Sonetos : 

MEUS SONETOS VOLUME 062

 
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101

És tão bonita amor de minha vida...
Teus olhos irradiam tanta paz
Tão bom sonhar contigo, enfim, querida...
O canto que prometo noite traz.

E beija minha boca, manso vento,
Deitada do meu lado, assim desnuda,
Procuro por teu colo em pensamento,
A noite sem resposta, fica muda...

Amada como é bom falar teu nome,
Embora tantas vezes sem resposta.
Depois vem alvorada e tudo some,
Apenas no meu peito a mesa posta

Procuro te encontrar em cada verso
Nas ondas deste mar, neste universo...


6102


És musa dos poemas que, hoje faço.
Rainha dos meus sonhos, minha esfinge
Que tanto tempo em minha vida caço
Mal sabe que eu existo, ou sempre finge...

Dedicando os meus versos ao amor
Espero que te encontres amanhã.
O tempo que me fez tão sofredor
Espera o salvador brilho, manhã...

Empresto meu desejo neste canto
Em vão, tantas vezes te procuro...
E nada encontro além do pranto
Inundando meus dias, manto escuro...

Escute meus delírios mais diversos,
Ó minha musa amada, nos meus versos


103

És minha companheira mais fiel!
Toda dor que esta vida sempre dá
Momento tão difícil, mais cruel,
Na lua que jamais retornará,

És a certeza plena que há um céu!
Amiga, onde estiveres, estou lá,
És todo o meu sustento, meu farnel!
Meu sonho, nunca mais, se findará!

Por vezes me encontraste abandonado,
Sozinho, sem promessas de esperança.
A vida parecendo um peso, um fardo...

Rastejo minhas dores, salamandra,
Teus braços me levantam, na aliança
Eterna deste amor, minha Cassandra!



104

És minha áurea manhã, vivo teu brilho.
Respiro enfim teus ares, sou feliz!
A dor, durante tempos, estribilho,
Distante dos sonhos já não diz.

Escassas provisões , perdido o trilho,
O rumo das estrelas sempre quis.
Ao deus do amor sincero já me humilho:
Não deixe retornar um céu tão gris!

Tens a beleza rara de quem ama.
Tens a fortuna imensa na bela aura!
Da vida que persigo, fogo e chama.

Perdido sem teu olhos, vago o mundo.
Perdoe se te canto assim Isaura,
É que de amor, enfim, meu mundo inundo!
Marcos Loures


6105

És mansa e me proteges dos receios
Seria muito bom se fosse assim,
Mas quando me entranhando em teus anseios
Percebo que distante estás de mim.

O quase não valendo mostra enfim
Que tudo não passou de antigos veios
Arcando com meus erros, no jardim
Cevei desesperança em bens alheios..

Rodeios que inda faço me transmitem
Os olhos mais distantes que se omitem
E fadam minha vida ao vago não.

Se o quase inda permite alguma chance,
Ao ver de teus requebros um nuance
Eu deito em outra cama, outro colchão...


6106

]
Esmolei tantas vezes teu carinho!
Meus versos em total monotonia...
Um coração morrendo, pobrezinho,
Espera enfim, nascer de novo, um dia...

Meu velho paletó, recende linho,
A chuva no meu peito, nunca estia...
No meu canto, assum preto fez o ninho,
Calada, adormecida, a poesia!

Cinzentas brumas, mares inconstantes,
Derrotado, procuro por teu colo.
Um dia, fomos lúdicos amantes,

O tempo, tão cruel, tudo desdisse...
Altos céus, mergulhei, caí ao solo.
Tu és vitoriosa, Berenice!
Marcos Loures



6107

Espalha aos quatro ventos, falsidade;
Aquele que não soube desfrutar
De toda força imensa em qualidade,
Que ensina simplesmente o bem de amar.
Vivendo a tão sonhada liberdade,
Encontro a maravilha do luar.

Sem medos enfrentamos vendavais,
Cabeça sempre erguida, peito aberto.
Sabendo da certeza deste cais,
Não tenho mais na vida, algum deserto.
Eu quero da alegria sempre mais,
Com a tua amizade aqui por perto.

O dia que amanhece abençoado,
Retrata o que vivemos no passado.


108

Esse vento chorando na janela,
Trazendo, no seu canto, tanta vida...
A noite que julguei estar perdida,
Ressurge linda, forte. Como é bela!

Liberta os prisioneiros, triste cela,
Acalentando as dores. Já carpida,
A juventude morta, não vencida!
O vento pintor faz serena tela!

As tintas que possui, as mais brilhantes;
Acordes que dedilha, dissonantes...
A dor da maravilha d’existir!

Vento, meu companheiro solitário;
Ao dobrar desses sinos, campanário,
O meu consolo,vento é estar aqui!


9

Essa aurora trazendo tanto encanto,
Por detrás das montanhas, vem surgida.
Mostrando tal beleza que me espanto,
Fazendo com que brilhe nossa vida.

O sol irrompe lento e carinhoso,
Nos seus raios aquece sem queimar.
Desse amor que me trazes; orgulhoso,
Encontro mil motivos p’ra ficar.

E quero em nossa cama, teu carinho,
E quero em nossa vida, uma esperança.
Do amor intenso e belo, nosso ninho,
Convite para o dia já me alcança.

Aurora nos guiando qual farol,
E vamos de mãos dadas rumo ao sol!


6110

Esqueço, hipnotizado, a liberdade
E vivo a minha vida sem destaque
O quanto se espalhando a mortandade
Permite que se entenda o contra ataque.

Nos baques que tomei a vida afora,
Mofino e mesmo entendo o que não tenho.
Pensando no vazio, eu vou embora
Sem hora de voltar, nada retenho.

A fêmea em minha cama, moça bela,
Estrela de cinema ou meretriz,
Às vezes num sorriso me revela
O quanto na verdade nada diz

Quisera ser feliz, mas quem me dera,
A fera dá seu bote sem espera...
Marcos Loures


11

Esqueço no caminho, o coração
E sigo pareado com saudades,
Nas farpas que me dás; a decepção
De quem um dia alçou eternidades.

Repetes, na verdade o mesmo não
Do que jamais pensei, felicidades.
Meu verso prosseguindo segue em vão
Vagando por estrelas e cidades.

Vivendo tão somente o mesmo quase,
Espúrias as palavras que disseste.
Não tendo em minha lua qualquer fase

Seguindo a solidão, bebo este gole
E traço o meu caminho rumo à peste
Sem ter sequer um riso que console.
Marcos Loures


12

Esqueço em ti qualquer um sofrimento;
Destas meias verdades inda crio
Dos zeros coletado, desafio,
Vestido de ilusões por um momento.

Nas tantas que pensei, mergulho e tento
Mantendo, se possível honra e brio
Por mais que o meu futuro vá sombrio
Saídas mais diversas, eu invento.

Apego-me aos teus pés e não te solto,
E o mar que continue assim revolto
Problema é de quem segue navegando.

Na parte que me cabe, sempre o fim,
O jogo se perdeu em bar e gim,
E o dia não será mais calmo e brando..
Marcos Loures


13

Esqueço em teu abraço o sofrimento,
Pelejo contra as velhas desventuras
Dos males mais terríveis tu me curas,
Num beijo tão sereno, amor é bento.

