônio Antunes Almeida

Caros amigos:
Hoje quero ter uma conversa com aqueles que são políticos, eleitos pelo voto popular e também com você que de uma forma ou de outra está engajado em alguma Repartição Pública a serviço do povo.
É muito comum ouvirmos que alguém está apropriando indevidamente de dinheiro público, ou que está ganhando dinheiro ilicitamente com os favorecimentos escusos.
Os espertinhos pensam que o povo não sabe de nada ou ficam de tal forma envolvidos com a roubalheira que não se preocupam com o que está sendo comentado.
Sempre existe uma primeira vez. Como todos nós sabemos, muitos homens têm preço. Alguns são mais caros outros mais baratos. Existem também, aqueles que com certeza, não se vendem; caso contrário: a proposta surge, o olho cresce, a coragem aparece, a dignidade afasta e a corrupção acontece.
E tão comum nos dias de hoje encontrarmos políticos eleitos ou pessoas que ocupam cargos públicos, entre eles, os demissíveis “ad nutum” que antes do mandato ou de ocuparem os cargos eram pessoas pobres e até honestas, logo depois os seus patrimônios triplicaram-se sem explicações plausíveis. Se fizermos as contas dos salários percebidos no transcorrer do tempo que estiveram usufruindo do poder é de se notar que houve realmente uma apropriação, de valores, que não constava da sua folha de pagamento.
Tome como exemplo alguma pessoa da vida pública que você conhece que se enquadre nessas condições e procure fazer a seguinte avaliação: analise como era a situação financeira, do mesmo, antes da oportunidade ou da infelicidade de tornar-se um homem público. Trace agora um paralelo do antes e do depois e faça o cálculo do “quantum” recebido; multiplicado pelo tempo de permanência no cargo. Se no final estiver mais ou menos empatado podemos acreditar que se trata de um bom cidadão, mas se a diferença de patrimônio for muito grande e o serviço público a única fonte, com certeza é um grande ladrão.
Até ai tudo bem, conseguiu enganar a todos com destreza ou pelo menos pensa que conseguiu enganar. Sinceramente eu não pretendo julgar você nesse artigo apenas alertá-lo porque eu sinto tanta pena, mais tanta pena que ao invés de lhe censurar prefiro é pedir a Deus por você que o perdoe pelo que não conseguiu enxergar e Tenha Misericórdia pelos erros que você cometeu.
Quando você estiver passeando no seu carro novo ou no seu avião, de férias em algum outro país, ou mesmo por alguma praia qualquer; quando estiver sentado em restaurantes luxuosos, saboreando um apetitoso caviar ou um belo churrasco, estiver promovendo uma super festa para os seus convidados de elite, estiver comprando roupas caras de marcas famosas, ou até mesmo estiver sendo bem tratado no caso de alguma urgência médica com profissionais a sua disposição em apartamento com acompanhantes em algum hospital luxuoso. É bom lembrar que Deus permite a cada um de nós, através do nosso livre arbítrio o direito de realizar tudo aquilo que desejarmos; mas em contrapartida nos dotou com um dispositivo chamado consciência e não há nada mais terrível do que o cárcere dessa própria consciência.
É exatamente agora que eu quero chamar a atenção, para que quando você estiver em alguma das cômodas situações acima descritas; alguém estará certamente caminhando no frio há mais de horas para chegar ao trabalho dentro do horário, ou estará em um lixão recolhendo migalhas deixadas na sua opulenta mesa; ou quem sabe recolhendo o agasalho que você jogou no lixo porque não gostou muito da cor; ou se nada disso for quem sabe alguma mãe espera sob a chuva, a hora de fazer a matrícula do filho; ou quando não está com o próprio filho nos braços na porta lotada de algum hospital por ai, desesperada sem o mínimo recurso apenas com os aplausos da fome e da dor.
Caro ladrão: é por sua culpa que outros padecem. Quero apenas lhe recordar que de nada adianta apropriar-se indevidamente, pois o alheio chora o dono. Certamente quando a doença também lhe bater às portas, o câncer visitar o seu corpo ou a morte começar a lhe estender as mãos e você olhar para toda a sua fortuna, construída com os recursos que você desviou que não lhe pertenciam e sim aos necessitados. Construiu castelo para saciar sua tara maldita! Vai saber que tudo ficará para trás, que jamais fará fartura aos seus dependentes e que não levará nem um centavo no bolso, pois a única moeda que agora terá valor para aquisição de sua paz, serão as virtudes encontradas no seu coração.
Pare e reflita, valeu a pena?!
 
É uma pena, mas você não leva.

