Poemas : 

1000 SONETOS DE AMOR

 



Te sinto assim,
presente,
mesmo na tua
ausência ...
(Olhos de Boneca)

Espero te encontrar
Mesmo de ti ausente
No quanto se apresente
Um raio de luar
E nele me levar
Aonde estás presente
Vivendo plenamente
O bom de tanto amar,
Sentir a tua pele
E nela quando atrele
O sonho mais audaz,
Sabendo a cada instante
O quanto nos garante
Amor se é feito em paz.

002

Torturas das saudades
Marcando quem se fez
Do amor insensatez
E nele realidades
Aonde quer que brades
Ou mesmo quando vês
O tanto se desfez
Em meras brevidades.
Mas sei que ainda posso
Fazer deste destroço
Um claro amanhecer
Viceja esta esperança
E quanto mais avança
Mais perto sinto ter.

003

Marcadas cicatrizes
De tempos onde a vida
Deveras presumida
Em dores e deslizes
E nelas tais matizes
Marcando a já sofrida
Espera concebida
No quanto contradizes
E falas de um momento
Aonde busco e tento
Singrar outro caminho,
Mas quando vejo o olhar
De quem eu quis amar
Já não sou mais sozinho.

004

Amor que se dizia
Há tanto tempo atrás
Agora já não traz
Sequer esta harmonia
E nisto poderia
Quem sabe mais audaz,
Ou mesmo até tenaz
Vencer a hipocrisia
Do tanto que se dera
E nesta dura espera
O medo sobressai,
O amor que tanto eu quis
Agora já não diz
E aos poucos sei, se esvai.

005

Somente a poesia
Talvez inda redima
E mude o velho clima
Aonde se traria
A vida em agonia
E mesmo o quanto estima
Quem sabe e se aproxima
Do imenso e claro dia.
O verso sem futuro
O quanto te procuro
E nada mais se vendo
Não traz felicidade
E o pouco que inda invade
É feito algum remendo.

006

Mas vejo, no futuro
O brilho da esperança
E quando nos alcança
Em pleno tempo escuro
O quanto te procuro
A voz além se lança
Gerando a confiança
Aonde houvera um muro,
Dessedentando assim
O quanto existe em mim
De luta após o fato
Da imensa solidão
De um tempo feito em vão
Do qual eu me desato.

007

Abrindo a porta triste
E nela este passado
Já tanto desolado
Agora não persiste
E apenas sei resiste
Aqui sempre ao meu lado
O amor, velho legado
De tudo o que consiste
A vida noutra face
Aonde quer que eu grasse
Seu brilho me tocando,
E o peso da cangalha
O corpo agora espalha
E o mundo fica brando.

008

Quem sabe ressurgida
Depois de um temporal
Lua fenomenal
Regendo a nossa vida,
Permita esta saída
Novo manancial
Em sol, em mar e sal
Ausente despedida,
Sem ranço e sem mistério
A vida sem critério
Apenas por sentir,
Riscando a hipocrisia
Gerando a fantasia
Tomando o meu porvir.

009

Retorne noutros dias
Depois de tanto medo
O quanto me concedo
E o tanto que terias
Gerando as alegrias
E nelas o segredo
Vivendo desde cedo
Sem ter hipocrisias,
Restando dentro em nós
O amor ditando a foz
De um tempo mais feliz,
Açoda-me a vontade
E nela sempre agrade
O canto que eu te fiz.

010

Bem sabes que estarei
Depois da chuva aqui
E tanto me embebi
Do amor onde eu cevei
O quanto desejei
E nele presumi
O risco e sei em ti
Superna e rara grei,
Vencendo o que talvez
O tempo outrora fez
Em duro vendaval,
Quem sabe num instante
O todo se garante
Num ar consensual?

011

Pensando toda noite
Naquela que talvez
Pudesse insensatez
Gerar além do açoite
O brilho de um sorriso
Afoito e mesmo assim
Recende a tal jardim
E nega o paraíso,
Amar e ter também
O corte deste espinho
Aonde me avizinho
Do sonho quando vem
E sei do pesadelo,
E como até, vivê-lo.

12

Mulher que me levou
Além dos meus anseios
E quando sem receios
O tempo se mostrou
No todo que restou
Lembrança destes seios
E neles outros veios
Por onde amor passou,
O quanto vive em mim
E levo até meu fim
Perfume desta que
Ainda vive agora
Presença que devora
E a cada instante vê.

13

Nos beijos e carinhos
Delírios entre riscos
Olhares mais ariscos
Momentos tão sozinhos.
Anseios e pecados
Desejos entre fúrias
E quando em tais incúrias
O gozo desfrutado
O rumo se percebe
E beijo cada rastro
Em ti eu sei me alastro
E adentro a imensa sebe
Aonde amor renasce
E mostra a vera face.

14

Amor que nós fizemos,
Em tramas delicadas
Em noites desejadas
O quanto nos queremos,
E assim ao perceber
O dia se anuncia
Na luz da fantasia
Nas teias do querer,
Viceja dentro em nós
O todo feito em paz,
Do quanto fui capaz
E sei também a voz
Do amor além do encanto
A dor e o medo espanto...

15

Nas noites que sem fim
Orgásticos caminhos
E neles os teus vinhos
Delícias sei em mim,
Restando do que vim
Trazendo em nossos ninhos
Os dias vãos sozinhos,
Matando este jardim,
Mas vejo esta promessa
Do amor que recomeça
E traça no horizonte
Cenário iridescente
E nele se pressente
O encanto que desponte.

16

Passeio minhas mãos
No corpo de quem ama
A sorte, a mesma trama
E ceva os mesmos grãos,
Os dias outros, vãos
A morte dita o drama
Agora a vida clama
E mata antigos nãos,
Aprendo assim contigo
E enquanto além persigo
Inesgotável brilho,
O rumo se aproxima
Do quanto em novo clima
O sonho eu compartilho.


17

Meu coração sofrendo
De tanto que se dera
Além da vaga espera
Ou mesmo de um adendo
O pouco vou revendo
E nele a vida é fera
O todo degenera
Não resta algum remendo
Revendo o dia a dia
Aonde poderia
Saber enfim de nós,
O tanto não se expondo
O mundo decompondo
Em tom amargo e atroz.

18

Procuro teus cabelos
E toco a tua pele
No quanto me compele
Vontade de vertê-los
E sinto em tais novelos
O amor quando se sele
E nele já se atrele
Os dias em tais zelos,
Rever o passo eu pude
E tramo em juventude
Um novo amanhecer,
Assim imerso em luz
Ao farto nos conduz
O raro e bel prazer.

19

Mas nada encontro aqui
Além desta promessa
Do amor que se confessa
E nele me prendi,
O tanto já sofri
A vida em fúria e pressa
Meu passo se endereça
Deveras só a ti.
E sei que assim talvez
Ainda o que tu crês
Permita a caminhada
Gerando novo trilho
Sem medo ou empecilho
Raiando em nova estrada.

20

Mulher que me deixou
De tanto amor que tenho
O quanto em claro empenho
O mundo destroçou
O todo que foi meu
E agora mais distante
Sem nada que garante
Após seu apogeu
A queda em dor e medo,
O risco de sonhar
E nada mais achar
Saber deste rochedo
Saveiro perde o cais,
Amores; nunca mais?

21

Promessas tantas fez
Quem foi e não voltara
Depois nesta seara
A noite em turva tez
O medo e a insensatez
A vida desampara
E nada se prepara
Aonde amores vês.
O tempo não mais cura
E sei desta loucura
E dela não me aparto,
O canto sem promessa
O sonho em vão tropeça,
Vazio então meu quarto.

22

Palavras que soltaste
Ao vento sem pensar,
Chegando devagar
Causando este contraste
Aonde imaginaste
Sobejo e bom lugar
Sem nada a se mostrar
Apenas o desgaste,
O risco de viver
O gozo do querer
E o nada após eu vejo,
Assim amortalhado
Amor já desolado
Sequer resta o desejo?

23

Amor que como veio
Um dia foi embora
No quanto a vida ancora
Em cais atroz e alheio,
O tanto que receio
A sorte não demora,
O vento revigora
E o medo em vão anseio,
Gerando em contra-senso
O mar de amor imenso
Exposto ao temporal,
E sei que assim te quer
E tanto mais sincero
Amor fenomenal.

24

Procuro por teu sonho
E nele me sacio,
Seguindo cada fio
Aonde me componho
Vagando eu te proponho
E nisto me anuncio
Depois do desafio
De um dia mais medonho,
Resumo em verso e canto
O todo que garanto
Pudesse ser além
Do pouco quando resta
Amor adentra a fresta
E sei quando ele vem.

25

És tudo o que desejo
E não mais poderia
Viver sequer um dia
Sem ter este lampejo
E sei o quanto vejo
De ti em alegria
Decerto é fantasia
Ou mesmo um raro ensejo.
Mas sigo esta vontade
Alheio à tempestade
Sonhando em tal bonança
Aonde após a treva
A lua sempre leva
E amor enfim alcança.

