Amor é silêncio negro!
Costumava temer a escuridão;
Tudo o que estivesse p'ra lá!
Agora sei, que a temer nada há
Pois na escuridão;
Somos só nós e a solidão…
Amor, é silêncio negro!
Palavra… onde tu não estás!
Essas histórias surdas que eu escrevo;
E por mudos contadas.
Assim me desfaço;
Numa folha de papel rasgado!
No simples desenhar de um traço
Desse nosso amor falhado…
Ouço vozes frias e mudas;
Silêncios!
Que só eu sei descobrir.
Verdades embebidas, cravadas,
Num livro que ninguém quis abrir.
Em todo o lado o chão treme,
Algures tu chamas por mim…
Eu! Que estou como verme;
No que toca a enfrentar o fim!
Assim grito a minha história muda!
Silêncios!
De um amor calado;
Que tu não saberás escutar…
Essa verdade em dúvida;
Capítulos escritos em versos;
D'um livro fechado
Que ninguém soube amar.
Esse livro feito de escuridão:
"Amor; é silêncio negro!"
Fechado e que eu ergo;
Algures; no meu coração…