Se as portas do passado eu arrebento
E vejo em teu olhar tantas ternuras,
O sol que ora colhi feito em branduras
Ainda brilhará no firmamento.

A bola na caçapa, adeus sinuca,
A língua passeando em tua nuca,
Deixando em polvorosa uma libido.

Nem duque nem visconde, dama ou ás
As cartas sobre a mesa, guerra ou paz,
O jogo sobre a cama decidido...
Marcos Loures


14

Esqueço a solidão, temível fera
Ao ter tua presença aqui, comigo,
O quanto que passara em desabrigo
Na espreita, de tocaia, numa espera.

Aberta no meu peito, uma cratera
Exposta a qualquer forma de perigo,
O sentimento amargo e tão antigo
Durante a vida inteira me tempera.

Porém ao perceber tua atitude
Vencendo assim qualquer vicissitude
Recebo o vento amável que persigo.

Refazes com carinho a juventude,
Desta alegria imensa, faz-se açude.
Atando nossos nós, irei contigo.


15

Esqueci de dizer que inda te quero...
Palavras foram tolas, mas constantes.
Por vezes quando vejo, desespero
Mas nada que não disse por instantes.

Esqueço de falar do que passamos,
Embora não apague mais a chama...
De tudo que bem certo, nós amamos,
Eu sinto que em verdade, amor me chama...

E chama para vermos esta aurora
Que vem depois da noite de prazer
Vivida com amor que não tem hora
Que luta em desespero p´ra nascer.

Esqueço de falar de nosso amor,
Talvez seja por vício ou por temor...

16

Tantas vezes errei e te peço perdão
Por não ter conseguido encontrar solução
Para meus erros, fui muitas vezes cruel

Do doce prometido eu te guardei o fel
E por isso nosso amor foi tão vazio, vão.
Agora imerso em treva aguardo a solidão
Que virá fatalmente, inferno e vida ao léu...

De tudo que sei resta um gosto meio amargo
Assim como se esperança esvaísse. Me embargo
E quase não consigo expressar minha dor.

Me trazias um brilho em forma de alegria,
Mas tolamente fiz com que morresse fria
A noite que trouxe Olga, o símbolo do amor.


17

Esquecer nosso amor? Bem sei, jamais...

Eu amo em cada verso que te faço,

O que fazer se em ti, um sonho a mais

Tomando lentamente todo espaço


Repleta uma existência, louva a paz;

Amarra minha sorte em teu cadarço

Em vívida esperança me compraz.

Tu és toda a leveza do compasso


Que sonho enfim, poder acompanhar

Nas danças pelo céu, ganhando o ar

Com toda uma certeza de viver


Nos braços de um amor celestial,

Além do bem, por certo, além do mal,

Diga-me então, amor como esquecer?


18

Esquece o nosso amor. Tu me disseste,
Mais uma vez, querida, obedeci.
O vento que soprava, sudoeste,
Agora noutros ventos me perdi.

Por mais que uma ilusão já não me reste
Apenas te saber, cuidar de ti...
O que fazer? Manter a mesma veste
Se nada do que quis encontro aqui?

Seguir por outro rumo, obediente,
Beijando tantas bocas que nem sei,
Vivendo ou mais tentando estar contente,

No continente imenso. Uma outra chama,
Quem sabe se depois, seguindo a lei,
Te encontre novamente em minha cama..


19

Esquece a dor de outrora, arrisca o chão,
Trazendo o quanto teve de invernada,
Nos olhos desta lua, uma jangada
Enfrenta a tempestade, o furacão.

A dor que se curando em benzeção
Faz tempo não cruzava a minha estrada,
Porém ao perceber nova jornada,
Atiça bem mais forte o coração,

E vaza em minha pele, qual ferida,
A noite da alegria mal cerzida
Estoura no meu corpo em corte fundo.

Bebendo desta fonte mais salobra,
O tempo vai passando e a vida cobra
Fincando o canivete, num segundo.


6120

Esqueça teu passado, imploro-te querida...
Bem sei que foste brilho em meio a noite escura,
Bem sei que já tiveste o beijo da ternura,
Porém se estás sozinha, a dor da despedida,

A morte de quem foi razão de tua vida
Não pode ser assim uma eterna amargura.
Eu sei, sou imperfeito. Espero ser a cura
Poder cicatrizar essa enorme ferida.

Quando falas de amor nos nossos, bons, momentos;
Recebo desta noite os mansos, doces, ventos...
Eu sou o teu futuro, e nele vou morar.

Eu quero teu amor, esteja disso certa,
Eu quero em nossa casa a porta sempre aberta...
Se queres ser feliz, deixe de comparar...


121

Esquartejado, coração, maldito...
Escória do humanismo, vil demente...
Utópico, repete velho rito,
Amor que não propaga sempre mente...

Esquálido persigo, vou aflito,
Rastejo meus pecados, vil serpente,
Nos guizos das senzalas, o meu grito.
Nos solos destroçado, sou semente...

O monstro varizento da minha alma,
Devora esquartejando essa couraça;
No fundo sou prudente, peço calma,

Mas regozijarei cada segundo,
A vida destruindo a carapaça
Um verme passeando pelo mundo...
Marcos Loures


22

Espúrios sentimentos, morte e gozo,
Verbetes que esqueci de acrescentar,
A fruta apodrecendo o meu pomar,
Destino se mostrando caprichoso.

Quisera ter um verso mais jocoso,
Quem sabe deveria procurar
No meio dos palheiros, o luar,
Porém isto seria doloroso...

O ocaso toma enfim meu horizonte,
Bem antes que este sol não mais desponte
Eu quero ter ao menos a certeza

De que não foi em vão minha existência,
Supero desta forma a penitência
Exposta qual banquete em minha mesa...


23

Espúrios madrigais são madrepérolas.
Ouvidos infestados por espectros
Apóiam pensamentos como férulas
Tornado repugnante alguns aspectos

Que fazem surgir cânceres, as pérolas,
Sangrando estes crustáceos com infectos
Fomentos. Torpes dores nunca quero-as,
Os meus ombros seriam mais ineptos...

Nestas caricaturas, garatujas
Espalhas o teu sêmen como areia
Fecundas estas ostras, pobres, sujas...

Inoculas venenos nas entranhas
No aborto placentário de sereia
Nascemos madrigais, formas tacanhas...


24

Espumas o teu ódio em riso franco
Verdugo dos teus sonhos; infeliz,
Meu passo prosseguindo ledo e manco
Bebendo em tua boca o que mais quis

Gotejas teus venenos, mas estanco
Hemorragia insana e peço bis,
O dia amanhecendo claro e branco
Permite que eu te achaque; meretriz.

Teus méritos e métricas são tolos,
Nas bordas de teu sexo, sarros tantos,
Nos crimes que carregas; teus encantos,

Jogadas as sementes nestes solos,
Decerto brotarão ferocidade,
Gametas que trazemos, igualdade...
Marcos Loures


25


Espreito um passarinho de tocaia
Armando uma arapuca, um alçapão
Tomara que no dia que ela caia
A paz volte de novo ao coração.