26

Meus olhos se perdendo
Buscando algum alento
Aonde o pensamento
Pudesse em estupendo
Caminho convertendo
O quanto ainda tento
Vencer o sofrimento
E a dor é dividendo
Amor não mais o vejo
E quando em azulejo
O céu se apresentando
Aos poucos, num instante
O tempo mais brilhante
Eu vejo em mim nublando.

27

Em busca da amplidão
Do olhar que me sacia
Vagando em claro dia
Bebendo os que virão
E sei da dimensão
Do tanto onde podia
Vencer esta agonia
E crer noutra estação
Amar em plenitude
Também porquanto ilude
Transcende à própria vida,
Depois de tantos anos,
Em riscos desenganos
A sorte pressentida.

28

Em volta deste tempo,
Aonde acreditara
Na luz desta seara
E vejo o contratempo
Vencendo este momento
Em dor e tempestade
O sonho volta e invade
E traz um novo alento
Ao menos lenitivo
A quem sofrera tanto
E quando a luz garanto
E nisto sobrevivo,
A lua se esvaindo
Neblina vem surgindo.

29

Os pássaros errantes
Vagando pelo espaço
Assim também eu faço
Enquanto não garantes
O amor em tais instantes
Estando sempre lasso
Buscando a cada passo
Diversos diamantes
Eu sei e até pretendo
Vencer qualquer remendo
E ter em plena luz
O sonho mais bonito
E dele necessito
Ao quanto me conduz.

30

Não sei mais se consigo
Vencer os meus tormentos
E sei dos desalentos
E vivo o desabrigo
E quando além persigo
Em vagos pensamentos
Olhares mais atentos
Adentram tal perigo,
E sinto que inda posso
Viver o amor tão nosso
Quão fora no passado,
Vestindo esta emoção
Os dias me trarão
O sonho desejado?

31

De tudo que busquei
Na vida a calma e a paz
Somente amor me traz
Enquanto dita a lei,
E quando me enganei
No olhar bem mais audaz
De quem se fez capaz
E nada mais terei
Senão este vazio
E tento até recrio
Algum lugar aonde
O beijo saciando
O dia imaginando,
Mas logo o sol se esconde...

32

O mundo que sonhava
Vagando pela vida
A sorte presumida
Agora morre em lava
Uma alma quase escrava
De tanto já sofrida
Não vendo esta partida
Enquanto o passo trava,
Resume em dor e pranto
O todo que garanto
Vencer qualquer tropeço,
O amor se faz bem mais
E assim em temporais
Bonança é o que mereço.

33

Apenas nos meus sonhos
Eu tinha esta certeza
Do amor em tal nobreza
Em dias mais risonhos,
Mas quando vejo a sorte
E nela não se crê
No amor que sem por que
Não tendo quem suporte
Despenca e sempre leva
Consigo uma esperança
O passo não avança
Senão em plena treva,
Buscando recompor
Meu sonho em raro amor.

34

Tentarei resistir
O máximo que posso
Sabendo quanto é nosso
O canto de um porvir
E tanto presumir
No risco aonde endosso
O pranto e não me aposso
Do encanto, este elixir.
Quem dera se pudesse
Ainda ter benesse
Depois do vendaval,
Amar e ter somente
O quanto se apresente
Mudando todo astral.

35

Os olhos esquecidos
De tanto procurar
Algum belo lugar
Em tantos presumidos,
Tocando os meus sentidos
Vontade de encontrar
Aonde possa andar
Nos brilhos pressentidos
Restando dentro em nós
O quanto fora atroz
O mundo sem ninguém,
Ao menos poderia
Viver esta alegria
Que eu sinto, nunca vem...

36

Dos erros nesta vida
Eu tento aprender mais
E quando em desiguais
Caminhos a avenida
Da sorte é mais sentida
Enfrento os rituais
E beijo os sensuais
Delírios desta ermida,
Vagando noite afora
Encanto além aflora
E toma o meu olhar,
Mas quando vejo e só
Envolto em pleno pó
Só resta caminhar.

37

Por certo das saudades
Jamais me libertara
Enquanto a vida amara
Em luzes desagrades,
Rompendo assim as grades
E nelas a seara
Vestindo sempre ampara
Além das realidades,
Eu quero e me permito
Um dia mais bonito
E nele ter a sorte
De ter quem mais queria
Vivendo a fantasia
Aonde eu me reporte.

38

Amiga, como é bom
Saber do nosso amor
E seja como for
Ouvir o manso som
Da lira de um poeta
Aonde em verso vê
A vida em seu por que
E nisto se repleta
Uma alma em luz e tanto
Desejo se desfia
Trazendo em melodia
O todo que inda canto
Invisto na certeza
De um dia em tal leveza.

39

Meus olhos? Sem reflexo
Do olhar de quem anseio
Agora em tom alheio
O canto é desconexo,
Aonde mais perplexo
Caminho em raro veio,
Gerando sem receio
O encanto segue anexo
Ao passo que se dera
Em plena primavera
Vencendo os meus temores,
E quando vira espinho
Andando tão sozinho
Sonhara com as flores.


40


Manhã já vai raiada
Acordo nos teus braços
Agora em doces laços
Amor nessa florada.

Te beijo, tão feliz
Lá longe a dor de outrora
Certeza dessa aurora
Felicidade em bis.

Curada a cicatriz
Refeita essa promessa
O amor nos prega a peça
Contrário aos atos vís

Colore de alegria
A tua face, a minha
Sazona a nossa vinha
De novo, a poesia!


ANA MARIA GAZZANEO

Amiga, todo o tempo
Distante de você
É como não se vê
Além do contratempo
Vestindo a fantasia
Desnudo mansamente
E logo se apresente
Um claro e raro dia
E bebo em seu suor
Delírios sem igual
Amor tão magistral
De todos o maior
Bebendo este prazer
E nele em paz, viver...

42

Se passa sem que saiba
A vida em tal promessa
E quando amor confessa
Bem antes quando caiba
A força inestimável
De um gozo em plenitude
E nada mais ilude
Nem mesmo este indomável
Caminho aonde a vida
Adentra sem temor
As ânsias de um amor
E nelas resumida
A história feita em glória
Cevando uma vitória.

43

A vida se passando
Aonde quis bem mais
E nestes temporais
O tempo se nublando,
Mas lembro desde quando
Queria em sensuais
Desenhos magistrais
Um mundo nos tocando,
E o corpo dessedenta
A fome em tal prazer
E neste bem querer
A vida se apresenta
Diversa da que outrora
Ainda à noite aflora.

44

Ninguém sabe isso é certo
E sinto sendo assim
O amor cevando em mim
O quanto em paz desperto
E tanto já me alerto
Vislumbro e chego enfim
Ao tanto de onde vim
Deixando o peito aberto
Vestindo esta ilusão
E nela se verão
Os dias mais felizes,
Embora ainda veja
Aonde quer que esteja
As velhas cicatrizes.

45

Distante dos amores
A vida não teria
Sequer esta alegria
E nela se te fores
Levando os meus albores
Matando em agonia
O quanto em fantasia
Traçara em várias cores
O manto onde se cobre
O amor sobejo e nobre
Resiste ao tempo e vivo
O canto em alvorada
Trazendo à bela estrada
Ao menos lenitivo.

46

Vivendo tão somente
O quanto quis ou mais
E nunca sei do cais
Aonde já se ausente
O olhar que antes clemente
Vencera os vendavais
E sei de ti jamais
O medo imprevidente.
Resumos desta sorte
E nela se reporte
Ao máximo, o prazer,
Viceja dentro em nós
A flor e dita a voz
Enfim do meu viver.

47


Na vida nunca tive
Sequer uma alegria
Depois onde teria
Se nunca além estive?
E assim se me contive
Também não poderia
Viver esta agonia
Se nela eu me retive?
Eu quero apenas isto
E sei o quanto insisto
No amor que enfim virá
E quero sem demora
A vida em paz ancora
Agora e desde já.

48

Que ao menos um amor
Pudesse ainda haver
Aonde o bem querer
Negasse ou num temor
Gerasse espinho e flor,
E quando enfim colher
As tramas posso ver
O dia em claro albor,
Não quero outro caminho
E sei se vou sozinho
Não tenho este canteiro,
A sorte em tuas mãos
O amor em vários grãos
Explica o jardineiro.

49


Jogado neste canto
O tempo sem promessa
E amor se a paz professa
A vida assim garanto,
E tanto quanto espanto
A dor e se confessa
A sorte vem sem pressa
E mata este quebranto,
Resumos entre nós
Do amor em clara foz
E nela se mostrara
A vida como fosse
Sensível; mesmo doce
Domando esta seara.

50


Perdido sem talvez
Saber se ainda é nosso
E nisto não me aposso
Somente do que vês
Eu bebo a insensatez
E tento enquanto posso
Seguir e assim adoço
O amor como tu crês,
Já não mais poderia
Saber da fantasia
Se nela não tivesse
A glória, a paz e a messe
De ver em atitude
Além do que mais pude.

