Tenho em mim toda a tristeza do dia,
Como se todos os mortos lembrassem,
A culpa que carrego e me atrofia,
A mesma que não tenho, se pensassem.
Se uma palavra sou, melancolia,
Tão certa quanto os anos que passassem,
De agora até renascer a alegria,
Nos rostos tristes que se imaginassem.
Mais frias só as pedras sepulcrais,
Onde me sento, adormeço e repouso,
Entre as flores que tanto lhes dão gozo…
O que sou, sinto-o em versos que não ouso,
Cantarolas nos ouvidos mortais,
Imersos nas coisinhas triviais.
02 de Novembro de 2009