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SILÊNCIO DECADENTE

 
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O silêncio
Cúpula
Na copa mansa das árvores
Alheio à impotência dos gemidos

Um trapo de solidão e tristeza
Veste-se em nós

Nos píncaros do medo
A convicção da inalterável imortalidade
Do tempo
Realça nas rugas plebeias
Recalcados desejos
De liberdade

Como encontrar nesta guerra
Um limbo de serenidade?

Pelos dedos torturados de presságios
Evadem-se secretos beijos
Rubras paixões
Cânticos evadidos
Emoções

Impregnados de liberdade
Imunizam
Do silêncio
A verdade

Delira o chicote da insanidade
Trespassando de temores e vícios frívolos
Na carne rasgada dos homens
Livres
Que rabiscam nos muros estagnados
Lágrimas feridas
Fúnebres martírios
Dum presente
Que aos poucos expira

Entorna-se o caldo da espera!

O fanático delírio investe
A soldo do silêncio
De si mesmo prisioneiro
Contra os espoliados
Do pão
O ano inteiro

Um alfinete de jarros
Papoilas e nenúfares
Acalenta ilusões
Possíveis

Impávido e distante
Mergulhado no ácido da luxúria
Sentado num trono de urtigas
Copulando nas árvores
Inventando liberdades agrilhoadas
Ainda teima impor
Mercenárias frustrações
às cordas vocais
Desta gente...

Todo o silêncio
É decadente!

antóniocasado



 
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antóniocasado
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 13/10/2010 00:24  Atualizado: 13/10/2010 00:24
 Re: SILÊNCIO DECADENTE
Caro Poeta António Casado , uma mordaça "livremente" aceite e democraticamente votada ? "O Silêncio Decadente" num perigoso jogo de cabra-cega ?
Abraço


Enviado por Tópico
Antónia Ruivo
Publicado: 14/10/2010 08:40  Atualizado: 14/10/2010 08:40
Membro de honra
Usuário desde: 08/12/2008
Localidade: Vila Viçosa
Mensagens: 3855
 Re: SILÊNCIO DECADENTE
Todo o silêncio é decadente quando imposto, mas o outro enche-nos de paz e é nele que recarrego baterias, beijinhos talvez no domingo nos encontremos por terras de Portalegre.Open in new window