51

O mundo que sonhara
Agora se apresenta
E mesmo se sangrenta
A vida mais amara
Na sorte se prepara
Ao menos já me alenta
Saber quanto a tormenta
Ausenta esta seara,
Vencer o sofrimento
É tudo o que inda tento
Viceja dentro em mim
Certeza de outro dia
Em paz e poesia
Amor vivendo, enfim.

52

Restando tão somente
Do todo que buscava
A marca desta lava
E nela se aparente
O tanto que não quero
Da dor em minha vida,
Assim a presumida
História em tom sincero
Traduz alguma luz
E nela se entranhando
O mundo desde quando
Ao todo me conduz,
Gestando dentro em nós
O amor em firme voz.

53

O tempo se passou
Deixando a dura marca
Que a sorte não abarca
E nela se mostrou
O quanto não mais sou
Deixando atrás a barca
A sorte já demarca
O rumo que tomou.
Fronteiras não mais sei
E vejo nesta grei
Dourada luz e imensa,
O amor sendo decerto
Aonde eu já desperto
A dita então compensa.

54

E tudo o que restara
Jamais se poderia
Trazer em fantasia
Ou sorte mesmo amara,
O gosto o gesto um ato
Que possa redimir
E trazer ao porvir
Um sonho onde eu desato
Os nós, buscando em paz
O quanto amor se dera
Gerando a primavera
E nela se refaz
O canto em tal promessa
Aonde o amor se expressa.



55

Olhando para o céu
Vislumbro em claridade
Amor que agora invade
E toma em raro véu
Desvendo o meu papel
E aos poucos a verdade
Reinando em liberdade
Estende o mundo ao léu,
Galgando este infinito
Num sideral alento
O tanto quanto tento
Ou mesmo necessito
Traduz a languidez
Aonde o amor se fez.

56

Os olhos tão felizes
De quem se fez amante
E sei quanto garante
O sonho entre os deslizes
E quando contradizes
O tanto que se espante
E nisto se adiante
Após as cicatrizes
O passo rumo a ti
E nele presumi
A liberdade intensa,
O corpo te tocando
Amor, amor gerando
Em rara recompensa.

57

Que sempre procurei
Durante a minha vida
A sorte pressentida
Toando como lei
Gestando o que entranhei
E nisto não duvida
Quem sabe destruída
A luz que imaginei,
O carma, o corte e o nada
A presa desolada
A mansa claridade,
E nela se percebe
O tanto que esta sebe
Em luzes já me invade.

58


Mas vive assim somente
Quem tanto quis além
E sei do farto bem
E dele esta semente
Gerando este inclemente
Delírio onde convém
Apenas ser alguém
Ou nada plenamente,
Mas quando amor impera
Ausente esta quimera
Em libertário sonho
Eu vivo e não me canso
Sabendo do remanso
Que em ti quero e componho.


59

Criança que jamais
Pensara no futuro
Em ter um tempo escuro
Em tantos temporais,
Mas vejo em ti o cais
Que em guerras eu procuro
E sei quanto maduro
O amor em seus cristais
Regendo a nossa história
Traçando na memória
Um porto mais suave,
Viceja desde agora
O quanto em paz ancora
O coração, esta ave.

60

Brincando na ante-sala
A sorte não concentra
E quando o quarto adentra
Minha alma não se cala,
E beija a mão de quem
Sabendo a solidão
Trazendo outra estação
Deveras sempre vem,
Mergulho nos teus braços
E vejo como posso
Cevar um mundo nosso
Vencer os meus cansaços,
Amor em raros frascos
Matando estes fiascos.

61

De amores esquecidos
O tanto que pudera
Saber da primavera
E nela resumidos
Os dias que virão
Viceja esta alegria
Por onde poderia
Haver a hibernação,
Mas amor se promete
E tantas vezes dita
A sorte mais bonita
E assim já me arremete
Aos braços desta que
Em luas também crê.

62

Apenas na esperança
De um dia mais tranqüilo
Assim quando desfilo
A vida nos alcança
E rege bem mais mansa
O tempo onde perfilo
E sei do vário estilo
Aonde esta aliança
Tramando uma ventura
Que tanto me assegura
Um dia aonde eu veja,
O todo num clarão
Mergulho em raro vão
E amor doma e troveja.

63

Estrela, por favor
Aonde posso ver
As ânsias do querer
Ditando novo amor,
Assim ao te propor
O mundo passo a crer
No todo de um viver
E nele sei a flor
Bebendo esta promessa
E nela se confessa
A dita mais feliz,
E o rosto em cor e brilho
No quanto em ti palmilho
O canto que mais quis.

64

Responda, não se cale
Perceba o quanto eu quero
O amor puro e sincero
E nele o imenso vale
Aonde a voz que fale
Em tom jamais tão fero
Ditando o quanto espero
Do amor que me avassale,
Gerando assim a messe
E nisto se confesse
A glória mais sutil,
Viver a imensidão
Das noites que virão
Que o gozo pressentiu.

65

Irei ao teu encontro
Depois do temporal,
O amor consensual
Ausente desencontro
Permite o tanto quanto
Desejo e quero mais
Arcando em magistrais
Caminhos que garanto
Cercando em paz e lume
O todo quanto fiz
E tendo por um triz
O passo aonde rume
Gerando o brilho enorme
Que tanto nos transforme.

66


O nosso amor, estrela,
Não pode se acabar
Tampouco mergulhar
Onde não posso vê-la
Sentindo quanto é bela
A sorte a me trazer
O gozo de um prazer
Aonde amor revela
A mansidão e o canto
E nesta plenitude
Que nada mais se mude
Assim eu adianto
E bebo em privilégio
O amor sem sortilégio.

67

Assim qual nosso filho
O encanto mais suave
Gerando o sonho, esta ave
Aonde além palmilho
Vagando em tanto brilho
Não vendo qualquer trave
No quanto não agrave
O sol por onde eu trilho
Viceja plenamente
O amor que se apresente
Qual fosse solução,
Vestindo esta alegria
O quanto poderia
Viver a imensidão.



68

Querido,
Acordei com vontade de você,
Da sua doce companhia,
Da sua apaixonante poesia...

Regina Costa

São tantos os momentos
Aonde penso em ti
E quando te senti
Roçando em pensamentos
Trazida pelos ventos
Em gozos me embebi
E tanto estás aqui
Em vários sentimentos,
Desejos incontidos
As fúrias das libidos
Anseios e promessas
Assim ao te poder
Sentir e ter prazer
Em sonhos tu me expressas.


69

Eu canto a meus amigos
O encanto deste amor
E nele quero pôr
Os sonhos, meus abrigos,
E quanto aos vãos perigos
Não posso nem supor
O quanto é tentador
Mesmo em vários e antigos
Alentos onde eu tenha
A brasa, o fogo e a lenha
Gerando assim tal frágua
E nela o meu anseio
Vibrando sem receio
No amor que ora deságua.

70

Em plena fantasia
A senda mais bonita
Aonde se permita
Amor quando queria
Viver esta alegria
E nela se acredita
A benção, nossa dita
Contendo esta sangria
Por onde no passado
O tempo desolado
Traria apenas medo,
E quando estou contigo
Assim o sonho abrigo
E o gozo eu me concedo.

71

Por mais que complicado
O tempo não se trama
Em medo e sim na chama
Do amor abençoado
Gerando um novo fado
E nele sei do drama
E quando a gente se ama
O tempo; iluminado.
Restando dentro em mim
O quanto disto enfim
Consigo conceber
Vestindo esta emoção
E nela a sensação
Enorme de um prazer.

72

Amigos com certeza
A vida até nos traz
E neles sinto a paz
Aonde sem surpresa
Vencer a correnteza
E ser até audaz,
Mas nada mais compraz
Que ter esta beleza
Em feminina forma
Que tanto me transforma
E toma o meu caminho,
Amante e companheira
Decerto a vida inteira
Em ti eu quero e aninho.

73

A vida necessita
Do gozo e da alegria
No quanto bendizia
E tanto esta infinita
Vontade que palpita
E traça em fantasia
O quando poderia
Viver a mais bonita
História em pleno amor,
Viceja em nós a flor
Mais forte em luz imensa,
Assim ao se sentir
O amor a redimir
A dor e a desavença.

74

Em todos os caminhos
Que ainda seguirei
Extensa e longa grei
Formada por daninhos
E dias tão mesquinhos
Por onde eu encontrei
E mesmo imaginei
Os vários vãos e espinhos.
Mas quando esta promessa
Do amor que se confessa
Sem medo e sem pudor,
Não posso mais tentar
Sequer o navegar
Nos braços deste amor.

75

Amigos, vão vencendo
Os medos quando eu tenho
Além deste desenho
Perdido de um remendo
O todo se tecendo
E nele me detenho
E tento com empenho
O mar mais estupendo,
Amar e ter comigo
O quanto já persigo
E tanto pude até
Sabendo e tendo fé
No dia aonde eu pude
O amor em plenitude.


