Para alguém...em especial.
Consideras-te superior.
Tens na mania da grandeza.
Achas que és o maior.
Pensas que és sua alteza.
Tens essa maneira de pensar,
Porque da vida nada sabes.
Pensas que nada te pode igualar,
E satisfeito, em ti não cabes.
Assim, vais vivendo satisfeito,
Com tudo aquilo que não sabes.
Nos outros, só vês defeito,
E isso faz com que te gabes.
Já vi muitos ignorantes,
Que pensavam ser superiores.
Acabarem em instantes,
Por serem tristes actores.
Já vi muitos convencidos,
Que por viverem arrogantes,
Na vida foram vencidos,
E ficaram ignorantes.
Apesar do que já vivi,
Eu ainda não vi tudo.
Mas por já ter visto o que vi,
É a razão porque não mudo.
zeninumi 21/8/2007
Vai ser bom...não foi ?
Durante a vida, todos nós fazemos isto:
Esperar, por o que não vem.
Procurar, o que não se encontra.
Querer, o que não se tem.
Ter, o que não se espera.
Vir, o que não se tenta.
Encontrar, o que não se procura.
Tentar, o que não se consegue.
Conseguir, o que não se procura.
Crêr, no que não se deve.
Acreditar, no que não se vê.
Ver, o que não se espera.
Falar, o que não se ouve.
Ouvir, o que não se fala.
Encontrar, o que não se procura.
Vir, o que não se espera.
Ter, o que não se quer.
Esperar, o que não se tem.
Querer, o que não se encontra.
Conseguir, o que não se tenta.
Tentar, o que não vem.
Procurar, o que não se consegue.
Dever, o que não se crê.
Ver, o que não se acredita.
Esperar, o que não se vê.
Acreditar, no que não vem.
Crêr, no que não se encontra.
Conseguir, o que não se tem.
Tentar, o que não se deve.
Encontar, o que não se vê.
Querer, o que não se procura.
Procurar, o que não se deve.
Ver, o que não se procura.
Dever, o que não se espera.
Esperar, o que não se consegue.
Ter, o que não se tenta.
Encontrar, o que não se tem.
Tentar, o que não se quer.
Conseguir, o que não se espera.
Depois de termos passado por tudo isto, de certeza que já cá não estamos para escrever mais nada.
zeninumi 11/9/2007
Verdade radical.
Tudo aquilo que se escreve
Se não tem grande sentido,
Para pouco ou nada serve
E é só tempo perdido.
É como certas conversas
Que têm certas pessoas,
Com opiniões inversas
Ás ideias que são boas.
Que só procuram fomentar
A razão do seu conceito,
Para poderem aumentar
O seu próprio proveito.
Nunca se preocupando
Com quem possa estar mal,
E que só vão procurando
Fazer de ti um vegetal.
Para poderem eles ter
Tudo á sua vontade.
O controle do poder
E a escolha da verdade.
Porque tendo o poder
Tudo será alcançado.
Tudo poderão fazer
Sem nada lhes ser negado.
Zeninumi 27/2/2008
Para pensar 1.
Não mostres do que és feito,
A alguém que não conheças.
Porque ninguém é perfeito,
E disso, nunca te esqueças.
zeninumi 20/8/2007
Miséria alheia.
Poucos são os que se importam
Com a miséria que alastra,
E muitos deles nem suportam
Quem na miséria se arrasta.
Se ao longe vêem um pedinte
Olham de um modo velado,
E passam para a rua seguinte
Só para não lhe passar ao lado.
Tentando fazer de conta
Que não se tinham apercebido,
Atitude que remonta
A um sentimento esquecido.
Talvez se já soubessem
O que custa passar fome,
E as dores que acontecem
A quem quer, mas que não come.
Não procedessem desta forma
E mudassem de atitude,
E criassem outra norma
Para que a miséria mude.
Talvez assim o mundo mudasse
Para um modo de altruísmo,
E a miséria acabasse
Assim como o egoísmo.
Zeninumi 4/3/2008
Ninguém gosta...
Ninguém gosta...
De se sentir adoecer,
E saber que vai morrer.
Da liberdade perder,
E depois estar a sofrer.
Da sensação de envelhecer,
E de ver um amigo a morrer.
De estar vivo sem viver,
Por viver sem nada ter.
De lutar e não vencer,
Mas ser obrigado a fazer.
De querer e não poder,
Por abusos de poder.
De olhar sem nada ver,
E da verdade não saber.
De ter sede e água não ter,
E ter fome e não comer.
De todo o dinheiro perder,
Por trabalhar sem receber.
De viver a vida a correr,
E as lembranças esquecer.
De ser o último a saber,
E da verdade não perceber.
De não saber como proceder,
Por não ter direito a escolher.
De estar sempre a perder,
E ver a miséria a crescer.
