aldeia profunda (inspirada na leitura de um poema de onix:solidão)

belo e cheio de recordações, tal como o de Ônix,
beijinhos,
JS

estala uma nostalgia à beleza profunda que se entranha na leitura destes versos...

beijo

...essas aldeias, de gente viva apesar de tudo, apesar do lume, apesar do cheiro, vejo-as por aqui, sem eira, nem beira, e tão pouco lá dentro...sem pôr em causa a tristeza que o que relatas também me dá!

beijos
arfemo

lembrei-me de mim, de mim com um xaile nos joelhos, à espera do medrar da lenha na lareira. lembrei-me da geada a doer nos calcanhares, debaixo dos pés, a terra a gemer, o inverno. as ladainhas da minha avó, as curas de algumas rezas. a minha aldeia.

olha só por lembrar isso chorei, olha que a saudade mói!

um beijo


p.s. está muito bonito este. particularmente.

um belo poema que me lembra algumas das vivências da minha aldeia cada vez mais apagada.

DM

Gostei muito Aexis

Digo-te que a minha aldeia, é uma aldeia esquecida apesar da sua história ser de grande importância a quem se interessa por História

No entanto, digo-te que todos os sítios, aldeias ou cidades estão no mais completo silêncio enquanto estivermos envolvidos nesse silêncio que corrói até aos ossos.

Sabermos que dói é uma coisa, sentirmos é outra.

Tudo o que sou devo às paisagens da serra, ao rio de águas cristalinas, à flor do monte, às vindimas, ao apanhar da azeitona, às desfolhadas, às festas de Natal, à neve que cai sobre as fragas deixando a nu alguns picos brilhantes de granito, só para lembar que ele é a força revelada nas montanhas

Isto para te dizer que fui criada lá, por pessoas da terra, que me transmitiram muito do que sou, e nem sabes como isso me faz feliz. Porque continuo assim tal como as paisagens da serra livres e fortes na passagem dos dias. A minha aldeia anda a par comigo, porque é tudo o que sou e que é muito, mesmo que passe à inexistência

beijos

Matilde D'ônix

Conseguiste aqui muito bem passar um ambiente e um personagem onde muito habilmente te meteste, sentindo-o por dentro. A isto se chama talento na observação e descrição. Beijo

É tão bom quando um poema continua dentro da gente, acontece como agora outro lindo poema. bjs

ah!, encontrei!...
Já tinha lido, mas não consegui comentar...

...este poema trouxe-me cheiros de terra, de lenha imolada, de casacos de cote, encardidos de chuva e de anos... xailes com travo de avó, olhos de vida a bailar em peles mortas... tanta coisa!...

Beijo!