Poemas : 

Deixou a porta aberta...

 
Foi-se embora sem se despedir.
Nem ao menos um adeus deixou.
Não teve dó nem piedade de mim.
Naquele dia um homem chorou.

Deixou a porta aberta e uma ferida.
Nem sequer voltou para trás a face.
Foi-se embora numa estrada comprida
Igual raios de sol num final de tarde.

Fiquei a chorar na cama e na vida
Umedecendo o lençol e travesseiro,
Adentrando-me tamanho desespero
Que nada ousou dizer minha língua.

Vi-te dissolvendo entremeio brumas,
Desaparecendo em um denso nevoeiro...
Não pude conter o comando dos dedos
Que, por si só, esticaram a tua procura.

Tombei, abatido em noites escuras.
Em prantos me perdi em pesadelos,
Em ondas envolventes de espumas
Que me arrastavam pelos cabelos...

Blasfemei contra Deus e os homens.
Maldisse contra os céus e os infernos.
Incinerei meu poema de mil versos.
Apaguei a tatuagem com teu nome.

Foi-se embora sem se despedir.
Nem ao menos um beijo deixou.
Lágrimas tantas saíram de mim
Que um outro oceano se formou.


Gyl Ferrys

 
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Gyl
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Enviado por Tópico
Avozita
Publicado: 18/07/2010 20:46  Atualizado: 18/07/2010 20:46
Colaborador
Usuário desde: 08/07/2009
Localidade: Casal de Cambra - Lisboa
Mensagens: 4529
 Re: Deixou a porta aberta...
E tu, deixaste um lindo poema,
sofrido e vivido na ausência
do amor.
Gostei Gyl.
Beijinhos
Antonieta


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/07/2010 21:05  Atualizado: 18/07/2010 21:05
 Re: Deixou a porta aberta...
Poeta Gyl,um belo e lindo poema que está recheado de sentimentos!
Gostei!
Parabéns!

Jhon


Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 18/07/2010 21:57  Atualizado: 18/07/2010 21:57
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Usuário desde: 19/04/2009
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Mensagens: 4812
 Re: Deixou a porta aberta...
...vejo que não perdeste a inspiração! e a musicalidade única dos teus poemas...

abraço fraterno Gyl


Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 18/07/2010 22:19  Atualizado: 18/07/2010 22:19
Usuário desde: 28/07/2009
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Mensagens: 10437
 Re: Deixou a porta aberta...
Concordo com o poeta Arlindo, sempre esta primorosa inspiração.
Lendo se fica a saber o autor, ainda que lhe fosse retirado o nome.

Belo como sempre, um pouquinho tristonho, o amor hoje não sorriu mas nem por isso está menos belo.
É que a tristeza lembra uma ave sem ninho,suspirando de saudade.

beijinho, bom fim de semana.
rosa


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 18/07/2010 22:26  Atualizado: 18/07/2010 22:26
Membro de honra
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Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 17875
 Re: Deixou a porta aberta...
O poema, uma canoa humana navegando na ausencia...
Parabéns pela beleza do poema. beijos pra ti


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/07/2010 23:51  Atualizado: 18/07/2010 23:51
 Re: Deixou a porta aberta...
Um poema primoroso, cheio de bela e intensa imagem da saudade. O peito apertou quando o li. rs

Beijos

Rosangela


Enviado por Tópico
Oswaldo
Publicado: 18/07/2010 23:57  Atualizado: 18/07/2010 23:57
Super Participativo
Usuário desde: 12/07/2010
Localidade: São Gonçalo - Rio de Janeiro - Brasil
Mensagens: 146
 Re: Deixou a porta aberta...
Gyl, muito bela a tua escrita. Parabéns.

Abraço do Brasil.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/07/2010 00:12  Atualizado: 19/07/2010 00:12
 Re: Deixou a porta aberta...
Amigo poeta!

Sempre que aqui entro fico encantada com a forma tua de poetar...tu é Único!
Deixa uma forte magia pelas palavras que nos contagiam...posso levar?
Amei D++++++++!!!!!!!!!

Beijos no coração!

Rosa


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/07/2010 02:59  Atualizado: 19/07/2010 02:59
 Re: Deixou a porta aberta...
Cheio de intensidades... adorei a última estrofe, e assim vamos formando oceanos... beijos poeta.


Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 19/07/2010 15:42  Atualizado: 19/07/2010 15:42
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
Localidade:
Mensagens: 6699
 Re: Deixou a porta aberta...
É assim mesmo o adeus.Dóí.Às vezes é para sempre.Outras não.Bem o descreve o poeta.Por amor ou por desilusão. :)
Bjins, Betha.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/07/2010 23:26  Atualizado: 19/07/2010 23:26
 Re: Deixou a porta aberta...P/GYL
Gyl meu irmão e poeta guerreiro, das palavras escreves dores, umas sentidas, outras vividas outras por ti inventadas e fantasiadas, mas em nós há sempre um quê de mistério nunca alheado, e pela alma tocado.

Amei a intensidade do teu poema.

Brilhas no meu céu azul, alma-irmã.
Ando um pouco sumida, estou doente.

Beijos meus e abraço do meu esposo.

Alice Barros
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