76


Cansaço de viver
Ausente de quem busco
O tempo amargo e brusco
E nele posso ver
Somente o que não quero
E tendo esta incerteza
Da vida sobre a mesa
O vento agora é fero,
Mas quando te percebo
E vejo que tu vens
Amor ditando os bens
Gerando o que recebo
Em glória e mansidão
Mudando esta estação.

77

No vinho que embriaga
O gozo da mulher
Que tanto bem se quer
E nisto sempre traga
A sorte mesmo vaga
E nela se puder
Trazer o que vier
Enquanto além afaga
A mágica presença
De quem já me convença
Que vale sempre a pena
O amor sem ter medida
Tomando a nossa vida
Tornando-a mais serena.

78

Quem tem amigo sabe
O quanto é necessário
O abraço solidário
Antes que já desabe
O todo aonde um dia
Vivera ou mesmo até
Sem ter ou ser quem é
A sorte não traria,
Porém somente amor
Permite nova senda
E assim ao tanto estenda
Um manto multicor
Nos braços desta amada
Ali, a minha estrada.

79

O bem que já nos faz
O amor sem as defesas
Vencendo com certezas
O quanto mais mordaz
A vida não mais traz
Sequer quaisquer surpresas
E trama sobre as mesas
O dia mais audaz,
Refém desta alegria
O quanto eu poderia
Saber da plena sorte
De ter sempre ao meu lado
O amor imaginado
E a paz que reconforte.

80

Portanto eu nunca temo
As sortes que maldizes
Tampouco as tantas crises,
Tentando com meu remo
Vencer a correnteza
A vida em dor e medo,
O tanto que concedo
E tenho esta beleza
Do encanto feminino
Maior e que me traga
Além da fúria e adaga
O sol onde fascino
O brilho sem pudor
Do imenso e nobre amor.

81

Certeza de que tenho
O olhar neste horizonte
Aonde sempre aponte
Qualquer que seja o cenho
Vagando não desdenho
Ou mesmo nego a fonte
Amor serve de ponte
E nisto não retenho
O passo quando tento
Vencer o sofrimento
E até o vendaval,
No gozo presumido
O amor só faz sentido
Se for consensual.

82

Amigo quando vai
Depois da tempestade
Deveras a saudade
Aos poucos já se esvai,
Porém amor nos trai
E quando a fúria invade
Não basta a saciedade
E nada nos distrai,
O quanto te querendo
E a dor em dividendo
Jamais imaginara,
Mas quando foste embora
Minha alma sem demora
Abrindo imensa escara.

83

Estrelas vão perdendo
O lume quando a vida
Em outra percebida
Não passa de um remendo,
Assim nada colhendo
Preparo a despedida
E sei que sem saída
O mundo não desvendo,
E perco o que me resta
Em cena mais funesta
Imensa solidão,
O amor em seus ditames
Enquanto tanto clames
Não sabe a direção.

84

O céu de minha vida
Já tanto sem estrelas
Pudesse enfim contê-las
E ter a tão querida
Certeza sendo urdida
Em luas e bebê-las
Ou mesmo até vertê-las
Sem ter as despedidas
Dos sonhos num adeus,
Momentos nossos, meus
A vida não traria
Não fosse esta incerteza
Talvez sem ter surpresa
Pudesse um novo dia.

85

O rumo da existência
Jamais se vê no fato
Enquanto me maltrato
Vivendo a dura ausência
Amor sem ter clemência
E nele este ar ingrato
Polui qualquer regato
E gera a penitência
No peito de quem sonha
A lua antes risonha
Agora em trevas feita,
E assim minha alma esquece
Do quanto quis benesse
E solitária, deita.

86

Amigo, na saudade
Do amor que tanto eu quis
E tive por um triz
Qual fosse realidade,
O tempo já degrade
E gera este infeliz
E tento em cicatriz
Viver felicidade,
Mas quando ela se ausenta
A vida em tal tormenta
Jamais consigo além
Deste horizonte baço
E nele nada traço
E dele nada vem.

87

Por certo não consigo
Sem ter alguém por perto
Viver neste deserto
E nele em desabrigo,
Queria estar contigo,
Mas quando enfim desperto
E vejo o rumo incerto
E nele este perigo,
A sorte não se crê
E tudo sem por que
Jamais tece esperança,
Mas quando amor se trama
E nisto acende a chama,
Eu vejo a confiança.

88

Na minha insegurança
O passo segue em falso
Preparo o cadafalso
Aonde a vida lança
Quem tenta e não alcança
Sabendo este percalço
As ilusões descalço
A vida não se amansa,
E o tempo de sonhar
O canto a me roçar
O verso se aflorando
No peito de quem tenta
Sabendo ser sangrenta
A vida em contrabando.

89


Ficando mais alheio
Ao fato de saber
O quanto em desprazer
A vida segue um veio
E tanto se receio
Ou mesmo busco ter
No bem de ainda ver
O amor que ora rodeio.
Vencer em mansidão
As horas que virão
E nelas ter comigo
O todo e já persigo
Ausente solidão
Em ti, suave abrigo.

90

As duras tempestades
Imensos vendavais
E neles muito mais
Do quanto tanto agrades
Percebo estas verdades
Que sei serem venais
E os dias num jamais
Aonde além tu brades.
Mas quando estou em ti
O mundo concebi
Diverso e em luz tranquila
Minha alma transparece
E o sonho então se tece
No amor que em paz desfila.

91

Talvez sejam mordazes
Os dias quando a sorte
Não tendo algum aporte
Diversa da que trazes
Pressente mais tenazes
As dores, busco a morte
E sei de cada corte
E tu jamais comprazes.
Mas quero até sentir
O amor como elixir
Que sane em panacéia,
A vida noutro rumo
E quando além me escumo
A sorte segue atéia.

92

Agora, como irei
Viver sem ter aqui
Quem sei que já perdi
Ausente noutra grei,
O amor que desejei
Desenho presumi
E quando estava em ti
O canto eu mergulhei,
Mas hoje noutra face
A vida não mais trace
Senão esta incerteza
Gerando o que pudera
Ainda viva a fera
Marcando com dureza.

93

Terei quiçá u’a luz
Que possa me trazer
O bom e bel prazer
Aonde reproduz
A imagem onde eu pus
O tanto do querer
E nada a se saber
Somente a contraluz,
E audaciosamente
A vida se pressente
Em tez suave quando
O amor ditando regras
E nele tu me entregas
O coração mais brando.

94

Estrela dessa sorte
Aonde te escondeste?
O quanto percebeste
Em mim do imenso corte,
Tomando enfim meu norte
Aos poucos concebeste
Um mundo senão este
Que tanto me conforte,
Gerando após a queda
No quanto o rumo veda
Apenas solidão,
Mas vejo uma esperança
No amor que agora alcança,
É chuva de verão?

95

Quando da vida amigo
Eu aprendi a ter
No olhar de um bem querer
O quanto em paz persigo,
E tanto assim prossigo
Nas ânsias a beber
Em goles o prazer
Ou mesmo algum castigo,
Reinando sobre o passo
O mundo noutro traço
Vagando sem destino,
Mas quando enamorado
O tempo ora nublado
Tornando cristalino.

96

Sozinho estou perdendo
O rumo desta vida
E não vejo saída
Aos poucos me vertendo
Num mar de solidão
Deveras sem futuro
O quanto já procuro
Em vaga direção,
Amor jamais pudera
Sentir o seu perfume
E sendo assim se esfume
E gere esta quimera,
Mas resta uma esperança
E nela a sorte lança.

97

Pelas noites vazias
O quanto procurava
E nada se encontrava
Aonde não havias
E tendo estas sombrias
Manhãs, uma alma escrava
No tanto onde se trava
Marcando os duros dias,
Mas quando amor regesse
O mundo e então bebesse
A sorte noutra face,
A paz, a vida a glória
Mudando a minha história
Por onde o sonho grasse.

98

Talvez quem sabe ainda
O tanto que se quer
Além deste qualquer
Caminho onde deslinda
A vida e nada brinda
Senão quando vier
O olhar desta mulher
Deveras rara e linda.
O manto se tecendo
Em paz e em estupendo
Caminho para o farto,
Assim ao me entregar
Sem nada perguntar
Ao grande sonho eu parto.

99

E viva nessa vida
O tempo aonde o tanto
Pudesse por encanto
Reger nova saída
E sei da sorte urdida
E nisto eu não me espanto
E quero em novo canto
A sorte presumida
No fato de sonhar
E nele acreditar
Quem sabe possa então
Vencer os meus temores
E tendo enfim amores
Os dias mudarão?

100

Bem sabes que te adoro
E nada mais além
Do todo onde contém
O encanto aonde afloro
O rumo já decoro
E sei dele tão bem,
Assim quem sabe vem
O dia quando ancoro
O sonho neste cais
Em atos magistrais
Ferrenha fantasia,
Gerando outra emoção
E nela a direção
Traçando o novo dia.

