Poemas : 

Debarte

 
A luz vem da treva
Então não será a treva
A luz original?

E o que é o dourado
Se pros pássaros
O preto é prata?

Quem desabrevia
As mágoas supressas
Desta tirania incremental?

E quem sente com a mente
O sentimento que não mente?
Quem ainda lembra
Que o mais importante
Costumava ser o tempo
A liberdade da estrada?

Aonde estamos
Praonde vamos
Se alguém sabe
Está guardando pra si.

Quem somos
De onde fomos
Se descobriram encobertaram
Ou quem tentou falar
Calaram.

Ai o slow motion da clareza
Santificada seja a lentidão do circunspecto
Resguardem sob treze chaves
A nostalgia do vigor
A letargia do calor.

Dê-me a sauna
E então o mergulho gélido.

Dê-me o sonho impossível
E então a nua e crua
O desejo inapto
E o eterno inédito
O inevitável.

 
Autor
alikafinotti
 
Texto
Data
Leituras
554
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Amora
Publicado: 21/05/2010 01:41  Atualizado: 21/05/2010 01:42
Colaborador
Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4705
 Re: Debarte
Sim, o inevitável eternamente inédito!Que rico isso, Ali.
Somos segredos, somos segredos que não se dissipam nas mãos do tempo.
Um prazer ler-te. Beijo.