Menina sabiá segura a saia
Que o vento vai chegando em supetão;
Se a saia levantar, vista não traia
É bom demais poder ter a visão!

Descendo a cachoeira, fosse um rio
Que te banhasse nua, toda tarde.
Eu te garanto não te dava frio

O fogo da paixão quando nos arde
Não deixa um só momento mais de paz
Porém é saboroso o mel que traz...


26

Espreito o teu sorriso de menina
Sentindo o bom bafejo da esperança,
De todos os meus sonhos, bela mina,
Na fonte desejosa, clara e mansa.

Esta alquimia chega e me domina,
Formata a vida feita em aliança
Sabendo ser só teu, a minha sina,
A perfeição completa enfim alcança.

Transmudo, num segundo o pensamento
E galgo eternidade no momento
Em que me entrego fundo à fantasia.

Sentindo-me tão manso a me roçar,
Em meio ao doce encanto do luar,
O vento da mais pura poesia.
Marcos Loures



27

Espreito de tocaia quando passas,
Desfilas tuas pernas geniais.
Nem percebes mas sempre tu me enlaças
Em teus passos macios, sensuais...

Desfilas as belezas, tantas graças
Vontade de querer-te assim, demais.
Acoito meus desejos, minhas caças,
E sinto não terei amor jamais...

Tu olhas para o nunca, nada sentes...
Os dias se tornando bem mais quentes
E a saia se levanta.. Que calor!

Mas sonhos nada custam, o que fazer?
Somente imaginar em forte ardor.
O dia que não vem, tanto prazer...
Marcos Loures


28


Espreitas, esperanças, me confundo...
Declino de meus erros , meus acertos.
Se quero me concentro, vou ao fundo,
Os medos com certezas, vão despertos...

Nos mares que me deste não me inundo,
Nem vejo teus olhares, meus apertos...
Não sei se te terei, tão vasto mundo....
Nos erros que cometo, vãos, incertos.

Esperas e fornalhas, me acalentas...
Vasculhos teus sensores basculantes..
Os vasos se quebraram um pouco antes.

Temores e tremores não enfrentas...
Os meus sonhos jogados na lixeira
mostrando a tua face verdadeira...


29

Espreitas meu cadáver, disso sei.
Necrófagos mistérios deste amor!
Envolta na promessa, novo alvor;
A morte dolorosa, tua lei,

Na lívida figura me encontrei,
Sem gosto perfumado, morre a flor,
Os olhos que demonstras, de torpor,
No pavor que traduzem, mergulhei!

As larvas generosas companheiras,
Na temperança, amantes mais fiéis.
Nos lábios destas bocas derradeiras,

Um beijo mais soturno e demorado,
Do látego, o castigo, sina e fado.
Na abelha que me pica, doces méis...
Marcos Loures


6130

Espreita esta alvorada a debruçar
Por sobre as flores todas do jardim,
O sol ao ver beleza, vai enfim
Deitar a maravilha sobre o mar.

Em cores tão diversas, decorar
O mundo que guardei dentro de mim,
Na tela que se mostra, sigo assim,
Sentindo o quanto é raro e belo amar.

Quarando uma esperança no varal,
O riso delicado e sensual
Convida e a festa, eu sei, nunca termina.

Na dança que se faz revolução
Eu verto sobre ti, com devoção
E bebo o meu prazer na doce mina.
Marcos Loure


31

Esplêndidos momentos ao teu lado,
Estrela vespertina de minha alma,
Luzindo no meu peito, apaixonado,
Quem fora tempestade já se acalma.
Depois de tanto tempo machucado,
Amor se faz bem brando, vertido em calma.

Eu sei bem o que seja uma tristeza.
Também reconhecer felicidade.
A vida se passando com leveza
Qual manso lago traz tranqüilidade
Augúrios mais risonhos com certeza
Pra sempre me trarão saciedade...

No verso generoso que me dizes
Futuro mostrará sonhos felizes...


32

Espíritos recebo do passado,
Calçando o velho tênis da saudade.
Aonde se dizia iluminado
O céu mostrava, enfim obscuridade.

Eu bebo deste copo de bom grado
Se agrado ou se malogro, falsidade
Espalha o seu cinismo pelo prado,
Refém do que vivemos, sou covarde.

Abarco os velhos ritos, mitos, medos,
E tento descobrir quais os segredos
Que ainda não mostraste para mim.

Reger a mesma orquestra em desafino,
Não tendo mais as rédeas do destino,
Vasculho cada porto, mar sem fim...
Marcos Loures


33

Espírito dormente da floresta,
Não deixe que maltratem suas filhas...
Das verdes esperanças pouco resta.
As matas se transformam parcas ilhas...

De máquinas vorazes, tudo infesta,
Matando tantas belas maravilhas.
A vida se fará mais indigesta
O mundo seguirá por tristes trilhas...

Acorda! Te implorando, meu futuro,
Num triste solilóquio quase pranto...
Não deixe adormecer um mundo escuro,

Nem deixe de viver cada segundo;
Na luta pelo vivo e doce encanto,
Da vida que trará um novo mundo!


34

Espírito alimenta e traz saúde
A quem concebe amor liberto em paz.
Renova num sorriso a juventude,
E toda uma esperança satisfaz.

Por mais que o tempo ingrato sempre mude,
A calmaria em vida já nos traz.
Fazendo da emoção um grande açude
Aonde a seca não virá jamais...

É marca registrada da paixão
As tempestades loucas, as tormentas.
Porém quem sabe amar vê solução

Nas palavras tão doces, serenadas,
Depois das ventanias violentas,
As águas pelo amor são abrandadas...
Marcos Loures


35



Espinhos que coroam nosso canto
Em formas eriçadas tão agudas,
Vermelhos os desejos, verso e pranto,
Não queimam nem precisam mais ajudas...

São formas dolorosas deste fogo
Que espalhas pelos campos destas flores...
Amada não se pode crer no jogo
Que arriscam, mais ariscos, os amores...

O certo é que tremulo sem sentir
As pernas temerosas laceradas,
O canto nos espinhos do porvir
Afoga minhas dores des’peradas...

Enquanto tanto amor manso e cruel
Nos leva loucamente para o céu...


36

Esse silêncio acalma, anestesia,
Prazer bem mais sereno se adivinha...
A vida transcorrendo em harmonia
Deitada nos teus braços, paz aninha...

A brisa sussurrando folhas, matas,
As águas tão pacíficas do rio...
Amor em borbotões plenas cascatas,
Explode nesta noite em louco cio...

Velando por teu sono, meu amor,
Observando a nudez tão maviosa;
Beleza transparente em esplendor,
Que faz brotar amor, perfume e rosa...

Nesses delírios tontos, colibri,
O tempo que sonhava, estava aqui...


37

Esse meu triste amor, merece o fogo!
Se não posso ostentar com certo orgulho,
Amor que não mereces, nem por rogo.
Jogado nessa estrada é como entulho.

Quem sabe nas promessas trace o jogo,
Pois vale quanto pesa, é só barulho.
Talvez encontre aqui, ou lá no Togo
Um mar que não prometa só marulho...