101

Ávido de teus olhos
Buscara no jardim
Que tento dentro em mim
Cevar entre os abrolhos,
Mas nada no horizonte
Senão a tez brumosa
Da tarde caprichosa
Aonde não desponte
O sol que tanto quero
Ou mesmo até um dia
O tempo mudaria
E nele menos fero
O rumo em paz pudesse
Quem sabe? Amor merece.

102

A vida, sem te ter
Não tem qualquer valia
E assim não poderia
Saber de algum prazer
Quem tenta e pode ver
Ainda em agonia
O quanto em fantasia
O mundo a se perder,
Brandindo a minha voz
E nela este feroz
Delírio não contenta,
A sorte é caprichosa
E tanto traz a rosa
Quanto esta tez sangrenta.

103

Aumentam minhas dores
Nos sonhos mais cruéis
E bebo destes féis
E neles desamores,
Aonde tu te pores
Ali os meus papéis
E os sonhos, carrosséis
Girando aonde opores
Na paz que sei sublime
O amor quando redime
Permite acreditar
No dia mais suave,
Mas quando a dor agrave
Mais nada a se mostrar.

104

Mas sei que nada disso
Talvez seja o começo
Do quanto até mereço
E sei quando cobiço
A vida neste viço
O risco em tal tropeço,
O amor sem endereço
O solo movediço,
O risco de sonhar
Navego em tal luar
Distante do que tanto
Pudesse ainda haver
Nas ânsias do querer
No sonho que ora canto.

105

O fim do nosso caso
O tempo determina
E sei quanto fascina
O amor sem ter ocaso,
Mas sei também que o prazo
Aos poucos já termina
E quando atroz a mina
O risco não comprazo,
Viver assim, jamais;
O sonho em vendavais
Diversos furacões
Marcando a ferro e fogo
Trazendo em ledo rogo
Dispersas dimensões.

106

Pois sei que está escrito
Nas tantas farsas quando
O amor se aproximando
E nisto eu acredito,
Vagando este infinito
E aos poucos se entornando
Aonde quis mais brando
Agora em tom aflito,
Resumo a minha ausência
Na dor e na imprudência
De um passo sem destino,
E quando em tal percalço
Nem mesmo o encanto eu alço
Ao fim me determino.

107

O mundo não será
Da forma que eu quisera
Sabendo da quimera
E colho desde já
O nada que fará
A vida em primavera
Assim a atroz espera
De nada valerá,
O medo se apresenta
E gera outra tormenta
Aonde quis a paz,
O todo não se vendo
O amor, mero remendo
O sonho já desfaz.

108


Amores que nasceram
Nos olhos da promessa
O nada se confessa
E nada mereceram,
Assim ledos morreram
E o canto recomeça
No entanto já tropeça
Aonde eles perderam
O rumo e sei que disto
A cada vez que insisto
Lutar contra a verdade
A sombra toma tudo,
Porém no amor me iludo
Embora a ausência brade.

109

Superam com certeza
O tanto que não quero
E tendo mais sincero
O rumo onde a surpresa
Gerando esta incerteza
E nela me tempero
O manto mais austero
Dos sonhos dita a presa,
O rumo não conheço
Amor sem endereço
Seguindo sempre ao léu,
Assim também desfaço
O canto quando passo
Além de todo o mel.

110

O teu amor somente
Traduz farto esplendor
E gera um sedutor
Caminho onde aparente
O sol raro e potente
Traçando um redentor
Delírio e ao me propor
Encontro-o plenamente.
Cerzindo em teia nobre
O encanto que recobre
Minha alma em alegria,
Transcendo à própria luz
No tanto que produz
E além sempre me guia.

111

Desde o dia em que bela
Estrela veio a mim
Trazendo a paz e enfim
Agora se revela
Desnuda em clara tela
E trama sempre assim
Um rumo onde o jardim
Em raras flores sela,
Revendo cada fato
Aonde eu me retrato
Do lado de quem vejo
Vigor em esperança
Meu passo além se lança
Moldando este desejo.

112

Meu coração decerto
Não cansa de esperar
Quem possa enfim me amar
Deixando este deserto
E agora se desperto
Vontade de ficar
Ou mesmo me entregar
De peito sempre aberto,
Galgando muito além
Do quanto quis e vem
Vibrando em consonância
O amor não teme nada
E vence a longa estrada
Reduz qualquer distância.

113


A Deus agradecendo
Por ter quem sempre eu quis
E sendo assim feliz
Deveras estupendo
Caminho ora desvendo
E nele peço bis
Aonde por um triz
O tempo eu vi perdendo,
Agora sendo em ti
O amor que descobri
Não temo mais a ausência,
No quanto em tanta entrega
A vida em paz trafega
Gerando onipotência.

114

Não sinto mais os medos
Nem mesmo as ventanias
Porquanto tu querias
Destinos e segredos,
E tendo outrora ledos
Vazios, vários dias,
Agora em alegrias
Não vejo mais degredos,
Enredos concordantes
E nisto me agigantes
Permites novo sonho
No verso que eu te faço
O amor em todo espaço,
Ao farto eu me proponho.

115

Faziam cada noite
Os frios costumeiros
De invernos verdadeiros
O vento sendo açoite,
Porém cedo vieste
Trazendo outra estação
E o mundo desde então
Não fora mais agreste
Revejo a minha estrada
E nela traço agora
A sorte que se aflora
E trama nova estada
Na estância deste amor
Em clara e farta cor.

116

Minha alma de tua alma
Dessedentando a sorte
E nisto já comporte
O vento que me acalma
O riso mais suave
O passo com firmeza
Decerto este certeza
Sem nada que me entrave
Permite novo tempo
E nele sou inteiro
No amor aventureiro
Jamais vi contratempo
Apenas a alegria
Que tanto mais queria.

117

Amor que santifica
Quem tanto quis a glória
E muda a sua história
Tornando bem mais rica
Aonde já se aplica
A sorte sem vanglória
E nisto esta vitória
Assim se multiplica
Riscando até do mapa
Na luz que não escapa
A imensa escuridão,
Galgando à plenitude
Amor já não me ilude
E dita a direção.

118

Te quero como o brilho
Da estrela benfazeja
E tanto se deseja
O quanto em ti palmilho
Galgando este andarilho
À sorte mais sobeja
Esta alma tão andeja
Encontra agora um trilho
E segue destemida
Gerindo a minha vida
Em plena fantasia,
Assim o tanto quanto
Amor quero e garanto
Amor também daria.

119

Trazendo em cada raio
A imensa claridade
Amor quando me invade
E nisto não me traio
Deveras dita o rumo
Que tento doravante
Amor que me adiante
E nele já resumo
A vida sem temores,
Sem ânsias nem ermidas,
Curando estas feridas
Por onde quer que fores
Gestando em sintonia
A paz que mais queria.

120


A vida em tua vida
Só traz e tanto soma
Ainda o peito toma
E cessa a velha ermida
A sorte dirigida
Nas ânsias deste coma,
E nele a paz se doma
E torna uma saída,
Vencer os meus rancores
Sentir as tantas flores
Viver a primavera,
Depois de tantos anos,
Em erros desenganos
É mais do que se espera.

121

Contigo encontrarei
O quanto mais preciso
E sei do Paraíso
Vivendo em tua grei
E nela me espelhei,
Um dia em teu sorriso
Vibrando em tom conciso
Nos braços mergulhei,
Resumo de uma lenda
Aonde amor estenda
E trague em calmaria
O todo de um passado
Dorido e amargurado
Aonde nada havia.

122

Te busco, com certeza
Nas ânsias e no anseio
E quando a sorte veio
Trazendo tal surpresa
O amor em correnteza
Encontra o seu esteio
Do outrora devaneio
Agora esta firmeza
Levando para frente
O quanto se apresente
De um tempo magistral
Amor sem mais promessas
E nele me confessas
Caminho sem igual.

123

Minha alma te adorando
Deidade em forma humana,
No todo que se dana
O corpo outrora brando
Agora noutro bando
A vida é soberana
E gera e não engana
O tempo transformando
Em rara fantasia
E nela deveria
Alçar eternidade
E tendo pela frente
O amor que me apascente
Certeza disto invade.

124

Amores sem pecado
Delírios sem pudor,
O quanto diz amor
É sempre bem traçado,
O dia imaginado
O canto a se compor
Beleza de uma flor
Reinando sobre o prado,
Certeza de uma sorte
Aonde se conforte
A dor do dia a dia,
No amor sem ter juízo
O canto mais preciso
Transcorre em harmonia.


125

Depressa consumindo
O tanto que se dera
Deixando atrás a fera
Aonde o tempo é findo
E agora em paz eu brindo
Matando esta quimera
No todo que se espera
Amor suave e lindo,
Restando dentro em nós
Além da mera foz
A imensidão do mar,
Vontade saciada
A vida emoldurada
Nas ânsias deste amar.

126

Transporta de repente
O todo que buscava
E quando em fúria e lava
A vida se apresente
No amor onipotente
O medo se ofuscava
E a sorte então gerava
Um dia mais contente.
Restando muito pouco
Do quanto fora louco
Quem nisto acreditara,
O amor sem preconceito
Não toma mesmo jeito
E doma esta seara.

