O silêncio Cúpula Na copa mansa das árvores Alheio à impotência dos gemidos
Um trapo de solidão e tristeza Veste-se em nós
Nos píncaros do medo A convicção da inalterável imortalidade Do tempo Realça nas rugas plebeias Recalcados desejos De liberdade
Como encontrar nesta guerra Um limbo de serenidade?
Pelos dedos torturados de presságios Evadem-se secretos beijos Rubras paixões Cânticos evadidos Emoções
Impregnados de liberdade Imunizam Do silêncio A verdade
Delira o chicote da insanidade Trespassando de temores e vícios frívolos Na carne rasgada dos homens Livres Que rabiscam nos muros estagnados Lágrimas feridas Fúnebres martírios Dum presente Que aos poucos expira
Entorna-se o caldo da espera!
O fanático delírio investe A soldo do silêncio De si mesmo prisioneiro Contra os espoliados Do pão O ano inteiro
Um alfinete de jarros Papoilas e nenúfares Acalenta ilusões Possíveis
Impávido e distante Mergulhado no ácido da luxúria Sentado num trono de urtigas Copulando nas árvores Inventando liberdades agrilhoadas Ainda teima impor Mercenárias frustrações às cordas vocais Desta gente...
Caro Poeta António Casado , uma mordaça "livremente" aceite e democraticamente votada ? "O Silêncio Decadente" num perigoso jogo de cabra-cega ? Abraço
Todo o silêncio é decadente quando imposto, mas o outro enche-nos de paz e é nele que recarrego baterias, beijinhos talvez no domingo nos encontremos por terras de Portalegre.
Ola É sim, é contra o silêncio, imposto ou não, que devemos lutar. Não há mordaças no poema! O medo de enfrentarmos o silêncio enfraquece-nos e, pior, divide-nos.
Infelizmente talvez não possa ir, não consegui a inspecção do carro. Aliás, porque haveria de conseguir?