Carta a um amigo do ano 2080

 
CARTA A UM AMIGO DO ANO 2080


Nepomuceno 12 fevereiro de 2009.

Prezado amigo:

É um momento nefasto para mim através desta missiva levar até você as minhas sinceras condolências, pelo passamento da restante virtude existente: o amor...! Que acaba de ser conturbado, ou melhor, exterminado pelo seu próprio povo neste seu país tecnológico.
Acredito piamente no seu sofrimento, porque nós já estamos começando a sentir essa angústia que você sente hoje. Embora invitos, isto é, forçados caminhamos na mesma direção.
Meu caro amigo: esta misantropia que hoje, o confina em seu quarto, é a seqüela da almejada tecnologia que mistifica o ser humano e neste momento sinto total e plenamente a sua dor. Mas de qualquer forma tomo a liberdade, pois, gostaria que você como vivente do ano 2080 fosse o espelho para essa nossa gente de 2009.
Mostre a ela como você é só.
Diga-lhe também, que muitos dos seus amigos são cegos, não conversam, e verdadeiramente pilatos. Que suas fisionomias são chocantes e alimentam-se de energia nuclear, que possuem pele totalmente ferrosa e o seu cérebro é um processador com chips de milhões de giga bits. Para ser claro, muitos são robôs. Diga-lhes também, o que você me falou pelo éterfone na semana passada: que os homens estão aproveitando do poder e a cada minuto que passa é um genocídio a mais.
Ah! Ia me esquecendo: diga-lhes também, que milhões de seres morrem à míngua nesse ano 2080. Existe tudo, mas falta tudo, principalmente a fé, o respeito e a dignidade. Diga-lhes também que os homens que governam o seu país apaixonaram-se pelo poder, foram dominados pela vaidade e nada mais importa a não ser desvendar os mistérios de Deus; destruir bilhões e Bilhões de dólares pelo espaço nem que para isso crianças sejam sacrificadas pela fome, e que a doença prospere geometricamente por falta de verbas.
Que se consomem bilhões de dólares do governo somente em publicidades políticas para se reelegerem e com esse dinheiro poderiam construir milhares de novos empregos. Tirarem das ruas aqueles que sofrem.
Outra coisa importante que gostaria que você falasse também: As gangs violentas que dominam às ruas do seu país. Diga-lhes também que tudo isso é gerado pela falta de uma política participativa. Por falta de horizonte os jovens acabam sendo excluídos pela frustração de não terem um emprego, gerando, portanto uma revolta íntima que se transforma em ódio contra o poder. Este elitizado e muito distante das massas.
Mas uma coisa você me garantiu: que os dirigentes de seu país são riquíssimos e boníssimos, pois estão comprando armas e armazenando todo o explosivo possível, não querem que o povo sofra mais:
Vão explodirem o mundo!
Sem mais para o momento, com os protestos de elevada estima e distinta consideração, firmo-me,

Cordialmente.

ANTÔNIO ANTUNES ALMEIDA
 
Carta a um amigo do ano 2080

SER FELIZ

 
SER FELIZ

Ser feliz é vencer as intrigas da própria alma.
É navegar sozinho na própria solidão,
É galgar os píncaros maldosos da inveja,
É amar o incógnito e possuir a terceira visão.

Ser feliz é debruçar na janela da angústia.
É pisar nos espinhos impiedosos da tristeza,
É adentrar o labirinto frenético da loucura,
É ver na catedral dos sonhos, a sua beleza.

Ser feliz é sorrir e vencer enquanto chora.
É amar e oferecer perdão enquanto odeia,
É doar a quem precisa e que tem fome,
É respeitar, com o coração, a boca alheia.

Ser feliz é afastar-se consciente da vaidade.
É apartar-se do orgulho nato sem rancor,
Ser feliz é amar à verdade, é sorrir à vida,
É dormir e amanhecer na paz do senhor.
 
SER FELIZ

O QUE EU SOU PRA VOCÊ

 
O QUE EU SOU PRA VOCÊ


Eu sou o cheiro do vento.
Eu sou o remanso dos lagos.
Eu sou a beleza das ondas,
Eu sou a estrela no espaço.

Eu sou a tragédia de Hiroshima.
Eu sou o atentado ao Papa.**
Eu sou os famintos da Etiópia,
Eu sou a humilhação do tapa.

Eu sou este sol que ilumina.
Eu sou esta lua que acalma.
Eu sou o balão que sobe,
Eu sou o eco dos vales.

