todos os números.

quando era do tamanho de ser preciso um banco para chegar à caixa de bolachas acreditava na vida. que havia de encontrar um lugar de ser feliz. que havia de ter uma casa voltada para o mar com janelas largas onde pendurar estrelas polares. que havia de ter um coração tão grande que nele coubessem todas as noites. nunca pensei chegar aqui. a este lugar de não ter nada disso e já não precisar do banco para chegar à caixa de bolachas. nunca tive mais do que isto, nunca estive assim tão longe. se ficar só mais um pouco também não me fará mal. quando era do tamanho de ser preciso um banco para chegar à caixa de bolachas conheci um menino loiro. apareceu-me um dia com um ramo de silvas na mão a falar-me de amor. disse-lhe das silvas picarem das mãos ao coração. ele sorriu. nunca mais o voltei a ver.