Como a luz do sol
Brilhante e desassossegada
Ou a força do raios
Que nos aquecem e envolvem
Assim é o teu sexo!
Teu corpo franzino
Serpenteia por entre o musgo
Da nascente
Nu
As flores gritam da terra
A exalação da beleza
As árvores oferecem os frutos
Elegantes
A água fresca corre pela coluna
Espreguiça-se em meu ser
Entra em ebulição
O desejo de te ter!
O amor salta de folha em folha
Virgem e rebelde
Apelativo
Como o colorido dos estigmas
Delicia os insectos…
O teu corpo emana o aroma
De uma moralidade sem princípios
O cântico
De uma verdade sem vícios!
Assim como as abelhas beijam as flores
Numa masturbação ofegante
De água alegria e vivacidade
Assim tu
Nu
Declamas poemas de vida ao dia
Colhes dos meus braços
Pedaços de eternidade.
Vivemos a odisseia da paixão!
A ternura é um naco de espaço
Na beleza trigueira do teu corpo…
Amemo-nos…
A natureza está primeiro!
António casado
Revisto para o Luso Poemas
24 Março 1984