Não cabe em mim verter em esperança,
Se nada significa meu amor...
É verme que passeia e já se cansa,

É lua que não brilha, sem luar...
No fundo antecipando tua dor,
Te peço, nunca mais queira me amar!
Marcos Loures


38

Esse mar se elevando em véu de escumas,
Trazendo a sensação de majestade.
O vento transformando tantas dunas
Reflete em quente areia a claridade...

Nas glórias de saber que te encontrei
Depois desta imprecisa caminhada,
Agora que percebo o que sonhei
Reflexos multicores, minha amada...

Na brônzea maravilha desta tez,
Deitada nesta praia, tão molemente;
Pressinto que chegou a minha vez
De ter as alegrias em torrente.

Meu mundo que em tristezas foi sozinho,
Virou sonho, de amor e de carinho...



39

Esse amor que me toma todo dia
Trazendo uma alegria que é sem par.
Louvando toda a sorte e a fantasia,
Aprendo esta delícia de te amar.

Meu verso te propondo a melodia
Que amor nos ensinou a solfejar
Perfeita nos acordes, na harmonia,
Gostosa de aprender e de cantar.

Tu és a minha graça e redenção,
Tu és o meu sentido e meu rumo.
Vivendo em teu amor esta emoção

A cada novo tempo me ilumino
Ouvindo o teu cantar eu já me aprumo,
E volto no teu colo a ser menino...



6140

Essa tarde caindo me entristece...
As nuvens decorando o entardecer...
Te peço, te implorando numa prece ,
Não me deixes jamais, melhor morrer!

Amada, mulher linda, não confesse
Teus pecados nem diga mais porque...
A noite que aproxima não merece
Essa dor que se emana sem saber...

Capoeiras, sertões, as esperanças...
Trazendo minhas mansas ansiedades...
As forças naturais, nas velhas danças;

As portas se fechando, impropriedades.
Sequer te percebendo, vens, avanças...
A tarde vem caindo, traz saudades!!


41

Essa noite te quero, meu amor,
Em nosso amor vivendo esse momento
De plena juventude e de calor,
Com toda a fantasia e sentimento...

Quero te beijar tão mansamente
Sentindo teu perfume mais gostoso
Rolando nossa cama febrilmente
Roubando uma alegria e todo gozo...

Quero ter teu corpo junto ao meu
Dormindo meu cansaço em teus braços,
Prazer que em teu prazer adormeceu
Formando assim nos dois, os mesmos laços...

Prazer que nos delira no pernoite,
Suave e tentador como essa noite....


42

Essa hora está chegando amigo meu;
Tristeza se aproveita e dá recado.
Meu verso vai sangrando mais ateu
Envolto sem perfume, no pecado.

Nos bares que tomamos mais um trago
Milhares e milhares de saideiras.
A lua tão charmosa faz estrago;
As pernas das mulheres, verdadeiras...

Depois de tanta lua a noite morre
No colo da morena que escolhi.
Cabeça vai girando, estou de porre;
Porém mais um amor, sobrevivi...

Depressa meu amigo, vem ligeiro,
Que o dia vem chegando, sorrateiro...


43


Essa dor que penetra sem sentido,
Nesse momento austero da saudade;
É luz negra, transforma em claridade,
O que nunca pensei ter conseguido...

Quando procuro braços, vou vencido,
Mas persisto, cegando essa verdade,
Não consigo nem quero a liberdade;
Sou pássaro e, de morte, vou ferido...

Não pretendo saber de teus pecados,
Nem quero suplicar por teus recados;
Tanta miséria, fere, marca, insulta...

Tens a discórdia inata, nem percebes...
Meu amor, enfim, nunca mais concebes,
Devorando-me, lenta, a dor oculta...


44

Espero o verso frágil e sonhador
Que fale deste encanto insofismável,
Num tema que se mostra inesgotável
Qual fosse pro poeta o grande amor.

Eu quero após a chuva o bem da flor,
Revigorando o sonho interminável,
Num solo que proponho sempre arável,
Eu quero, se possível, lavrador...

Sorriso de inocência toma os lábios,
Supera em sapiência todos sábios
E molda um novo tempo em que viver

Será bem mais que um fato corriqueiro,
Aonde o amor singelo e verdadeiro
Resuma em perfeição todo o prazer...



45

Espero o teu amor a cada dia,
Com gosto de carinho, pão e mel,
Dançando par em par com a alegria
Flutuo em cada passo, ganho o céu...

No teu beijo, perfeita sintonia
Nos traz proximidade. Carrossel
De desejos divinos, fantasia
Voando em cada noite, num corcel...

Sonhando com teus olhos sedutores,
No bem que reconheço, vem inteiro,
Meus versos exaltando estes amores

Traduzem meu querer por ti, menina,
O amor com seus desejos tão certeiros,
Com setas, me atingindo, me domina...



46

Espero na colheita, amor perfeito,
Valorizando assim o jardineiro
Que tanto se dedica e deste jeito
Aguarda a flor mais bela do canteiro...

Sabendo ser possível nosso sonho,
Não temo mais sequer os vendavais,
O quanto eu te desejo e já proponho
Além do corriqueiro, muito mais.

Amor que não permita terremotos,
Que viva intensamente por si só,
Por mais distante, olhares tão remotos
Não deixe que se perca em fino pó

O amor que nos transforma e nos embala
Tomando toda casa, o quarto, a sala...


47

Espero minha amada que não vem...
Eu creio que talvez jamais virá;
Por certo se perdeu com mais alguém
E nunca mais meu mundo encontrará...

Amada que desfeita num luar
Deitada numa relva tão macia,
Sabendo que talvez possa encontrar
As mãos silenciosas e vazias,

Buscando noutro porto, noutro cais;
Amores que se fazem mais constantes,
Não venha pros meus braços nunca mais,
Quem dera se eu soubesse, enfim, bem antes...

Mas saibas, minha amada, não sou mudo.
E canto nosso amor morto, contudo...


48

Espero meu amor por um mais um dia
Quem sabe me trarás uma outra vida...
Sabendo que minha alma se perdia,
Virás e salvarás da despedida...

Amor que não se jura e se comete,
Que em loucas sinfonias se entrelaça
Amor que não precisa nem promete
Vivendo caçador virando caça.

Amor que não mais temo simples amo,
A quem sempre obedeço e nunca nego.
Pois saibas meu amor que eu sempre te amo,
Amor é manso fado que carrego...

Te quero meu amor, dia após dia
Por dias e por vidas, fantasia...


49

Espero esta menina de tardinha
E vamos ver um filme no cinema.
Depois tomar sorvete na pracinha
A vida já não traz qualquer problema.

Tentei passar a mão nas suas pernas,
A moça fez um ar de preocupada,
Nas carnes tão macias, duras, ternas,
Tão tenras que merecem ser tocadas.

Depois um beijo audaz em seu pescoço,
Tomei foi um tremendo beliscão.
O grito quase causa um alvoroço
Ficando bem marcado um vermelhão

Mas vale bem a pena a marca roxa,
A mão escorregou, parou na coxa...



6150


Espero esta chegada redentora
Dourando minha vida em plena glória
Trazendo uma alegria duradoura
Que nos dê o sabor de uma vitória

Rainha dos meus sonhos, dos meus dias,
Deveras és a paz que eu precisava
No encanto de teu verso me dizias
De todo o sentimento que eu sonhava.

