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NADA MAIS NÍTIDO DO QUE O VAZIO. NADA...

 
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Gê Muniz

NADA MAIS NÍTIDO DO QUE O VAZIO. NADA...


Nada mais nítido do que o vazio
Nada...

Nada mais translúcido
Do que o elemento ácido
A corroer a pilastra do aço
(Aço, matéria motriz de todas as guerras)

Sangra, baço, pelas artérias do Paço
Ultrapassa o olhar sobre a rua
Com seus carros imbecis
Que o trespassam
Que se equivalem

Dia após dia
Racham o estuque dos tetos
Ao tremerem o asfalto
Sob seus pneus e buzinas

Ninguém percebe
Que é o movimento inútil
Do vai e vem dos corpos
Que convulsiona a eles próprios

E o teto, como as pernas
[Que vão e voltam (ou não)],
Cairá sobre nossas caveiras quase-pó
No transitar d’um derradeiro auto
Que pés jovens e renascidos,
Nas avenidas, acelerarão

 
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GeMuniz
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Enviado por Tópico
gil de olive
Publicado: 07/02/2011 00:15  Atualizado: 07/02/2011 00:15
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Mensagens: 4838
 Re: NADA MAIS NÍTIDO DO QUE O VAZIO. NADA...
Passando para ler mais um texto de quelidade, e desejar ao bom amigo uma linda semana!


Enviado por Tópico
carolcarolina
Publicado: 07/02/2011 01:15  Atualizado: 07/02/2011 01:15
Colaborador
Usuário desde: 24/01/2010
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Mensagens: 9299
 Re: NADA MAIS NÍTIDO DO QUE O VAZIO. NADA...
Amigo Poeta
Gê!

Puxa vida poeta, esse complicou!
Moral da história, um monte de doidos se exibindo em seus carros.
Não sei se consegui entender, os meninos não se manifestaram
Gostei de ler o que penso ter entendido.
Bjos
Carol