Poemas : 

«« Cala-te ««

 
Como querem que me cale
Se calada falo mais
Já sei,

Faço barcos de papel
Dentro deles acomodo
O que falo não falando
Deito-os do cimo do monte
Onde um riacho desperta
Segredando ás aguas salobras
Vão, mas não digam de que lado
O vento é mais certeiro
Deixem, quem pensa não pensando
Virar tronco oco e matreiro

Como querem que me cale
Se calada digo tudo
Pego num carvão apagado
E besunto a indiferença
Escrevo, não pensem que mudo
Falo igual a criança

No meu barco de papel
Embarcam gritos sem voz
Em cada grito calado
Se esconde uma seta veloz


Antónia RuivoOpen in new window


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
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Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 08/06/2010 17:54  Atualizado: 08/06/2010 17:54
Membro de honra
Usuário desde: 29/01/2008
Localidade: Maringá-
Mensagens: 1956
 Re: «« Cala-te ««
Gostei demais
Um lindo protesto em versos

abraços


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/06/2010 18:16  Atualizado: 08/06/2010 18:16
 Re: «« Cala-te ««
Sempre forte e personalizado o teu poetar.
Grita e nunca te cales. Eu gosto do teu grito.
bjs
nuno