Encontro tanto amor; imensa luz.
Abrindo meus caminhos, me guiando.
Na mão que me norteia e me conduz
A vida, com certeza, se mostrando

Mais bela, harmoniosa e tão feliz.
Amor que na verdade, eu sempre quis...


51

Espero desfrutar de cada beijo
Na boca que se mostra sensual.
Na força ilimitada do desejo,
No poder do carinho sem igual.

Tocando no teu corpo, um relampejo,
Que vai além do céu, percorre astral,
De todo este desejo que prevejo,
Na fúria deste amor, sensacional...

Incide sobre mim teus belos raios,
Um sol que me queimando, me alivia.
Depois de tanto amor, loucos desmaios,

Em cores tão divinas se renova,
Amor que a gente faz com maestria,
Trazendo para a cama, a lua nova...


52




Espero cada canto num segundo,
Que invada meu sorriso como um todo
Amor que me penetra traz meu mundo
Quiçá possa salvar-me deste lodo

Que em vão meu coração se emaranhando
Arrasta meus sentidos rumo ao nada.
O tempo de viver já vai passando
Em busca do sorriso desta amada...

Meus versos não são mais ledo destino
São versos que te faço, sentimento...
Encanto do meu mundo de menino
Tecendo uma esperança em pleno vento...

E canto meu amor com tal certeza
Envolto neste encanto, da beleza...


53

Espero ao fim da tarde uma surpresa
Em forma de carinho ou canivete.
O quanto uma esperança se repete
Não deixa que eu me sinta mera presa.

A lua que se deita e te embeleza
Ao mesmo tempo foge; vã vedete,
Amor que tantas vezes pinta o sete
Seguindo sempre contra a correnteza...

Desprezo o que não veio e nem viria
Jocosa maravilha cega o dia
E deixa o gosto amargo do não ser.

Eu beijo a boca aberta da ilusão
Sabendo deste amor, um vendilhão,
Mentindo toda noite em desprazer.



54


Espero ansiosamente esta presença
Que sei fará meu mundo mais feliz.
Amor que se faz sonho, vida e crença
Além do que pensei. Do que já fiz

Trazendo uma alegria tão imensa
Mudando todo o céu, vivo matiz,
Querida, és minha grande recompensa
Bem mais do que pensara e até já quis.

Janela do meu quarto estando aberta
Assim como o portal do coração.
Deitar-te aqui debaixo da coberta

Que o frio nos convida a namorar.
Vencidos pelo fogo da paixão
Vem logo que eu estou a te esperar...
Marcos Loures



55

Espero amanhecer em fogo brando
Não vejo outra saída. Sigo em frente.
O beijo que se fora tão ardente
Agora aos poucos sinto se esfriando.

As ilusões partiram noutro bando,
Minha alma se tornando mais descrente
É necessário um sonho em que se invente
Além do coração em contrabando.

Baladas não me dizem quase nada
Senão esta partida anunciada
Mudando todo o curso desde agora.

Não tendo mais teu corpo junto a mim,
Procuro inutilmente de onde vim
As mãos que se procuram noite afora.


56

Espero alguma coisa após a queda
Mesmo que seja apenas curativo,
Enquanto mantiver meu sonho vivo,
Eu pago sem temor, mesma moeda.

A porta se arrebenta e não se veda,
O verso que pareça mais altivo,
No fundo se mostrou lento e passivo,
E a boca da morena me embebeda.

Acessos entre crises de ciúme,
De todo grande amor, isso é costume,
E nada mais faria senão isso?

Vencido por promessas enganosas,
As cordas que arrebentas; caprichosas,
Impedem do floral, beleza e viço...


57

Espero alguma chance pra poder
Falar do quanto a gente se perdeu,
O mundo que eu achava todo meu;
Jamais eu poderei reconhecer.

Difícil, na verdade perceber
O quando minha vida esvaeceu;
Das lágrimas que o tempo recolheu
O fim desta viagem; desprazer.

Quem sabe, no final, por sobremesa
O amor, ao conhecer maior grandeza
Permita algum sorriso, mesmo falso.

Iludo-me deveras, pois sei bem,
Que apenas o vazio ainda vem
E as esperanças torpes, eu descalço...


58

Espero a tua voz vinda no vento,
Envolves minha vida em tal magia
Que jamais te tirei do pensamento,
Sequer um só momento, nem um dia...

Coloco nestes versos, sentimento,
E canto o nosso amor com alegria.
As noites doloridas, sofrimento,
Se vestem desse canto em harmonia

E sabem deste amor que não é pouco
Que toma e que transborda mar adentro.
Distante de teus olhos fico louco.

Amada, tua voz é meu abrigo,
Tu és o meu apoio pés e centro
Vivendo em nosso amor, amante, amigo...


59

Espero a tua voz vinda no vento,
Envolves minha vida em tal magia
Que jamais te tirei do pensamento,
Sequer um só momento, nem um dia...

Coloco nestes versos, sentimento,
E canto o nosso amor com alegria.
As noites doloridas, sofrimento,
Se vestem desse canto em harmonia

E sabem deste amor que não é pouco
Que toma e que transborda mar adentro.
Distante de teus olhos fico louco.

Amada, tua voz é meu abrigo,
Tu és o meu apoio pés e centro
Vivendo em nosso amor, amante, amigo...




6160


Esperei por tal fato sem descanso,
Lutei tão bravamente e te venci!
Futuro tão distante, sim, alcanço
Num gesto quase heróico estás aí

Mudando a cada instante, inconseqüente,
Fazendo tempestade em copo d’água
Por mais que a solidão, amor pressente,
Nos olhos da princesa já deságua.

Eternas estas ondas, vão e vêm,
Queria ter alguém junto comigo.
Depois de tanto tempo sem ninguém,
Tristeza se mostrando em desabrigo,

Morta enfim. Destroçada sem perdão!
Livrei-me da quimera: a solidão!
Marcos Loures


61

Esperavas teu príncipe encantado...
A vida te negou tal fantasia.
A noite ludibria o belo dia,
O sonho que vivia, abandonado..

Princesa, não sabias que eu sabia,
Que espelho dos teus sonhos foi quebrado,
Negava à Cinderela essa magia...
Cruel mundo real manda o recado...

Dançavas tuas festas, lindos sonhos...
Pensavas noutros mares, u’a princesa.
Os medos transtornaram-te, medonhos.

A vida veio crua, sem beleza...
Quem brincava, tristezas teve par...
Quem sonhava, jamais pode encontrar!
Marcos Loures


62

Esperas pela noite, nunca vem...
Esperas pelo príncipe, fugiu...
Quem sempre procurou vai também,
O tempo conselheiro, já saiu...

O medo de viver nunca faz bem,
A angústia dos amores, seu buril,
Transforma essa vontade noutro alguém
Tatuada no peito como um til...

Amores e promessas, esperanças...
Menina que cresceu vive cansada...
Quem espera por luzes e por danças,

Sentada vai revendo o velho sonho,
A vida vai passando na calçada,
O tempo que promete foi medonho...
Marcos Loures


63

Esperando este trem que pára agora
Na estação liberdade/consciência
Passando pelas ruas mundo afora
Mostrando que é preciso paciência.

