Em tudo o que vejo procuro a beleza
Que a alma de cada coisa em si encerra.
Porém, em ti, encontrei apenas a tristeza…
Como lixo jogaste o meu amor por terra!
O que me deste foi a falsa sinceridade!
O bem que de ti colhi, foi a mais amarga dor.
Nada mais importa… Apunhalaste o amor
Que sentia, com a tua imensa vaidade!
Mas a minha paixão era tal como as ondas
Que na proa das embarcações, altivas, cantando
Conjugavam p’ra ti os tempos do verbo amar…
O tempo transformou as canções em duro pranto!
Sobre os rochedos as ondas vêm-me chorar
E, entre elas, se questionam: - Ai…! Até quando?
António Casado
31 Dezembro 1977