De não conseguir adormecer,
E estar ao frio a tremer.
De vomitar por beber,
Por a bebedeira acontecer.
De ser amado sem saber,
E de não saber escolher.
De pisar merda sem se aperceber,
Quando todos estão a ver.
De não saber ler nem escrever,
E uma má notícia receber.
De assistir á corrupção no poder,
E da justiça não prevalecer.
De ver o ódio a crescer,
E o amor a encolher.
De ter sexo sem prazer,
E ainda pagar para o ter.
De ter um gelado a derreter,
E não o poder lamber.
De ter direito a ter,
E esse direito perder.
De tomar banho com água a ferver,
Até as unhas cozer.
De um hálito a feder,
Por ter dentes a apodrecer.
E de muitas outras coisas,
que ainda estão para se saber,
quando vão acontecer.
zeninumi 13/11/2007
Pensamentos de um cão.
Vivendo na ilusão,
De viver uma aventura.
Viveste na solidão,
E tiveste uma vida dura.
Vida de cão é assim,
Vivendo na ilusão.
Mas vivendo até ao fim,
Nunca passando de um cão.
Rastejando para a morte.
Tal e qual, vida de cão.
Que é abandonado á sorte,
Mas que lambe sempre a mão.
Nunca morde a mão ao dono.
Lambendo-lhe sempre a mão.
Não dorme, e não tem sono.
Só para mostrar gratidão.
É cão que conhece o dono.
Não é nenhum cão vadio.
E o que tem sempre de abono,
É porque liga ao assobio.
É um cão bem educado.
Domesticado á maneira.
Mas que vive isolado,
Numa vida traiçoeira.
Pensamentos de um cão.
Que sempre á custa aprendeu.
Mas foi esta a lição,
Que nunca mais esqueceu.
Este cão já aprendeu,
Que quem manda é o dono.
Mais um dia, que não comeu.
Nunca dorme, e não tem sono.
Mostra assim o seu valor,
Quase morrendo de sono.
Mas nunca tem o amor,
Nem a amizade do dono.
Quase bicho ignorado.
Vai roendo mais um osso.
E vive sempre calado.
Vivendo quase num fosso.
Cão que é sempre fiel,
É cão que é sempre amigo.
A vida quase sabe a fel,
Quando se é cão sem abrigo.
Quando a fome mais aperta,
Sem forças nem para ganir.
Com uma atitude esperta,
Deita-se para dormir.
Não vale a pena ladrar,
Se nada há para comer.
Mas ainda vai cá estar,
Para muita mão lamber.
Enquanto dá a lambidela,
Não chega a ser mal tratado.
E mesmo que seja cadela,
Não é bicho abandonado.
Não é preciso ter medo,
Já basta ter que ser cão.
Nunca é tarde, nem cedo.
A vida é uma ilusão.
Nesta vida que se arrasta,
Mas na qual já não te ris.
Um osso, é quanto basta,
Para tu estares feliz.
Ter um osso para roer,
É melhor que não ter nada.
E já é bom poder viver,
Sem levar sempre porrada.
São pensamentos de um cão,
Que nunca foi bem tratado.
Chamado de estimação,
Mas que nunca foi estimado.
zeninumi /7/2007
Um sábio,é o que sabe.
Quem muito quer, muito perde.
E só faz é trapalhada.
E mesmo que muito herde,
Acaba por ficar sem nada.
Aquele que mais ajudo,
Faz-me a vida atribulada.
É impossível ter tudo,
Mas é triste não ter nada.
Há muitos que querem ter,
E vivem esperançados.
Não o conseguindo obter,
Acabam desesperados.
Mais vale pouco que nada,
Que muito sem ter valor.
Tem sempre a vida estragada,
O que vive sem amor.
Vale mais um pássaro na mão,
Do que dois que vão a voar.
Mais vale ter um milhão,
Do que nada para gastar.
Não é nenhuma novidade,
Que não se pode ter tudo.
Já passei a mocidade,
E por isso não me iludo.
Saber um pouco de tudo,
É melhor que não saber nada.
Ajudo-me com o que estudo,
Porque a vida é estudada.
Quem pensa que sabe tudo,
Nunca sabendo de nada.
É um grande cabeçudo,
Com uma boina enfiada.
Mas vive bem satisfeito,
Convencido da verdade.
Ele, para ele é perfeito.
Não havendo igualdade.
Pior que um convencido,
É aquele que se convence.
Que nunca pode ser vencido,
Por outro que nunca vence.
É triste a ignorância,
Do que pensa ser sabichão.
Pois fica a grande distância,
Do que é a exactidão.
Por pensar que está sempre certo,
E que mais ninguém tem razão.
Nem sequer chega lá perto,
Nem nunca vê bem a questão.
Perde o tino, perde o rumo.