Trazendo especiarias não demora
Mas vale pelo tempo e penitência.
Em bandeiras e sonhos se decora
O trem da liberdade e da ciência.

Ciência de saber que amor é cura
Que a força por mais bruta se faz frágil
Perante a mansidão, calor, ternura.

Mergulho em utopia a claridade
Num sonho de outro sonho bem mais ágil,
Que venha com perfume de amizade...


64


Esperanças sussurro no teu peito
Tentando te tocar no coração.
Achando que talvez traga um efeito
Que faça ser menor a confusão...

Sussurro em teus ouvidos, bem baixinho,
A voz enrouquecida, isso te ouriça,
Percebes como fere o teu espinho,
Passível, lerdo, restas temes liça...

E nada em ti descubro tudo inútil,
E nada mais escuta nada fala,
Parece que te escorre medo fútil
Esqueces e de repente, já se cala...

Que temes quando toco o coração?
Fazer de tanta luta maldição?


65

Esperanças plantadas no pomar
Das ilusões do amor que não tem fim.
O tempo vai passando devagar,
Nublando a solidão dentro de mim.

Espero que a manhã irá mostrar
O sol que imaginei- amar enfim,
Brilhando nesta flor que vai brotar,
E perfumar enfim, nosso jardim...

Insisto em te querer, amor arisco
Que foge entre os meus dedos, se esvaindo,
Valendo a pena sempre correr risco

De uma tristeza imensa feita em não,
Quem sabe colherei um fruto lindo
Depois de ter regado a plantação...


66

Esperanças conjugar
Os verbos desta canção
Que permitem cravejar
Com amores e perdão

O brilho deste luar
Maltratando o coração
De quem quisesse sonhar
Anunciando o verão

Nas matas tantas promessas
Das flores em profusão
Tentando ser às avessas

Do que fora escravidão
Nestas luzes que professas
Profetizas compaixão!


67

Esperança vem quieta e sorrateira...
Batendo nas janelas dos hipócritas,
A noite que parece derradeira,
Recebe tais mensagens vis, apócrifas..

Os olhos do mendigo se iluminam,
A noite monstruosa, adormecida...
Refaz podres entranhas desatinam,
Matando feramente, toda a vida...

Nas vozes das perfídias escrotais,
Crocitam essas gralhas venenosas...
Os bicos mais lascivos, imorais,

Apontam para os olhos dos mendigos...
Devoram os jardins, quebram as rosas,
Ameaçam retornos e perigos...
Marcos Loures


68

Espinhos maculando a bela flor,
Amor que tanto eu quis e não desvendo,
O templo das loucuras, meu andor,
Altar aonde o tempo é um adendo

Somente e nada mais, posso compor
Um verso enamorado; mas pretendo
Viver cada momento com vigor,
Dos erros, fantasias, já sabendo.

Matar os meus desejos. Quem me dera...
Seria ao menos muito mais feliz.
Um velho apagador destrói tal giz

Na lousa desta vida em longa espera.
Porém meu coração sonega a aragem
E esconde-se nos ermos da paisagem...


69

Espetáculo em forma de poema,
Raríssima beleza, esteja certa.
Tu tens muito talento. Rompa a algema
Que às vezes torna a vida mais deserta

Dos astros, um sublime diadema,
Um manto que servindo de coberta
Encontra nos teus versos, rara gema
Que em cores tão diversas nos desperta

Ourives da palavra, cada amiga,
Polindo em poesia uma pepita,
Tesouro de sobeja claridade

Não desanime nunca, e sim prossiga,
Ninguém jamais um sonho delimita
Entregue-se, sem medo à liberdade!
Marcos Loures


6170

Espero teu calor na minha tarde
Depois de tantos sonhos esquecidos.
Amor que tanto queima e que já me arde
Esquece dos desejos mal vividos...

Eu quero essa nudez que me prometes
Nas minhas caminhadas pela vida,
Palavras tão macias que repetes
Transbordam meu desejo enfim, querida...

Eu quero navegar pelos teus portos
Vivendo a fantasia deste cais.
Por rumos que pensara fossem tortos
Encontro essa ventura e tenho paz...

A paz que celebramos, nossa cama,
Queimando e descobrindo cada chama....


71

Espero ter teu corpo nessa noite
Envolto na magia sedutora
Que trama em quimeras, meu açoite,
Fazendo desta noite redentora...

Nas luzes transparências e desejos...
Orelhas e segredos, na libido
Os dentes sussurrando mansos beijos
Mergulhos no oceano descabido.

As rotas percorrendo, matas, grutas,
As mãos são mensageiras do prazer.
De tanto que desfruto e tu desfrutas
A vida não se cansa de nascer...

Amor eu te desejo em noite escura,
Derrame de ventura e de ternura...

72

Espero que tu venhas
Trazendo tanto amor,
Acendes, nestas lenhas
Por certo, o meu calor

Na sorte em que te embrenhas
Um sonho tentador
Só quero que tu tenhas
Carinhos a propor.

Vencendo a solidão
Que faz-se em noite fria
Encontro a solução

O bem que mais queria,
Refestela-se a paixão
Em nossa poesia...
Marcos Loures


73

Espero que tu tenhas um bom dia
Assim como um bom dia também quero.
Que seja um dia pleno de alegria
Assim como o meu, também, espero...

Que a vida te sorria e não deboche,
Que os rios que percorres sejam mansos.
Amor não seja só um simples broche
Que te barco aporte nos remansos...

Que nada mais te traga sofrimento
E a vida te inundando de esperanças.
Que o fogo da saudade e do tormento
Não trague tua vida nas lembranças...

Que o sol que te sorria não te queime.
Persevere no amor. Ah! Nisso teime!


74

Espero que te encontre todo dia
Envolta nessa luz que me fascina
Sabendo que trarei a poesia
Que nasce do meu peito e me domina...

Não quero mais viver sem ter-te ao lado,
Em cada novo canto que dedico,
Percebo que viver apaixonado
Me deixa cada vez muito mais rico

Da beleza que incrusta-se no sonho,
Da alegria que insere-se em meu rosto,
Viver da fantasia que proponho
Em tudo o coração vai mais exposto.

Permita que eu desfrute assim, querida
Bem mais que simples dia em tua vida...


74

Espero que perdoes; minha amada,
Os erros que cometo todo dia,
Avesso aos teus conselhos eu queria
Seguir em liberdade, a minha estrada.

Porteira da ilusão arreganhada
O vento nos convida à fantasia,
Tentando conhecer nova alegria,
Depois de caminhar, não restou nada

Senão a frialdade de uma noite,
Aonde a tempestade como açoite
Açoda o pensamento, mata a sorte

Beber de uma emoção diversa e santa
A vida ludibria e desencanta,
Prepara uma navalha que me corte...


75


Espero que me entendas e me aceites,
Sou ermo e nisso tramo a minha sina,
Caprinas emoções, pútridos leites
A mão que cumprimenta e assassina.

Arrasto os meus fantasmas pela casa,
Demônios que recrio do passado,
Grassando o meu espectro alma defasa
E volta ao que pensei abandonado.

Nas teias que me servem como abrigo,
Tecendo imensidão recrio abismos,
De outras vozes melíferas consigo
Conter os meus instintos, fartos sismos.