127

E nos mostra a delícia
De quem se fez além
Vencendo algum desdém
Bebendo esta carícia
Dos sonhos, a esperança
Traçando em verso e voz
Um dia para nós
Aonde o passo avança
Gerando o girassol
Que existe a cada instante
E nisto se garante
Amor, raro farol
Tomando a bela senda
E nisto em mim se estenda.

128

Cada vez mais paixão
Não deixa qualquer medo
Enquanto assim procedo
Tomando a direção
Os dias mostrarão
O quanto deste enredo
Traduz manso segredo
Se temos o timão,
O mar em calmaria
A vida se faria
Deveras em bonança
No quanto te desejo
O amor real, sobejo
Eternidade alcança.

129

E bocas se tocando
Em suave companhia
O tanto que eu queria
E nisto desde quando
Amor fora tomando
Decerto a cercania
E gera a fantasia
Num ar deveras brando,
Enquanto houver certeza
Da imensa correnteza
A corredeira em nós
O amor já se apresenta
E cessa uma tormenta
Ditando a sua voz.


130

De tudo que tu tens
E sabes bem querida
A sorte sendo ungida
Permite novos bens
E quando sempre vens
Traçando em paz a vida
A senda presumida
Não tem sequer desdéns,
Assim ao me entregar
Sem nada mais temer
Eu bebo do prazer
E sei cada lugar
E quando me ancorar
No cais do bem querer.

131


És fogo e com certeza
Não temo mais sequer
O pranto se vier
E o medo sem surpresa
O corte, a sobremesa
O manto em tom qualquer
O corpo da mulher
Com tanta sutileza
Desnudo em minha cama
Agora já me clama
E insaciavelmente
Penetro cada cais
E quero sempre mais
Do amor, nosso regente.

132

Eu quero me queimar
No todo que se trama
Assim em nossa cama
Chamando devagar
E ter onde chegar
Depois do mesmo drama
E nisto se reclama
Da sorte a se mostrar
Diversa da que um dia
Eu tanto bem queria
Certeza eu tenho disto,
E sei que na verdade
Enquanto amor invade
Deveras eu existo.

133

Eu sou chama enquanto és
A brasa sempre viva
E quando me cativa
Atiça estas galés
E preso pelos pés
Minha alma já se criva
Gerando expectativa
De um mundo sem viés,
Erguendo o meu olhar
Além neste horizonte
Aonde já se aponte
O sol a nos tomar,
Viceja esta roseira
Amada companheira.

134

Teu corpo desfrutando
Do quanto o meu te dá
E sei que desde já
O mundo antes nefando
Agora se moldando
No fundo nos trará
O sol que tocará
A pele nos queimando
Com toda a sutileza
Amor fazendo a presa
Atando estas algemas,
E quando se percebe
Domina toda a sebe,
Porém o amor, não temas.

135


Não perco um só segundo
Do todo que te quero
E sei quanto é sincero
O canto onde me inundo
Vestindo esta alegria
De ter aqui comigo
O encanto que persigo
A sorte onde faria
O dia mais tranqüilo
E nele com frescor
Vibrando em raro amor,
A paz sempre desfilo
E nesta transparência
Amor em consciência.

136

Portanto minha amada
Não tema o que inda vem
A vida faz refém
Quem não soubera nada
E tendo nesta estada
O encanto que provém
O todo nos convém
Na paz anunciada,
Resumos deste fato
Aonde me retrato
E sigo sem temor,
As tantas alegrias
Invadem cercanias
Regendo o nosso amor.

137

Vivamos os delírios
De quem se fez mais forte
E nisto nosso norte
Não sabe mais martírios
Restando dentro em nós
A sorte benfazeja
E tudo se preveja
Em passo mais veloz
Gestando esta ternura
Aonde se perfuma
A vida enquanto rumo
Sem medo e já perdura
Vencendo as amplidões
Alçando as emoções.

138

Amor que sempre toca
Os sonhos de quem tenta
Vencer a violenta
Loucura e já se aloca
Nas ânsias e provoca
A sorte até sangrenta
E às vezes apascenta
Um mar em frente à roca.
Não há quem mais resista
Enquanto o amor se avista
E toma este cenário
Assim também comigo
O sonho que persigo,
Um bem tão necessário...

139

Mostrando a direção
Dos dias onde há tanto
Deveras eu garanto
A sorte em precisão,
Pudera desde então
E nisto não me espanto
Viver onde agiganto
Com fúria de leão
Gestando esta certeza
E nela com leveza
Levar a vida em frente,
No todo que se faz
O amor regendo em paz
O mar sempre apascente.


140

Espero em sofrimento
Apenas que o perdão
Tomando a decisão
Não deixe este lamento
Vencer, por isto eu tento
Seguir na embarcação
Embora a precisão
Não haja contra o vento,
Vestindo esta esperança
Além o sonho avança
E tanto me permite
Sentir qual fosse a luz
O amor que me conduz
Sem ter qualquer limite.

141

Trazendo, no meu peito
A dor de ter perdido
O amor já percebido
Enquanto insatisfeito
Enfrento o duro leito
E vejo repartido
Além de algum sentido
O sonho mais perfeito,
Restando o que pudera
Talvez sem primavera
A fera mais audaz
Aumente o poderio,
No amor eu desafio
E tento alçar a paz.

142

Enorme cicatriz
Há tanto construída
Mostrando a minha vida
E nela o que desfiz,
O passo contradiz
E gera nova ermida
Aonde a despedida
No fundo jamais quis,
Restando desta aurora
A luz que me decora
E traz em plenitude
O amor que tanto busco
Embora em lusco fusco
O clima não se mude.

143


Assim ao corroer
A sorte de quem ama,
A vida nega a chama
E toma este poder,
Quem dera poder ver
A dita noutra trama
E quando amor reclama
Explode em bem querer,
Vestindo esta promessa
O sonho se professa
E gera esta euforia,
Mas logo em vão se aplaca
E a messe ausente ou fraca
Já não resistiria.

144


Ah! Quem me dera estar
Vestindo este momento
Aonde eu incremento
O raro e bom luar,
Vagando bar em bar
Total alheamento
Ausente pensamento
Buscando te encontrar,
Mas quando tu me vês
A vida sem porquês
Não deixa nem a sombra,
A solidão se forma
E tudo se transforma
Enquanto em vão me assombra.

145

Sem ter esse meu céu
Aonde quis o brilho
Por onde este andarilho
Seguindo sempre ao léu
Vestindo este cruel
Caminho onde palmilho,
O corte, este empecilho
Derrama farto fel
E sei que depois disto
O quanto ainda insisto
Em nada proverá,
Mas teimo contra a fúria
E mesmo na penúria
O amor me tocará.

146

Eu te quero e; portanto
Nada mais me importa
Abrindo a velha porta
O passo até garanto
E nisto não me espanto
O barco então aporta
A sorte não se exorta
Nem mesmo um velho canto,
Resquícios de um começo
Aonde reconheço
A queda era constante,
Mas depois, doravante
O amor toma a partida
E muda a nossa vida.

147

Em todos os momentos
Aonde pude ver
A sombra do prazer
Ou mesmo em desalentos
A vida traz proventos
E neles passo a crer
No todo a me perder
Tocado pelos ventos,
Resumos do passado
E nisto destroçado
Caminho perpetua
A sorte sob a lua
Deitando em raio imenso
No amor, eu me convenço.

148

Por que não retornaste
Depois de tantos anos,
A vida tem seus planos
E nisto este contraste
Por quanto sendo um traste
Vivendo em meros danos
São rotos os meus panos,
O coração desgaste,
Mas quero mesmo assim
E luto até o fim
Por um momento em paz,
Que amor pudesse ainda
Enquanto se deslinda
Ou mesmo se refaz.

149

Sem teu amor, decerto
O tempo não permite
O quanto se acredite
E nisto este deserto
Agora em mim desperto
E sei que necessite
Do mundo onde palpite
O risco em céu aberto,
Vestindo esta ilusão
E nela a direção
De um dia mais tranqüilo
O amor que tanto prezo
E o sonho quase ileso
Assim inda desfilo,

150

Eu sei que não terei
Momento algum de paz
No quanto for audaz
A vida nesta lei
Rezando eu encontrei
O cais ou mesmo faz
A sorte então compraz
E nela eu me entranhei,
Vagando sem ter rumo
Aos poucos me resumo
No verso que buscara,
E a vida não mais clara
Depois em desamor
Traçando o dissabor.

151

Enquanto, em minha vida
A sorte não vislumbra
Adentro em tal penumbra
A sorte decidida?
Quem sabe do futuro
Não vendo outra razão
Encontra desde então
O céu amargo e escuro,
Mas tenho dentro em mim
A força de quem ama,
E tento nesta chama
Chegando de onde vim
Sorver em plenitude
O amor que tudo mude.

152

Amar demais, loucura
Que tanto me sacia
E gera a fantasia
Aonde se procura
Quem sabe uma ternura
E nisto em novo dia
A face mudaria
E nela esta candura
Presume nova sorte
E quando se comporte
Da forma mais estranha
Amor gerando a luz
Além se reproduz
E dita a nossa sanha.


