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Tua Neta

 
Era Dezembro.
Mês do Natal, do frio e da neve
Foi há 82 anos
Eras então pequenina…
A pobreza, o suor e o cansaço
Reinavam no teu lar
Mas o Amor não estava ausente
Lembras-te?

Cresceste entre silvas e rosas
Brincaste com bonecas de trapo
E brinquedos de papel
Enfeitavas as tuas unhas
Com pétalas vermelhas
De brincos de princesa

No decorrer ímpar do Tempo
Estava em ti a beleza do ser jovem
Aliada à Esperança, à Ilusão
À Promessa que é o Amor
Entre tristezas, alegrias e cantares
Amaste, casaste
E acalentaste no teu ventre
Os frutos do teu Amor…

Ao longo dos Anos
Ganhaste a experiência de Vida
Da qual só os antigos sabem falar
E dos teus filhos
Viste nascer outros que trazem no rosto
A tua semelhança
E no corpo, o teu sangue

Ela não tinha a tua semelhança
Nem o teu sangue lhe corria nas veias

Mas era a tua Neta!

Manuela Fonseca


Manuela Fonseca
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http://ensaios-poeticos.blogspot.com

 
Autor
Manuela Fonseca
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/06/2007 00:22  Atualizado: 25/06/2007 00:22
 Re: Tua Neta
Este teu poema me fez lembrar a minha avó, figura forte, matriarca! e viajei nos teus afetos!
Adorei!