Poemas : 

Sob epígrafe de T.S. Eliot - 4.

 
não venhas
deixa-te ficar presa no retrato
sobre uma cómoda qualquer

embora o sonho da ave seja o voo
fica cantando
mesmo que ouvido algum te ouça
na gaiola do teu sonho

não venhas
esquece que outra noite existe
além da tua própria noite

que outra janela
não esta que recebe os teus braços cansados
guarde o seu rosto

sabes amor
mesmo que amor não haja
a tua noite não morre
morrerá contigo

a minha essa despede-se de mim
dia após dia
com o simples anúncio da alvorada


Xavier Zarco

 
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Xavier_Zarco
 
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Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 15/12/2009 19:01  Atualizado: 15/12/2009 19:01
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 Re: Sob epígrafe de T.S. Eliot - 4. para xavier zarco
lendo-te por aqui,extasiada.quanto da realidade é sonho ou deve ser?quanto da liberdade?que peso há-de ter a noção do tempo e da memória?e o agora?quantas perspectivas podemos viver em simultâneo?quantos seres em nós?tantos quanto os momentos?tantos quantos os olhos dos outros?os seus e os nossos sentimentos?vivências?ensinamentos?da consciência de tudo só nos restam escolhas poucas.mas no que escolho luto.e rio.e choro se tiver de chorar.aceitando.
desculpa a divagação.o teu poema leva à introspecção e é belo.
abraço,
alex

Enviado por Tópico
Caopoeta
Publicado: 17/12/2009 21:36  Atualizado: 17/12/2009 21:36
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 Re: Sob epígrafe de T.S. Eliot - 4.
Camarada,
tihna a ideia que as coisas realmente belas são indescritiveis..que não se dizem ou que não se podem descrever..não te quero parecer lamechas mas sinto o que acabei de ler, poderia ser uma despedida , minha, para alguém.tem coisas que leio que me criam uma certa inveja,uma boa inveja.

abraço.