153


Em tantas ilusões
Ainda acreditara
E nisto a vida amara
Traçando em decepções
Diversas dimensões
E nelas se escancara
A sorte onde se ampara
Os tempos e emoções
Expondo esta verdade
No quanto a vida invade
E gesta novo rumo,
Aos poucos me percebo
E sei quando mais bebo
Amor mais eu consumo.

154

Será Meu Deus que é isso
Que tanto procurava?
Minha alma sendo escrava
Em solo movediço
Além do que eu cobiço
A sorte maltratava
E nisto não gerava
Senão o olhar mortiço.
Mas tendo dentro em mim
Certeza de no fim
Viver em amplidão
O amor que me guiando
Transporta desde quando
Tomara este timão.

155

Perdão pelos meus erros
Eu quero te pedir
E sei que meu porvir
Imerso em tais desterros
Gerado por enganos
E neles o tropeço
Enquanto a dor mereço
O tempo rompe os planos,
E sendo assim eu tento
Vencer o que vier
No olhar desta mulher
O brilho em sentimento,
E tudo enfim se alcança
Com toda a confiança.

156

Porém, se cada vez
Que a dor bater na porta
A sorte se comporta
Como deveras fez
Gerando a insensatez
Amor nenhum suporta
E tanto assim importa
O que decerto vês.
O rumo noutro tanto
E sei quando garanto
Um dia mais suave,
E nele sem perguntas
As almas seguem juntas
Além do que as entrave.

157

Em atos mais insanos
A vida não se faz
Sequer traçando a paz
Ao menos trama em danos
Os riscos, desenganos
O passo mais audaz
O gosto não compraz
E muda velhos planos
Resulto deste tanto,
Mas quando amor garanto
E nele a serventia
Vibrando em consonância
Não vendo uma distância
O tempo mudaria.

158

Vontade de voar
Além do quanto pude
E sei que esta atitude
Transcende ao próprio amar,
Mas nada mais ilude
Quem sabe caminhar
E vê neste lugar
A imensa plenitude
O corpo se transforma,
Porém da mesma forma
Amor jamais sossega,
A vida noutra face
Por mais que sempre grasse
Ainda segue cega.

159

E as leves alvas alas
Abertas neste céu
O quanto fui cruel
E agora nada falas,
Mas sei quanto te abalas
A vida em carrossel
Girando sempre ao léu
As sortes são vassalas,
E sinto que talvez
O amor em sua vez
Redima qualquer erro,
Depois dos meus pecados
Dias iluminados
Ausentes do desterro?

160

De tanto que esse amor
Transforma a minha vida
Não vejo outra saída
Senão a de compor
Com raro e bom sabor
A sorte sendo urdida
Na senda presumida
E nela um raro albor,
Restando o quanto quero
E sendo mais sincero
Não resta outro caminho,
Viver junto contigo
É tudo o que eu persigo
Senão, melhor sozinho.

161

Deitando nesse braço
Aonde já descanso
Qual fosse algum remanso
E nele o canto eu faço
E sei do quanto traço
Ou mesmo quando alcanço
E assim deveras manso,
Após a luta, e lasso
Encontro finalmente
E nisto se apascente
O coração audaz
De quem se fez descrente
E agora mais urgente
Procura pela paz.

162

Perco-me no amor, na
Noite em lua tão clara
Aonde se prepara
E a vida coaduna
Singrando qualquer duna
Ao tanto se escancara
E a sorte antes amara
Não vendo quem a puna
Recorre em luz sombria,
Enquanto poderia
Raiar em claridade,
Mas quando em tanto amor
A vida gera a cor,
E o novo campo invade.

163

Nas águas revoltosas
De rios onde eu vejo
O amor sem teu desejo
E nele também glosas
Estradas majestosas
E quando mais sobejo
O céu em azulejo
Procuro pelas rosas
E tendo este canteiro
E sendo um jardineiro
Quem sabe eu possa até
Vencer esta galé
E ser e crer inteiro
No amor que é feito em fé.


164


Amor tanta tortura
E trama novo dia,
Mas quando poderia
Viver uma brandura
A sorte não perdura
E o gozo então se adia,
Mergulho na sombria
Vacância em noite escura.
Aprendo com palavras
E nelas também lavras
A solidão, mas quero
Amor que mesmo fero
Não deixe de existir
E tome o meu porvir.

165

Amor clara loucura
E nele bebo a sorte
Aonde se conforte
O quanto se perdura
E nisto esta brandura
Ao mesmo tempo forte
Impede qualquer corte
E rege com ternura,
Amor não mais sustenta
A dita se sangrenta
Ou mesmo em temporais,
Gerando a paz apenas
As noites mais serenas
Transformam no seu cais…

166

Na delícia e magia
De um sonho encantador
Viceja em nós a flor
Aonde poderia
Haver a fantasia
E nisto sem temor
Adentro a paz do amor
Que aos poucos se recria.
Vestindo este momento
Em paz eu busco e tento
Singrar este oceano
E nele na verdade
O quanto amor agrade
Não deixa qualquer dano.

167


A cada novo dia
O todo se transforma
E toma nova forma
Assim se mostraria
A sorte esta mutante
E quanto mais se quer
O amor sem ser sequer
Quem tudo nos garante
Adentro este portal
E vejo em bom caminho
E nisto eu me avizinho
Do amor que sem igual
Transborda plenamente
E toca a vida em frente.

168

Fazendo da alegria
O quanto ainda existe
E nisto se consiste
A luz de um novo dia,
Aonde eu poderia
Embora até se triste
Saber no quanto insiste
O passo em fantasia,
O risco de saber
Ausência de prazer
Permite tão somente
O manto solitário
O rumo em adversário
Caminho se apresente.

169

A solidão, por isso,
Não tendo outra saída
Encontra em tua vida
O medo em tom mortiço
O amor se movediço
Prepara a despedida,
Gerando outra ferida
Perdendo qualquer viço;
Mas sei do quanto posso
Viver este que é nosso
E jamais se perdeu
Momento em plena festa
E nisto já se empresta
O amor que é teu e meu.

170

Não vamos deixar de
Seguir esta corrente
E quando se apresente
O mundo onde se crê
No todo e em seu por que
Porquanto já pressente
O manto mais freqüente
Da vida onde se vê
O brilho redentor
De um claro e manso amor
Jamais se faz inverso,
No passo onde mergulho,
Ausente pedregulho,
Caminho em paz eu verso.

171

Roubamos da manhã
O raio luminoso
E assim num prazeroso
Caminho vejo o afã
E sinto esta malsã
Tempesta em andrajoso
Delírio doloroso
Matando este amanhã.
Porém no amor a sorte
Que tanto nos conforte
E gere novo alento
Domando com certeza
A vida em correnteza
Tocando o pensamento.

172

Lutamos pelo amor
E nada mais se faz
Senão beber da paz
Aonde é gerador
E sinto encantador
Caminho que ele traz
Deixando para trás
O medo e o dissabor,
Erguendo no horizonte
Olhar onde se aponte
O tanto que desejo,
Eu tento em teimosia
Vencer esta agonia
E amor pleno eu prevejo.

173


Sabemos, nele está
O todo abençoado
A vida em desolado
Caminho não mais há
E sei que desde já
O risco demonstrado
O tempo decorado
No quanto brilhará
Rondando a minha vida
A sorte preterida
Do amor que se perdeu,
Quem sabe no futuro
O dia tão escuro
Esqueça deste breu...

174

O nosso amor vadio
Não tendo solução
Gerando desde então
O quanto ora desfio
E venço o desafio
Se nele sempre vão
As horas ou senão
Adentro o duro estio,
Mas tanto amor promete
E nisto me arremete
À glória soberana
E traz a cada verso
Cenário em universo
Que nada mais engana.

175

Percorrendo as paredes
Dos tantos prédios sigo
E busco algum abrigo
Deitando em novas redes,
E sinto que não vens
E deixo para trás
O tanto que mordaz
Gerasse novos bens,
Desdéns e tempestades
Já não suporto mais,
E quero um novo cais
E nele tanto agrades,
Gestando esta emoção
Moldando outro verão.

176

Uma doce paixão
Fazendo a diferença
E nisto se compensa
Os medos desde então
E sei da direção
Aonde esta descrença
Causara a desavença
Dura desunião.
Mas tendo amor em nós
O quanto desta voz
Aos poucos se amacia,
Depois da tempestade
A calmaria invade
E traz um manso dia.

177

Não sabemos de inverno,
Enquanto houver o brilho
Da sorte onde palmilho
Amor que sei tão terno
Talvez não seja eterno,
O peito este andarilho
Por vezes perde o trilho
E gera em mim o inferno,
Mas quando houver amor
E dele o resplendor
Tramar a claridade,
Certeza no meu peito
No sonho quando deito
Decerto agora brade.

