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Dou-me pela ténue existência...

 
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Capaz de dizer sou eu
Se assim não fora, clemência
Vou mais além do que tu podes negar
Dou-me pela ténue existência.

Sarcástico talvez, ironia do destino
Contempla as minhas hostes
Contempla-me pela criação
Ressurrecto pela imaginação.

Cruzo assim dois mundos
Não mudo sortes, clareio-me em ti
Indomável sou eu, apetecível
No antes e depois, inacessível.

Amarras não possuo, conjuro-te
Grito pela insolvência, desnudo-te
Dos que partem antes de chegar
Dos que ficam sem nunca voltar.

Está consumado, escrito está
Não nos exaltemos em nossa deslealdade
O epitáfio jaz…a profecia cumprir-se-á
Assumamos nossa cumplicidade.

 
Autor
poetasolitario
 
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