Eu sou o fumo que queima.
Eu sou o amargo do fel.
Eu sou o aceno da partida,
Eu sou o drama de Israel.**

Eu sou o diamante da rocha.
Eu sou o calor do sol.
Eu sou a importância do sangue,
Eu sou a semente do girassol.

Eu sou o trombo nas veias.
Eu sou o raio na chuva.
Eu sou o desespero da fome,
Eu sou o filho que a mãe excomunga.

Eu sou este ar que dá a vida.
Eu sou essa água do solo.
Eu sou o perfume da flor,
Eu sou o poeta de outrora.

Eu sou a angina no peito.
Eu sou a avalanche nas neves.
Eu sou o furacão do sul, **
Eu sou a escuridão das trevas.

Eu sou o canto dos pássaros.
Eu sou o sabor do prazer.
Eu sou a doçura do mel,
Eu sou a alegria do viver.

Eu sou a cureta que mata.
Eu sou o filho que não pode gritar.
Eu sou a mãe que o assassina,
Eu sou a dor de quem não pôde evitar.

Eu sou a pedra que rola.
Eu sou o sino que toca.
Eu sou o flúmen que corre,
Eu sou o giro da roca.

Eu sou o simulacro da forca.
Eu sou o caminho do mal.
Eu sou a alucinação do delírio,
Eu sou o ardor do espinho, da lança e do sal.

Eu sou a caverna de inermes.
Eu sou a esperança dos pobres.
Eu sou o carinho da brisa,
Eu sou o segredo dos cofres.

Eu sou o agouro dos corvos.
Eu sou o veneno das cobras.
Eu sou o fogo da brasa,
Eu sou o carrasco com as cordas.

Eu sou o sorriso da criança.
Eu sou a experiência dos velhos.
Eu sou o conto das fadas,
Eu sou a encarnação de Eros.

Eu sou da granada o estilhaço.
Eu sou o golpe da foice.
Eu sou do karatê o seiken,
Eu sou do burro o seu coice.

Eu sou o livro que ensina.
Eu sou o princípio da sorte.
Eu sou o orvalho da noite,
Eu sou o encanto da morte.

Eu sou o pavor do medo.
Eu sou o nervoso do gago.
Eu sou a picada da abelha,
Eu sou o estrume do gado.

Eu sou a lente do míope.
Eu sou a bengala do cego.
Eu sou a morfina inibindo a dor,
Eu sou o mistério do ego.

Eu sou Goneril e Regane.
Eu sou a procela que mata.
Eu sou o Vesúvio destruindo,*
Eu sou a cólera que ataca.

Eu sou os jardins do Éden.
Eu sou a perfeição dos caracóis.
Eu sou o festival de Cannes,
Eu sou o mágico de Óz.

Eu sou o homem perdido na lua,
Eu sou o mendigo na Terra.
Eu sou a justiça clamando,
Eu sou o fogo subindo a serra.

Eu sou a boca sorrindo.
Eu sou a liberdade do pássaro.
Eu sou o coração de menino,
Eu sou o cometa que passa.

Eu sou os fanáticos de Moon.
Eu sou o tal papa do diabo.**
Eu sou a orgia dos Bórgias,
Eu sou esse carrossel de crápulas.

Eu sou a brisa que beija os lábios.
Eu sou o suspiro que afoga as mágoas.
Eu sou a lembrança que transcende os anos,
Eu sou a vitória desse povo fraco.

Eu sou as fábricas poluindo os rios.
Eu sou o monóxido envenenando os ares.
Eu sou a escória atômica que assombra o mundo,
Eu sou a televisão que destrói os lares.

Eu sou a droga que cura o câncer.
Eu sou o vento que espanta os males.
Eu sou o extintor que apaga o fogo,
Eu sou força que controla a garra.

Eu sou o sismo que abalará Chicago.*
Eu sou o maremoto que destruirá as naus.
Eu sou a corrupção em forma de governo,
Eu sou o vulcão que destruirá Manaus.*

Eu sou a mão que oferece comida.
Eu sou a sombra que protege o gado.
Eu sou o oásis que salva no deserto,
Eu sou a fé, na hora aflita do parto.

Eu sou os megatons da morte.
Eu sou os mísseis teleguiados.
Eu sou Hitler exterminando judeus,
Eu sou a foto dos assassinados.

Eu sou o sono que refaz do cansaço.
Eu sou a noite para que você possa dormir.
Eu sou o sonho que completa a felicidade,
Eu sou a manhã disposta do agir.

Eu sou a hidrofobia no homem.
Eu sou o vírus da peste suína.
Eu sou a febre aftosa no gado,**
Eu sou a privação da vacina.

