Perdi um poema
Ainda ontem tinha a certeza que te tinha escrito, e tive pena quando pensei que te tinha perdido. Esquecido por momentos, o meu querido poema assustou-me de novo, porque não me lembrava como era ele. Eu sei que tinha pensado em ti, enquanto a escrever, chorei sobre as páginas do caderno da minha vida mas, como era tão dura a mágoa e constante a agonia, continuo a dizer que não me recordo daquele poema.
Aquele que eu mais queria, foi preciso perde-lo para sentir a sua falta e mesmo sem me ocorrer o que escrevera, passou a ser o mais lindo e desejado.
Perdi um poema e voltei a encontra-lo mas o mesmo sentimento, aquele que vivi, escondeu-se no meu pensamento e por isso não te escrevi.
... para todos os amantes
Para que se escrevam palavras sentidas,
E exista na essência destas uma enorme dor,
São necessárias que se cruzem vidas,
E nelas se construa o amor.
Sem preceitos de barões, ou mantas estendidas,
Tapetes vermelhos e incensos de falso odor,
Provocantes cores, desgastantes ou deprimidas,
Apenas um suave toque de charme, com imenso sabor.
Quero assim fugir destas provas adormecidas,
Ignorar figuras, credos ou o grande pensador,
Elaborar enredos, desafiar escolhas descabidas,
Para que, a cada dia, sejamos sempre o reflexo do Amor.
Paralelos da memória
Aceitando e sem demoras, resolvi, percebendo o difícil desencanto da (in) imaginação acordar do medo.
Escondido por perto dos dias distantes, numa recordação permanente que me obrigo, amo o amor que me foge, e desviando-me empurrado pelo desprezo aqueço o inevitável e propositado vazio frenético que me expulsa de tudo quanto me mostraste.
Não é fácil por palavras descrever o que sinto, mas mais difícil que dize-lo, é escreve-lo ainda que por momentos, tão frágeis e, … são sentimentos.
Mentira, não o que escrevo quando me permito mas porque mais longe está a oportunidade a cada segundo que passa, o encontro casual com o que não escuto porque te escondes no próprio amor que me disseste pertencer.
“Acreditas na casualidade? Eu acredito no que sinto por ti.”
Foi por momentos que trocamos de novo o olhar, com a promessa em palavras que nos voltaríamos a ver, mas até hoje, … parece ter sido ontem, mas faz algum tempo.
Sinais ou desígnio
Porque não me ouve? Simplesmente porque não me quer ouvir.
Não porque me falte algo para lhe dizer, mas porque nada do que digo é o que desejas ouvir.
Amo-te e não o digo por dizer, …
Amo-te e é um Amor sem o poder viver.
Não percebi os sinais que me dava a negar este Amor, mas agora que os entendo, sei que nada posso fazer.
Tarde demais?
Não, simplesmente é o que tinha de ser, … tenho pena, porque continuo a sofrer.
E porque me obriga a estar assim, quando eu já estava tão mal.
Não tenho saída.
Não tenho vida, preciso de si, sim de si.
Mas se a Amo assim é porque alguém pode ceder.
Onde estás meu Amor?
Sabes como falar comigo, só tu sabes e não o preciso dizer por ninguém,...
Não estou longe, tu sabes disso
Deixa-me estar junto de ti, quero-te comigo, vem.
Onde foi que encontraste esse olhar?
Nasceu contigo a beleza, és linda mas vou-te esquecer.
Um caso de estar mal com tudo e com todos. Uma doença, miséria que perdura e resiste imoral.
Qualquer sombra, transforma o mundo em pequenas prisões, em casulos de esperança retardada.
A cadeira em que me sento, não me incomoda, dá-me sono e tristeza, arrasta-me para a solidão e de longe enerva o tempo que me resta.
Oxalá exista um fim sem princípio, curto, repentino e penoso como as faltas que o ar me retira dos pulmões, a boca seca, as agonias, os insultos, o pânico de morrer a teu lado.
Não entendes, não sabes o que é isso, eu vivo assim, assustado, sob a ameaça constante da tua ausência, do teu olhar distante.
Acorda-me de novo e volta a sorrir, eu agradeço-te outra vez.
...e radares para todos
Por estes dias, muito se tem falado dos radares para o controlo de velocidade instalados em Lisboa e finalmente ao que publicitam a funcionar em pleno, ou seja a facturar.
Digo isto porquê?!
Em primeiro lugar como bom condutor português que sou (…)
Não estão incluídos todos os condutores portugueses que:
• Ainda não causaram acidentes de viação,
• Ainda não foram multados por excesso de velocidade ou mau estacionamento,
• Ou multados por condução sobre o efeito do álcool, não pois eu não consumo bebidas alcoólicas.
(…) também já fui multado por excesso de velocidade.
Não fui caçado por um radar fixo, mas sim por um belo BMW que ia pelo menos á mesma velocidade que eu (no mínimo 170 km/h em plena recta da A2 sentido Norte Sul), no entanto o gozo do condutor do BMW foi maior que o meu, pois eu apreciava com tranquilidade a condução a caminho do meu emprego e fora multado, enquanto o Sr. Agente divertia-se “perseguindo-me” alegremente ao volante da sua bela máquina (sua quer dizer, paga por todos nós) enquanto o Sr. Agente Pendura realizava mais uma de muitas sequelas, que o iriam fazer sacar do livrinho com aquelas famosas folhas de papel químico em triplicado.