178

Amando-te já sei
Do quanto quero e tenho
E sei também ferrenho
Desejo onde trilhei
E nisto mergulhei
O amor em tanto empenho
E mesmo quando venho
Desvendo em ti a grei
Que tanto quis outrora
E o sol que nos decora
Ainda brilha aqui,
Amor sem ter promessa
Enquanto se confessa
Tramando o que pedi.

179

Gostoso como o mel
O vento nos tocando
Amor deveras brando
Cumprindo o seu papel
E assim sempre girando
Eterno carrossel
Riscando o que é cruel
E o novo nos tomando
Bebendo desta sorte
Que tanto nos conforte
E molde outro momento
Aonde eu passo a ver
As sendas do prazer
E nelas me alimento.

180

Essa noite te quero
E sei quanto isto eu posso
No amor que sendo nosso
Deveras é sincero
Aonde outrora fero
Agora não endosso
Da paz enfim me aposso
E tenho o que venero
Caminho em mansidão
Gerando este verão
Por onde se percebe
A imensa liberdade
Rompendo qualquer grade
Traçando nova sebe.

181

Em nosso amor vivendo
O tempo mais feliz
E nele se eu me fiz
Sequer quero remendo
Aos poucos percebendo
O mundo por um triz
Sorvendo e peço bis
Do todo em dividendo
Resumo a minha história
Na vida em tal memória
Aonde bem pudera
Vencer a dor temível
E ter um dia incrível
Sem medo, dor quimera.

182

De plena juventude
A sorte não mostrara
Sequer esta seara
Que ainda além me ilude
E tanto quanto pude
Vencer a funda escara
Aonde amor prepara
O tanto que transmude,
O risco de sonhar
O gosto de te amar
Em ti minha maçã
O beijo que acalenta
Aplaca esta tormenta
E dita outra manhã.

183


Com toda a fantasia
Que pude então saber
Vivendo sem perder
O quanto me traria
Em luz e poesia
A sorte de um querer
E nele poder ter
A luz que levaria
O brilho deste olhar
Além do imenso mar,
A fonte incomparável
E nela dessedento
Entregue ao forte vento
Além do imaginável.

184

Eu quero te beijar
Sentir nos lábios teus
Os brilhos e apogeus
Vontade de sonhar,
E sei onde ancorar
O barco imerso em breus
Sem ter sequer adeus
Ou mesmo mergulhar
Nas ânsias desta sorte
E tendo o que conforte
Jamais quero viver
Ausência de querer
A vida sem seu norte,
Matando em desprazer.

185

Sentindo teu perfume
Aonde quis deveras
As nossas primaveras
E nelas se resume
A vida que acostume
Além destas esperas
Marcando onde veneras
Em claro e raro lume,
No vento onde se aplaca
A sorte gera a estaca
E firma contra a fúria
Negando o que inda resta
Traçando além da fresta
A vida sem lamúria.

186


Rolando nossa cama
A mansidão aflora
E tudo se decora
Enquanto a vida clama
E bebo desta chama
E nada quero agora
Senão a paz que ancora
O amor quando se trama.
Vencer os medos, pois
E ter além, depois
A plena consciência
Do quanto é necessário
O encanto em tom mais vário
E nele a paciência.

187

Roubando uma alegria
Que tanto quis e agora
Eu sinto vai embora
Ou toma novo dia,
A sorte poderia
Enquanto gesta a flora
Beber o que demora
E gestar fantasia,
Mas tudo sendo assim
Amor início e fim
Da história que redime,
Quem tenta este sublime
Caminho sabe enfim
Do quanto além se estime.

188

Eu quero estar contigo
E nada mais me impede
O amor quando concede
A quem deseja o abrigo
E traz o que se quer
Nas ânsias mais audazes
Assim também me trazes
O rumo e se puder
Saber deste amanhã
E nele ser assim
O manto já se fim
A vida não malsã,
E tendo esta certeza
O amor gerindo a mesa.

189

Dormindo meu cansaço
Nas tantas emoções
E nelas tu me expões
O doce e manso abraço,
Assim a cada traço
Diversas direções
E nelas emoções
Ou mesmo um novo passo
Transcende ao que se quer
E bebo sem sequer
Pensar em seu sabor,
Mas quando se permite
Cenário sem limite
Moldando pelo amor.

190

Prazer que em teu prazer
Transforma plenamente
E quando se apresente
Deixando de saber
O quanto do querer
De nós já se pressente
Ou mesmo quando ausente
A fonte a se tecer
Gerando a claridade
E nisto a sorte invade
E doma o pensamento
No amor eu me fomento
E beijo além do cais
Desejos sensuais.

191

Formando assim nos dois
Caminhos concordantes
E quando me garantes
O tempo no depois
Eu quero e não pergunto
Seguir em consonância
A vida em abundância
Deveras sempre junto
De quem se quis um dia
E tanto também quis
E sendo mais feliz
O mundo mostraria
A fantasia imensa
Que tanto nos compensa.

192

Prazer que nos delira
E traz outro momento
Aonde dessedento
Ausente uma mentira
Ao quanto se prefira
A vida em tal alento
Diverso sentimento
E nele acesa a pira
O corte, a sorte e o medo
O tempo sem segredo
O quanto quero em ti
Viver eternamente
O gozo que apresente
E nele eu me perdi.


193


Suave e tentador
Caminho aonde traço
O rumo passo a passo
E busco neste amor
Vencer com esplendor
E o canto não desfaço
Além do mero abraço
Um raio redentor,
Gerando em luz intensa
O quanto se convença
E vença os mais sombrios
Caminhos onde outrora
A sorte que se ancora
Matava com estios.

194

Quando te vejo, amada,
Em tantas formas sei-o
A fúria sem receio
A luz em alvorada
A sorte desolada
O canto em devaneio,
O amor se tanto alheio
Ou mesmo até no nada,
A força a reação
Inverna-se em verão
Tempesta num estio,
E quando estamos, somos
Diversos e unos gomos
O todo em um recrio.

195

Começo imaginar
O quanto pude outrora
E sem saber se ancora
Ou barco a navegar
O tempo sem notar
E logo vou embora,
Porém quando demora
Vontade de voltar
E sei que na verdade
O quanto nos invade
Traduz a imensidão,
Assim ao ser tão teu
Meu mundo se esqueceu
De rumo e direção.

196

Desnudo tua roupa
O corpo tão bonito
E assim te necessito
O tempo não se poupa,
E quero a cada instante
Um pouco mais além
E quando tanto vem
O mais que se adiante
E vejo em brilho raro
A imensa maravilha
Seguindo cada trilha
No cais distante paro
Enquanto nesta rota
Distância não se nota.

197

Em minha fantasia
Pudesse acreditar
No quanto a te entregar
Bem mais do que podia,
E tento esta utopia
Ou mesmo até tocar
Com olhos, pés o mar
E ver farta alegria
Aonde pude tanto
E agora me agiganto
Teimando em mesma senda
A sanha se repete
No amor que se reflete
E o tempo em paz desvenda.

198

Imagino qualquer sonho
Aonde um dia possa
A sorte que remoça
O tempo onde componho
O verso mais risonho
O mato, o prazo e a roça
A sombra que se acossa
O canto onde me ponho
O peso a plantação
O medo a assombração
E o colo desta que amo
Regaço em bom carinho
Das ânsias me avizinho
Vassalo sou teu amo.

199

Que traz tanta alegria
O olhar abençoando
E pouco se notando
Além do que podia
A noite em sincronia
O peso em contrabando
O risco renegando
O passo onde daria
A paz a praça o banco
Passado não desbanco
E vivo apenas disto,
Do sonho que se guarde
Da vida sem alarde
Do amor aonde insisto.

200

Nos rumos mais divinos
Por onde quis sentir
As tramas do porvir
Ou ritos cristalinos
E sei quantos meninos
Em mim a presumir
Passado que há de vir
Mesmo em dobrar de sinos.
Não tendo outro caminho
Amor eu adivinho
E tento sem descanso
Porquanto sou feliz
Ou mesmo até o quis,
Ao fogo já me lanço.

201

Amor tão infinito
Que posso até tocar
E ver ao deslumbrar
Do quanto necessito
Resumo em prece e rito
Buscando a luz solar
E vejo naufragar
O tempo mais bonito,
Mas quero amar e disto
Jamais enfim desisto
E nada me impedindo
O risco se anuncia
E acerto a pontaria
E em ânsias raras brindo.

202

Vagando nesse mapa
Sem ter qualquer promessa
O tanto se confessa
E nada mais escapa
Levado pelo sonho
Aprendo a direção
E desta embarcação
O cais quero e componho
Cerzindo em mar imenso
Qualquer local, o atol,
O canto em arrebol
O amor que tanto penso
E o risco, o rito e a rima
A voz em paz se prima.

203

Decoro cada rota
E sei do seu perigo
E quando ali prossigo
O medo não se nota
O tempo se denota
E nele estou contigo
Vivendo o que persigo
Caminho não desbota,
Resumo em tanto amor
O parto, o medo e a flor
A senda desejada,
Mal posso
 
Autor
MARCOSLOURES
 
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