Eu sou o farol da Alexandria.
Eu sou o silêncio dos templos.
Eu sou a alegria da Disneylândia,
Eu sou o amor dos novos tempos.

Eu sou o Judas da mesa.
Eu sou o esquadrão da morte.
Eu sou Nero incendiando Roma,
Eu sou a rês a caminho do corte.

Eu sou os versos que animam a vida.
Eu sou a viola que embeleza o forró.
Eu sou a cigarra que canta e chora,
Eu sou o bailar da pedra mó.

Eu sou a artrose nas juntas.
Eu sou a ardência do calo.
Eu sou a cólica nos rins,
Eu sou a conjuntivite nos olhos.

Eu sou os brinquedos do parque.
Eu sou o iate deslizando no mar.
Eu sou a pipa colorida flutuando,
Eu sou o balão majestoso no ar.

Eu sou o bromato no pão.
Eu sou a canjiquinha na carne.
Eu sou o herbicida no campo,
Eu sou a coceira da sarna.

Eu sou o coração de Gandhi.
Eu sou a esperança no interferon.
Eu sou a melodia da música,
Eu sou do violino o teu som.

Eu sou o financiamento no banco.
Eu sou a cruel prestação do BNH.
Eu sou o pai que abandona a família,
Eu sou os juros que fazem o homem pirar.

Eu sou o médico extirpando o mal.
Eu sou o dentista aliviando a dor.
Eu sou o advogado defendendo a liberdade,
Eu sou o espírita pregando o amor.

Eu sou a serpente preparando o bote.
Eu sou o escorpião injetando o veneno.
Eu sou a aranha mordendo a criança,
Eu sou, também, a febre do feno.

Eu sou a beleza do cisne.
Eu sou o encanto do pavão.
Eu sou a elegância da seriema,
Eu sou o colorido do faisão.

Eu sou o tumor no cérebro.
Eu sou a inflamação do baço.
Eu sou a gangrena na perna,
Eu sou a fratura do braço.

Eu sou o prêmio da loto.
Eu sou a aposta no bicho.
Eu sou a federal premiando,
Eu sou a sena fazendo ricos.

Eu sou a visão terrível do futuro.
Eu sou as águas cobrindo a Europa.**
Eu sou a doença do líder Arafat,**
Eu sou o suicídio tristonho do Papa.*

Eu sou o governo da massa que virá.
Eu sou o povo festejando nas ruas.
Eu sou a expectativa nova que nasce,
Eu sou o mundo respeitando o novo líder.

Eu sou a cruel febre atômica.*
Eu sou esta doença infernal.
Eu sou a pele desmanchando,
Eu sou a seqüela menor deste mal.

Eu sou Deus por entre as nuvens.
Eu Sou o exército fantástico dos anjos.
Eu sou os clarins anunciando a Ave Maria,
Eu sou nessa hora o infinito e os seus encantos.

Eu sou o blake out assustando São Paulo.**
Eu sou Angra II, a usina assassina.*
Eu sou a doença que virá mais forte que o câncer,**
Eu sou a tragédia que marcará a china.**

Eu sou o alcoólatra que regenera e sorri.
Eu sou a alma que consegue a salvação.
Eu sou o dependente que supera o vício,
Eu sou o pai concedendo ao filho o perdão.

Eu sou esses homens empedernidos.
Que esta Terra conseguirão destruir:
Pois no lugar da paz, fazem a guerra,
Criam a peste, a violência, os foguetes.
Mas criam também manicômios,
Para seus próprios produtos, poderem consumir.
( (Poema escrito em 10 de outubro de 1976).
 
O QUE EU SOU PRA VOCÊ

VERSOS DE AMOR

 
VERSOS DE AMOR

Quando me chamam dizendo: poeta!
Agradeço e digo: Obrigado Senhor!
Nada mais faço com as palavras,
Do que transformar ódio em amor.

Quando escrevo é a alma quem fala,
Não me pertencem nenhum desses versos.
Apenas coloco à disposição minhas mãos,
E o espírito do bem se incumbe do resto.

Quando finalizo e leio certos trabalhos,
Às vezes eu gosto outras vezes nem tanto.
Releio e comento sempre comigo mesmo,
Alguns versos são feios, outros um encanto.

Quando então fecho os meus olhos,
Desligo-me com alegria do mundo profano.
Minh’alma viaja e busca no éter cósmico,
Palavras que confortem o que o homem reclama.

Quando mil anos forem já passados,
No planeta já não existir mais nenhuma dor,
O homem conscientizado pelas provas e expiações,
Eu ficarei feliz, pois escrevi um dia versos de amor.
 
VERSOS DE AMOR