O trem na estação...e o meu destino
No trem, o barulho dos trilhos ouvi
Viagem tão longe perto que já vivi
Meu coração magoado, dilacerado
Perplexo, atarantado, atormentado...
O tempo e o silêncio meus aliados
Nesse meu interior sentimentos guardados
Tentando compreender com olhos molhados
O que aconteceu com meu coração...
Meus amigos procuraram minha alegria,
Meu sorriso, minha harmonia, minha poesia
Onde estava minha cor anil?...
Esta tortura revelava-me tão sutil...
Não conversastes, não me falastes,
Nem perguntastes até onde existem
Minhas verdades, apenas conclusões
Tirastes, o que posso fazer? Só dizer...
O que é a vida sem um sonho?
O que é a vida sem você?
Quem disse que meu coração tinha dono?
Meu coração é teu, só você não percebeu!
Já não te importa, é duro assim,
Fechar a porta, esconder-se de mim
Se não queres meu amor, o que fazer?
Já preparei as malas, estou na estação,
O trem chegou e se você não vem...
Eu vou partir!
Uma rosa no jardim
Você para mim é a rosa que nasceu no meu jardim
Quando você floresce meu coração enlouquece de amor por você.
Por que sou a rosa?
Que nasceu no teu jardim?
Quando que eu floresço para você?
Por que o teu coração enlouquece por mim?
Que amor é este que nasceu em você?
Estou diante de você, inerte
Pensei que era um flerte,
E você vem falar-me de amor.
Nunca pensei que estaria olhando-me...
Com sentimentos de amor...
Nossos encontros tão repentinos...
Teu olhar encabulando-me...
Nunca pensei que falaria de amor...
Este teu jeito que eu gosto de ver...
Que tem carinho pela manhã...
Desperta minha atenção...
Enobrece meus pensamentos...
Vejo-me em completa emoção!
Não sei o que esperas de mim...
Não sei se sabes que tenho medo de amar...
Não sei se sabes que fujo do amor...
Tenho medo do dissabor, sofrer...chega de dor!
Mas...estou aqui a escrever-te...
Ouvindo a chuva que cai lá fora...
Pensando em você, neste teu jeito, enfim...
Tentando compreender porquê sou a
Rosa que nasceu no teu jardim.
A Rosa e o Vinho
Ele chegou com um buquê de rosas nas mãos,
uma garrafa de vinho e um sorriso enamorado.
Entrelaçou sobre mim um olhar, um doce olhar,
envergonhado ficou, queria pedir perdão por ter
causado-me tantas dores.
Achou que as rosas e o vinho nos levaria ao leito.
Novamente fiquei a ouvir lamúrias e assistir uma
lágrima no canto dos olhos a cair, tentei fazê-lo
compreender que não haveriam rosas, vinho e
leito que aliviasse todo meu sofrimento.
Sussurrou palavras que nunca ouvi e respondi
num baixo tom de voz:
- Leve suas rosas, o vinho e teus desejos, nenhum
deles apagará as mágoas que tu me trouxestes.
Ele relutou, esbravejou, provou o vinho,
jogou as rosas no chão, enraivecido,
enfurecido, não acreditou, muito
menos aceitou que tudo era findo.
Depois de tantas dores, o amor acabou!
Virou as costas, saiu...fechou e depois
abriu a porta e perguntou-me:
É o fim?
Por um minuto silenciei meus lábios e olhei-o,
nem precisei balbuciar ele compreendeu e à
porta encaminhou-se e murmurou:
Eu volto porque Te Amo!
Um instante depois eu pensei:
É fácil fugir das rosas que tentam
espetar-me, difícil é fazê-las compreender
que eu não quero mais ser espetada.