A par destes engodos e verdades,
Arrancando os meus olhos, claridades...


76

Espero que depois da chuva venhas
Trazendo o sol sublime da esperança.
Tu sabes de meu peito velhas senhas
Quem sabe tem juízo e sempre alcança;

Enquanto nos sofreres tu te embrenhas
Relembras dos momentos de criança
Aonde os corações queimando lenhas
Vibraram fantasias em pujança.

Amiga quando estavas tão perdida
Vagando qual cometa em ilusões
Tocada pelo vento das paixões

Buscando como louca uma saída,
Sentia que inda um dia fosse ter,
Depois da tempestade, o teu prazer...
Marcos Loures


77



Espero pelas duras noites, ânsias,
Procuro por qualquer forma de vê-las,
As horas que confundo são ganâncias
As noites que prometo sem estrelas!

Quem dera se meu barco em alvas velas
Seguisse sem saber das discrepâncias,
Vestindo as poesias e ao contê-las
Vagasse pelos céus, suas estâncias...

Quem tenta no infinito o seu reflexo,
É côncavo distante do convexo
Espelho distorcendo a sua imagem.

Vagão sem conhecer locomotiva
Minha alma libertária, assim cativa
Insone em vão procura uma paragem...


78

Espero pela estrela que não veio,
Sequer mandou recado, se mandou.
Juntando cada parte que sobrou
Depois de certo tempo, eu ando cheio.

A moça que escondeu umbigo e seio,
Fazendo esta promessa me deixou,
O parto dolorido tatuou
No corpo de quem segue cada anseio.

Metade dói demais, outra alivia,
Escrevo esta missiva em poesia
Falando deste tudo que foi nada.

Mas venha que eu te quero, não duvide.
Enquanto a lua imensa nos convide
Eu quero estar mulher enluarada...
Marcos Loures


79

Esperança é areia movediça
Infeliz de quem dança em suas cordas...
Muitas vezes parece que enfeitiça
A gente sem querer, treme nas bordas...

Quantas vezes me perco na cobiça
Outras tantas padeço noutras hordas.
Caniço que procura ser cortiça,
Nem percebes nas horas que me acordas...

Esperança moleca bem traquinas
Esbarrou e quebrou vaso chinês
Nas saias que levantas, desatinas.

No final aluguel no fim do mês.
Siderurgicamente sem bobinas,
Afinal, viciado sou freguês.
Marcos Loures


6180

Esperança adormecida
Esquecida noutro canto
Pobre semente da vida
Tentam roubar teu encanto

De novo pedem guarida
Os que trazem desencanto
A manhã se vai perdida
De novo raiará pranto...

Nos olhos da sertaneja
Todo verde amarelou
O sonho, doce peleja,

No pesadelo voltou
A mansa boca que beija...
Escarradeira virou!
Marcos Loures


81

Esperado poder ter os teus braços
Toda noite aguardando tua volta.
Deixaste por aqui tão fortes laços,
Mas agora, me explica como solta.

De noite, quando chegas no meu sonho,
A minha vida, em festa, se resume...
Fazendo o meu viver bem mais risonho,
Encharcando a minha alma de perfume...

De dia minha dor se torna imensa.
Não tenho nem os sonhos que aliviam...
Pergunto se acordar, então, compensa.
Sem sonhos, os meus dias se esvaziam...

Se não houvesse nunca mais o dia,
Minha vida seria plena de alegria!


82

Espera por teu ninho, no final,
Esta ave que tentara, passarinho
Voar em liberdade. O desalinho
Tornou-se em solidão, quase fatal.

Quem tem uma morada, bem ou mal,
Já sabe: não irá seguir sozinho,
E quando noutro tanto eu já me aninho
Concebo ser suave o corte e o sal.

Embaralhando os corpo eu me aqueço,
Virando a minha vida, frente e avesso
Sem tétricas loucuras, desvarios,

Assento esta poeira e sigo manso,
Bebendo a poesia em teu remanso
Seguindo sem cascatas nossos rios...
Marcos Loures


83




Espera florescer o seu jardim,
Aquele que se fez em esperança,
Por mais que a vida negue sempre o sim,
O eterno Paraíso, o sonho alcança.

Quem traz esta vontade como herança
Já sabe do que digo, e quer enfim,
Vencer a tempestade em temperança,
Bonança usufruindo, um dia clean.

Pesando em minhas costas, fantasia,
Que o tempo mesmo insano busca e cria,
Mesmo que a vida teime em ser algoz,

E quando a noite traz a solidão,
Abrindo as velhas portas do porão
Eu tento me lembrar sempre de nós.


84


Espelhos refletindo olhares tantos
Eu me perco em mim mesmo e nada sou.
O corpo abandonando em blues e soul
Esfacelando as rezas feitas cantos.

Vomito sobre os líricos encantos
De quem se fez estúpido e cruzou
Cobrindo em naus insanas, cegos mantos
Bebendo do que pensa e não restou.

Aborto do que fui e não sonhara
Carcaças entre luvas de pelica
O nada que em verdade tipifica

A merda em que meu passo contestara
Expõe em mil olhares meus espelhos,
Enrugadas manhãs de versos velhos...

85


Espelhos de nós mesmos, ambos: luz.
Sem termos, vamos sempre sem temores.
Acendes o que cedo me seduz
Semeias as vontades e os fulgores.

E quando a noite chega amor abduz
Das cenas mais picantes, dois atores
Cenário que tão raro reproduz
O que desejam tanto estes autores.

Não quero em nosso caso algum recato,
Banquete que se faz no mesmo prato
Unindo nossas fomes nos saciam.

Metades quando unidas da maçã
Ardentes emoções, profano afã
Que satisfazem quando enfim viciam...
Marcos Loures


86

Espelho onde retocas maquiagem...
Nunca mente, mas finges não ouvir.
A noite transtornando tua imagem,
Madrugada teimosa não quer vir...

Espelho refletindo essa visagem,
O tempo vil mendigo vem pedir,
Nem espera resposta, por passagem.
Belas flores murchando... Vais sair...

O espelho respingando tanta mágoa,
As rugas mapearam o teu rosto.
As lágrimas descendo, dão um beijo...

A tristeza transforma-se nessa água
Que borra a maquiagem... No desgosto...
Mas, minha amada, como te desejo!!!!


87

Espelho na sarjeta o que há em mim,
Estendo as minhas mãos para o diabo,
O sonho em que tropeço mostra o rabo
Bebendo com fartura todo o gim.

Nas vísceras expostas no jardim,
Dormindo enquanto ronco eu sempre babo
Aos poucos fantasias eu desabo
E mostro de onde venho e porque vim.

Na lepra que carrego dentro da alma,
Tubérculos crescendo a cada dia.
Mentira toma a forma em poesia

Nem mesmo o velho logro mais me acalma.
Somando o que ganhei fiquei de menos
Sem mares, sem marés, ares amenos...


88


Espelha o nosso amor, plena alegria.
Há tanto que desejo esta verdade.
A noite em que mergulho, outrora fria,
Inexpressiva fonte de saudade

Agora modifica tal enredo
E deixa que se veja um novo sol.
Amor ao perceber este segredo
Acende em nossa vida o seu farol.

