Homenagens : 

No Fundo do Mar

 
Tags:  alto mar    soçobrar    plácidas    costas brasieliras  
 
Jazes no fundo do mar, fostes açoitado pelos vagalhões da turbulenta tempestade que te fez soçobrar.
Em tua vida altaneira onde a beleza , elegância, a alegria era o teu dia a dia.
Hoje, jazes inerte, naufragado nas costas brasileiras.
O riso fácil, a burburinho dos salões, as festas nas noites cálidas de verão, navegando nos mares do oceano atlântico.
Trazendo riqueza em teus porões, e vida abundante em teus convés.
Belas sinhazinhas com suas sobrinhas de renda, seus vestidos moldados em plagas parisienses.
Esbanjando faceirices, sorrisos soltos, e meiguices de meninas moças.
Entreolhando-se para saber em seus códigos se haviam alcançado seus objetivos de chegarem até aos olhares dos rapazes, belos moços vestidos a rigor, com seus melhores trajes de bordo, que, em uma rodinha, fumavam seus cachimbos de madrepérola, brincavam displicentes com suas bengalas inglesas.
Alta sociedade de linhagens de reis e rainhas de estirpe europeia, francesa e alemã.
Noites de lua cheia, salpicando os mares de estrelas, com os fúlgidos raios, balançando sobre as ondas, trazendo à noite um panorama surreal.
Embalando os sonhos dos namorados que em seus devaneios, não se apercebem, que de um momento para o outro as ondas, antes, calmas e serenas se transformam em vagas turbulentas e traiçoeiras.
Como se os céus estivessem caindo sobre suas cabeças, correm pelo convés em busca de abrigo. Encontram portas fechadas ao longo do passadiço, mas ali encontram abrigo e são levados a outro patamar de onde podem buscar abrigo seguro.
Nesse momento, o seguro seria estar a muitas milhas longe daquele navio.
Ensombrado pelas grandes ondas de mais de seis a oito metros de altura, o grande navio, agora é apenas uma pequena casca de noz, baloiçada pelas ondas e castigadas pelos ventos que açoitam por todos os lados, não permitindo que os grandes, ases em navegação, consigam contornar e manterem-se no prumo em alto mar.
Embora, combatendo uma luta tenaz, a mãe natureza vence a fortaleza dos marujos assaz, e assim, tendo por testemunhas o mar e a lua encoberta pelas nuvens negras, o navio soçobrar-se e rende-se mar.
Jazendo-se e também a muitas vidas que não conseguiram se salvar.
Esta é saga de muitas vidas que fizeram suas tumbas no mar, e de navios que embora outrora singrassem as plácidas aguas serenas de mares e oceanos, hoje, são mananciais de muitas vidas no fundo do mar.

Fadinha de Luz
(Uma homenagem póstuma a vidas perdidas no mar)





Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)

 
Autor
MariadeFatima
 
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