E ás vezes, perde a vida.
E tudo se dissipa em fumo,
Como vela já ardida.
Não penses que sabes tudo.
Tudo está sempre a mudar.
Eu contudo nunca mudo.
Ando cá para ensinar.
Tudo aquilo que eu sei,
Ninguém a mim me ensinou.
Muitos anos eu penei,
Para ser como eu sou.
Eu tento sempre ensinar,
Os que querem aprender.
E nunca me vou esquivar,
A ensinar a viver.
Ninguém pode saber tudo.
Tudo, não se pode saber.
Mas aqueles que eu ajudo,
Aprendem a saber viver.
É grande a sabedoria,
Dos que sabem ensinar.
Mas é grande a teimosia,
Dos que só sabem teimar.
zeninumi 12/7/2007
A força que o mal tem.
Tu tentas viver a vida,
Sem sequer pisares a relva.
Mas vês que é causa perdida,
E que o mundo é uma selva.
Imerges em confusões,
Onde vês toda a maldade.
Perdes assim as ilusões,
Ao veres a realidade.
Olhando á tua volta,
A realidade é bem triste.
E sentes uma certa revolta,
Por veres o que já viste.
Enganos e frustrações,
Causam-te algum desalento.
Injustiças e privações,
Fazem a vida num tormento.
A realidade é bem triste.
Essa, é que é a verdade.
Pois há sempre o que insiste,
Em viver com a maldade.
Já ninguém pratica o bem,
O que por si só, é lamentável.
A força que o mal tem,
É quase incalculável.
A teia do mal se espalha.
E nela te vês imerso.
E não há Deus que te valha,
Neste imenso universo.
E é nesta realidade,
Que se vive o mal profundo.
O mundo faz a maldade,
E a maldade faz o mundo.
É cruel a realidade,
Da força que o mal tem.
E é tanta a maldade,
Que ninguém pratica o bem.
Tantos são os que mal fazem.
São mais de um trilião.
E nada de bom nos trazem,
Nem nada de bom nos dão.
É uma eterna agonia,
Tanta maldade vivida.
E é sem nenhuma alegria,
Que se vai vivendo a vida.
Cada um, tem o que tem.
E muitos não têm nada.
Já ninguém pratica o bem,
É uma sorte malvada.
Há males que vêm por bem.
Há sempre alguém que o diga.
Mas todo o mal que se tem,
É porque Deus nos castiga.
Quem o diz, não sabe nada.
Ou então, é algum santo.
Com uma sorte danada,
O que me faz algum espanto.
Ou então é um ignorante,
Que pensa ter sabedoria.
Não passando de um tratante,
Que só tem é na mania.
O que muito azar nos faz,
É a vida num inferno.
E todo o mal que nos traz,
Quase que se torna eterno.
Tendo a vida num inferno,
De viver, não se é capaz.
E mesmo no descanso eterno,
Não se consegue ter paz.
Por isso procura tu,
Um modo de bem viver.
Mais vale roto, que nu.
Vê lá se sabes escolher.
zeninumi 19/7/2007
Todos erramos.
Este poema (se lhe posso chamar isto)já por mim foi publicado aqui.Volto a publicar porque acho que tem a ver com a actualidade da situação.
Nem todos podem ser perfeitos.
Porque nem todos têm virtudes.
Todos nós temos defeitos,
E muitas más atitudes.
Na vida, todos erramos.
Porque ninguém é perfeito.
Mas nem sempre procuramos,
Corrigir o que está mal feito.
Para se viver com preceito,
E ter uma vida normal.
Tem que se arranjar um jeito,
De corrigir, o que está mal.
Corrigir o que está errado,
Pode ser uma virtude.
Se for feito de bom grado,
E também feito amiúde.
Isto, até compreendo.
Também eu, tenho errado.
Mas, o que eu não entendo,
É viver como um falhado.
É próprio do ser humano,
Errar, ou estar errado.
Mas é algo desumano,
Nunca se ser perdoado.
Porque ao viver nesta terra,
Passa-se muita necessidade.
E muitas vezes quando se erra,
Nem sempre é por maldade.
Só existe uma verdade.
E para comer, há que ter pão.
E ao passar necessidade,
Qualquer um, se faz ladrão.
E se não há condição,
Para se poder viver.
A ocasião faz o ladrão.
Que rouba para comer.
E eu não posso condenar,
Aquele que rouba para comer.
Porque tem que se alimentar,
Ou acaba por morrer.
Mas o juiz, assim não vê.
E nem sequer quer saber.
Porque as leis que ele lê,
São as leis do bom viver.
E ele tem boa vida.
E nada lhe falta no lar.
De contrário, e á partida,
Também ele, iria roubar.
E a propósito : os juízes também erram. E será que também têm remorsos quando erram ?
zeninumi 31/7/2007