Ancoro meu navio neste porto,
Fomento uma ilusão que não mais cessa.
O mar que outrora fora ledo e morto
Encharca a minha vida na promessa

Da enorme fantasia que alimenta
Acalmando a amargura, violenta...
Marcos Loures


89

Especular reflexo, só retrata
O olhar em que haveria ingenuidade
De tanto que se fere e se maltrata
Os cães sempre procuram igualdade.

Da súcia que devia legislar
O rosto que se expõe, em podridão
Permite que se veja o mesmo olhar
Daquele que trafica, exploração.

Na luta que de dá nem concha ou mar,
Os erros cometidos são de todos.
Numa omissão difícil de explicar
Criamos pra nós mesmos vários lodos.

Fuzil, ora brinquedo de criança
Expressa, em realidade, uma vingança...
Marcos Loures


6190



Espectros que caminham pela noite,
Fantasmas de um noctâmbulo poeta,
Queimando em minhas costas, tal açoite
A morte ainda serve como meta.

Jogado pelos cantos e sarjetas,
Olhando o meu passado sem clemência,
Carrego no meu peito vãs tarjetas,
O risco não passou de penitência.

Ourives que lapida a falsa pedra
O pensamento vaga entre as marés,
Em meio a tais falésias. Peito medra,
E acolhe novamente estas galés

Que impedem o meu passo libertário,
Um rio que transborda no estuário...



91

Espectros do que fomos me perseguem
E tomam meus anseios cerebrais,
Aos poucos; feramente, eles conseguem,
Eu não me livrarei deles, jamais.

Por mais que outros amores venham, neguem,
Esta presença insana de abissais
Cadáveres de ti que inda me seguem,
Perseguem com tais fúrias canibais.

Esmigalhando o sonho que eu tivera
De ter ao menos restos no jantar,
Sorrindo em ironia, amarga fera

Não deixa que eu prossiga, feito um amo
Do qual não consegui me libertar.
Uma voz sepulcral repete: eu te amo!


92

Esparsos sentimentos tão confusos
Pelos caminhos todos que segui.
Suores e prazeres mais profusos
Encontro tão somente, amor, em ti.
Horários se misturam, vários fusos,
Mas tudo que esperei estava aqui.

Na paz mais desejada sem desdita
Neste carinho manso que me dás.
A lua em nossos olhos, infinita
No mar em calmaria, tanta paz.
Minha alma tão feliz te cerca e grita
Na luz e na alegria, mais capaz.

Aos Céus elevo preces e louvores
Na glória destes dias redentores...


93

Esparramas teu gozo sobre mim,
Na lava que me queima e me sacia.
Eu quero estar contigo até o fim
Mordiscas meus desejos, alegria.

Aguando tuas flores, teu jardim,
Enaltecendo sempre a fantasia
Do mundo que nos mostra em tal festim,
Um gesto de calor e de euforia.

Serenos vão caindo em nossos portos,
Corpos que se buscam, sem fronteiras.
Destinos que julgávamos tão tortos

Molduram em delícias; novos planos
De noites tão fantásticas, ligeiras,
No fogo destes sonhos sobre humanos..
Marcos Loures


94

Espalho no infinito claros versos
E bebo as calmarias que encontrar,
Vagando em liberdade os universos,
Nos braços deste amor faço o meu lar.

Lauréis; não imagino na chegada,
Nem mesmo uma fanfarra nem festejos
Apenas a manhã iluminada
Roubada destes sonhos mais sobejos.

Vagando nos meus céus, estrelas puras,
Reinando sobre os cantos, francos olhos.
Recolho tantas flores, sempre em molhos

Banhado pelos raios das ternuras,
Ferrolhos dos meus medos sem entrave,
Dos cofres eu encontro cada chave...
Marcos Loures


95

Espalho meus restolhos, vou ao léu.
Não tendo outro caminho estou contente,
Minha alma se perdendo num bordel,
Meu mundo vai morrendo delinqüente.

O gosto do fantasma já se sente
No pântano que exponho, doce fel.
Eu te amo e nada disso é tão premente,
Apenas garatujas feitas mel.

Ao respeitar teus peitos, silicone,
Encontro em tuas pernas belo cone
Aonde misturando meus retalhos

Permito nosso amor sem atos falhos,
Em toda servidão em que me lavo,
Prossigo tão somente teu escravo...


96

Espalho eternidade no infinito
Um simples amador decerto audaz,
Rompendo a solidão; frio granito
Apenas no demais se satisfaz.

A pedra que trazia no meu peito
Quebrada pelo riso da mulher
Chegando mansamente, desse jeito
Demonstra o que deseja, o que mais quer.

Mudando de conversa, simplesmente,
Amor assim se empresta em rebuliço,
A lua feita em mel, vem de repente
Prateia a minha sorte em novo viço.

Atiço os sentimentos, rasgo o verbo,
Matando o verso incréu, rude e soberbo.
Marcos Loures


97

Espalho em cada canto o meu sorriso
Onde espero espelhar felicidade.
A morte quando vem não manda aviso
Por isso é bom viver totalidade

Sabendo que no sonho em que matizo
Encontro teu olhar com liberdade
Um novo mundo; então, esquematizo
Aonde encontre em paz, sinceridade.

Amigos; encontrei por toda parte
Amores esquecidos, vento leva,
Aprendo todo dia uma nova arte

Com quem compartilhando cada passo
Acendo fogaréu matando a treva
Voando em plenitude, ganho espaço...
Marcos Loures


98

Espalhe em teu caminho um diamante
E faça deste sol teu companheiro.
O brilho que se mostra num instante
Permite que se aqueça o mundo inteiro.

Assim ao perceber quanta beleza
Espelha-se em teu rosto tu verás,
A força natural da correnteza
Trazendo para todos nós, a paz.

E nela uma verdade imorredoura
A mais sublime glória se pressente
Na luz que nos suprime enquanto doura
Mostrando quanto amor se faz urgente

Sabendo do poder da fantasia.
Eu bebo desta fonte noite e dia
Marcos Loures


99

Espalhas tanto brilho sobre quem
Sabe desfrutar cada momento,
O tempo que se mostra em bom intento
Com plena claridade, sei que vem.

Tua presença em lumes sempre tem
O poder de acalmar o forte vento
O amor quando demais, em sentimento,
Expressa a maravilha deste bem.

Bendigo o sol imenso em teu olhar
Aonde a fantasia faz brilhar
O amor que inebriando faz feliz

Aquele que se deu em farta luz,
Encanto que esta imagem reproduz,
Clareia o céu outrora negro, gris...
Marcos Loures


6200

Espalhas sobre nós; vital ternura,
Um canto em que alegria se demora,
Refaz com harmonia cada aurora,
Promessa benfazeja de brandura.

Trazendo para todos a ventura
De sermos mais felizes vida a fora,
Quem em tanta beleza se decora,
Não deixa mais a noite ser escura.

Entornas teus carinhos claramente
Deixando toda a gente tão contente
Um vento que nos toca. É necessário

Dizer do quanto quero bem a ti;
Estrela que, brilhante eu conheci,
Desejo-te um feliz aniversário.
 
Autor
MARCOSLOURES
 
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