Poemas : 

Indigestão

 
Semi-deus dos copos,
dos gostos, desfragmentados,
diversos. Torpe e flácido
fantasma de alcova.
Rituais não contemplados,
fulgaz e repulsivo.
No final da noite
o sol sempre se levanta.
Gosto de sangue, ânsia
de vômito das palavras
engolidas e mal digeridas.
Ruminante caminhante
da insensatez e do desprezo
da própria sombra.
Ingloriosas lutas
jamais travadas.
Amargo fel, transparente...
furtacor. A morte tenta
devorar: má-digestão!
Corre para o banheiro
do botequim e vomita
num vaso sanitário.
Depois, dá descarga
de volta para a vida!


São Gonçalo (praça da Trindade), 12 de fevereiro de 2005.

 
Autor
RomuloNarducci
 
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