Entre mim e o Mundo
Existe o Muro Enigmático
De um Sonho
Que a minha alma
Tenta alcançar.
E as coisas
Que eu penso
Libertas de todo o Conhecimento
Correm e pulam
Contentes
Sobre esse Muro Enigmático…
Brincam
Com a hesitação do Homem
Que não conhece
O seu Ideal
Sentem-se leves
Abandonadas
Por estarem ali
E quando ficam
Cansadas de correr
As coisas que eu penso
Deitam-se à beira do Muro
E, às vezes, adormecem
E caem para
O outro lado do Sonho…
Deixo-as vaguearem
Pelos antros
Do lado de lá
Até sentirem o receio
Da Impossibilidade
De qualquer dano psicológico
É o momento
De estender o braço
Às coisas que eu penso
E ajudá-las a subir
Outra vez… Mais uma vez
Para cima
Do Muro Enigmático
Que a minha alma
Tenta alcançar…
Manuela Fonseca