Bem mas considerandos á parte e ironias ultrapassadas, vou directo ao assunto.
Quem não conhece o IC 19?
E quem não sabe o que é o Inferno de transitar por tal itinerário?
Até aqui nada de novo.
OK! Alargamento do troço Cacém – Ranholas para 3 vias de rodagem para cada lado, até aqui, também tudo normal.
Agora, e uma vez que também já senti na pele as infracções de transito por mim cometidas e por outros, pergunto:
Porque razão está um veículo automóvel do tipo Break cor cinza, estacionado logo a seguir á saída N12 (acesso a Algueirão) já no troço final do IC 19, no sentido Lisboa – Sintra, que apesar de também estar a ser alvo do dito alargamento, coincide com uma recta de boa visibilidade, que raramente está congestionada?
(Salvo em hora de ponta, mas nesse caso não está lá parqueado o dito veículo).
Para mim, e depois de muito pensar no assunto, uns longos dois segundos, encontrei a resposta: Caça á multa, ou por outras palavras roubo descarado.
Sim, eu sei que existe sinalização vertical que indica o limite de velocidade 60 km/h, mas e o argumento da prevenção de modo visível e dissuasor?
Tem piada, “podemos” ser quase esmagados pelo carro que vem coladinho ao nosso na fatídica curva do Cacém, vemos passar constantemente viaturas a velocidades superiores às permitidas nas auto-estradas na recta dos comandos (Amadora) na curva e na recta logo a seguir á saída do Palácio de Queluz, até corremos o risco de sermos cuspidos para fora da estrada entre os apertados separadores de Paiões até a Rio de Mouro, mas, … aí não, aí não está o radar.
Ironia depois da tempestade vem a bonança, depois da guerra civil em praticamente todo o IC 19 vem o radar, brilhante, não acha?
…e radares para todos.
Nestas frases ocultas
Nestas frases ocultas, encontro os pensamentos;
Não os meus, mas aqueles que quero que sintas;
São frases estranhas, perdidas nos sentimentos;
Não os teus, mas aqueles que não queres que eu sinta.
São palavras com um sentido,
Frases escritas uma e outra vez;
São mágoas de um desejo vivido,
Uma mentira, ou algo que o nosso amor não fez.
Obrigado, é como me sinto,
Num silencio em tua direcção,
Triste por não respeitares o que sinto,
E porque, quanto mais não fosse, merecia ouvir um NÃO.
Uma frase, tantas desilusões
Numa frase que passamos à frente esperamos um sem fim de problemas e contradições, porque as tais frases embora por vezes pequenas, podem-se transformar em enormes desilusões.
E esquecida que ficou esta frase, aquela e tantas outras, agora talvez esperas e não encontras a razão nos porquês.
Passas à frente, sentaste e esperas também tu por um dia melhor, por um momento na vida ou por uma história que não acontece…
Com saltos deslumbrantes sem alegria ou tristeza, pensas outra vez que bem te fazia, que te lembrassem por uma vez, a frase que não dizias.
Queres ouvir quanto isso importa, queres obrigar a que te fechem a porta, para que te sintas livre e sem as obrigações de que convive neste mundo de traições. Essa porta não existe, esconde-se por trás de um espelho e porque tudo é triste também tu um dia saberás que esse espelho jamais existe.
São os que te olham olhos nos olhos, os únicos que te podem enganar, não hoje, não agora mas talvez um dia, por este aviso me cumprimentes.
E também eu me obrigo a ser quem sou para fugir do perigo de morrer à imagem daquilo que não sou.
Sou o que sou penso nisso e também por vezes me sento, dou comigo com os braços apoiados nas pernas de mãos na cabeça e a pensar, e penso por agora pois um dia todos vamos morrer.
Uma morte doce, sem dor bem descansada é o “todos desejamos”, mas sempre depois de uma vida desperdiçada. E porque não aproveitámos a vida preenchemo-la de dor, não de um filho parido ou de um dente arrancado, mas de um coração sentido de tanto mal e erradamente abandonado.
Que o ódio me leve em vida e que o meu sofrimento se arraste por muitos e longos anos até que um Amor não me minta e um desgosto não me abafe.
Sentido poético do Amor que nunca existiu.
Foi mais um dia que passou e continuo a pensar em ti.
No imenso vazio que me colocaste, encontro o eco das palavras, aquelas ditas por ti, sentidas por ambos, mas inesquecíveis somente para mim.
Não espero por nada que me torne feliz, embora o tempo me insulte com chamamentos dolorosos e suaves de ódio, aqueles que fortemente me encostam á parede a cada momento que passo, …
É tão forte também este negar da realidade que me magoo num sem querer de lembranças, e prossigo indiferente, como me fazes sentir e porque me persegues, somente te certificas que estás longe, longe do meu toque aquele que disseste ser delicado, daquele a quem várias vezes fizeste sentir amado, mas… outra vez sem gestos teus, continuo escrevendo baixinho bem longe do teu lindo olhar, porque as palavras que não escutas deste meu livro não podes apagar.
Continuo escrevendo e dizendo porque te amo, e amo-te porque é isso que sinto, e reconheço o ódio porque sei o que é amar, mas não vi lágrima que fosse de pura chama que no meu vazio perdido se combinasse num amar fogoso, mas num frio que apunhala, não pelas costas mas no amor que me fugiu.