Lágrimas de dor,
espelho de minh'alma,
destruida e enfraquecida.
Corrompida por mais um copo de absinto,
que me faça esquecer
todo o mal que por dentro sinto.
O ardor no peito,
restos de um coração despedaçado,
vitima de um amor condenado.
Condenado ao fracasso,
à inglória, ao insucesso...
O desespero por mais um gesto.
Nem que um abraço de espedida,
que me dê uma certa garantia,
um momento de magia.
A renovação da saudade,
a esperança de que nunca acabe.
Recosto-me a um canto,
numa sala vazia,
maior desde que partiste,
enorme desde que sumiste.
Caio na tentação,
álcool percorre a minha garganta seca,
queimando memórias perdidas,
limpando recordações sentidas.
Apodera-se de mim a noite,
voltando apenas na renovação de mais um dia,
numa manhã negra e fria,
que do Inverno emerge sombria.
Pontadas fortes no cérebro...
Quem sou eu? Que fiz eu?
Passado que jaz na memória,
que um dia voltará do esquecimento,
cheio de mágoa e recessentimento.
Mas que por agora está escondida,
à espera do momento certo para o seu renascimento.
Fernando Teixeira