Quando me sinto naufragar,
Nas ondas negras e turvas da vida,
Procuro meu amigo, o mar,
Para encontrar uma saída.
Ao mar eu me confesso,
Conto minhas aflições,
As agruras e males que padeço,
Desenganos e paixões.
Ele me ouve até ao fim
Sem qualquer interrupção,
Então sorri para mim
Como que buscando uma solução.
A sequência das suas ondas,
Num vai e vem sem ter fim,
È como uma sonda
Que penetra dentro de mim.
A pureza da sua água
Envolta em turbilhões de espuma,
Lavam da minha alma as mágoas,
Não deixando ficar nenhuma.
O suave aroma da maresia,
Sobe-me pelas narinas dentro,
Sendo como uma anestesia
Adormecendo o mau pensamento.
Esta força da Natureza
De beleza sem ter fim,
É meu amigo de certeza,
Pois mais ninguém, me escuta assim.