Pedaços de Mim
As sombras das lembranças,
Como num marco d’esperança,
Tapam o sol que queima,
E resiste, e cobre, e teima...
Insistente no castelo
De penumbras, mas sempre belo,
Dos tempos já idos,
Passados, sonhados, enternecidos.
E arranca-os para o papel
Cada resquício que se perdeu
Ou que escondeu-se atrás do véu.
Até que cada lembrança
Rasgue as sombras, e veja a criança
Que ainda vive, e não morreu.
Mas dilaceram, e arrancam, sim,
Cada verso, segredo, como num motim
Invadem insistentes as lembranças,
E remoem, ruminam,
E pra terminar terminam
Arrancando Pedaços de Mim...
Obs.: copias livres...peço somente divulgar autor Marcio Araujo - Jussara/GO
A vida anda!
Quando eu te ver, já nei sei mais
se terei a ternura, no olhar,
do quanto eu queria te dar!
Estava tudinho aqui, dentro,
era so pegar e voce nao quis...
Agora vê, como a vida é engraçada:
Apostei todo amor que tinha,
E você quem perdeu tudo, e eu nada!
Hoje não me venha com falsos olhares,
com ares de quem quer tudo outra vez...
A vida anda, eu te falei...
Carinhos... beijos... companhia
Quem sabe talvez encontre outros
nos caminhos teus...
Mas nunca, jamais serão como os
Que um dia voce teve e nao quis: OS MEUS!!!
VOU ATRÁS DO MEU SER(TÃO) GOIANO
VOU ATRáS DO MEU SER(TÃO) GOIANO
(pequena homenagem à minha cidade de Jussara/GO/BR)
vou atras do meu sertao...
vou buscar o que tenhu
o que é meu...
buscar as lembranças
que dormem,na serra,
na canção que encerra
a presença de Deus
Ate mais!! Adeus! Estou partindo
em busca do que é meu
Vou atras das minhas saudades
pois a vida nao pára
Me espere, minha serra, Meus Goiás...
Minha Jussara
fui buscar tão longe
as flores
e da vida, os dissabores,
pensei terem ficados lá
ter deixado uma vida
e buscado outra...
ter quebrado uma flor
e cheirado outra
mas me espinhei!
vi que flores são iguais
por mais que nao tenham
espinhos, espalhados no
caminho
parecem todas perfumadas...
algumas colhi pra mim
outras, deixei plantadas
mas a maioria arranquei pela raiz
para vê-las murchar ao sol,
para não mais brotarem onde arei...
ate mais! Estou voltando pra lá
onde a vida tem mais graça,
de onde, sempre, sem lamento,
nunca saiu meu pensamento
Ate mais!! Adeus! Estou partindo
em busca do que é meu
Vou atras das minhas saudades
pois a vida nao pára...
Me espere, minha serra... Meus Goiás...
Minha Jussara
PERSISTÊNCIA
Desistir? Não vou!
Sei que apanho (pedras)
Sei que bato (nos sentimentos)
Sei que subo (as ladeiras da vida)
Sei que desço (e curo as feridas)
Desistir?? Não vou!
A cada passo
Que caminho descalço
Um calo a mais
E me faço
no meu caminho
Desistir?? Vou...
mas daqui uns 456 anos...
...e talvez!!
Vens?
Sangra
Sangra
Sangue que verte do meu passado
Sangra minh'alma, "com'um" cordeiro.
Doce sangue, sangue dourado,
Sangue que morre, em mim, traiçoeiro
Saudades deságua nas veias
E molha o sono, que me rodeia
E como o pão que come o diabo
Como o mostro preso nas teias
Vou vivendo o doce sangue
Da morte, da vida inteira
Do passado que eu nem escolhi
E do futuro que vivo calado
Da dor que grita a sorte
Confiança nas mãos do homem
Que me pintem essa cor da morte!
Cacos...
CACOS...
Pelas portas da minha vida vazia
olho meus quintais esvaziados pelo tempo
Pelas janelas embacadas de sonhos vividos
relembro cada pedaco de esperanca perdida
Pedacos de uma vida vazia...
Fragmentos de um vaso sem flor...
Vida sem cheiro
Aquarela sem cor
Ainda tento remontar os cacos
Que cortam meus pes, minhas maos,
Minhas saudades
Cortam ainda os residuos de esperancas
que encalcam a minha vida vazia
Carro-céu
Carro-céu...
Todas as minhas saudades brincam no carro-céu do tempo:
Umas, sorrindo... Outras: sofrendo!
Vão e voltam. Sorriem e choram.
Outras me odeiam, mas muitas me namoram.
Queria aquele cavalinho. O branco!
No carro-céu da vida, não temos escolhas.
Luz alta no escuro,
Dirijo em toda esquina.
Desviando contra o muro
Derrapando em casa sina
ABSTRAçÃO
ABSTRAÇÃO
Em rostos abstratos
Vejo traços,
E retraço cada pedaço de mim.
Em vidas indefinidas
Vejo pedaços.
E me completo,
Em saber que poderia
Ser bem pior,
E ainda me quis assim...
Instinto...
A luta pela vida é instinto...
Uma parte de mim já morreu...
O que resta, é labirinto!