Poemas : 

Cotidiano do Eu

 
Alguma coisa sutil ,quase uma perfídia, parece pairar na brisa do leste.Algum desejo icógnito,até mesmo inconsciente , que se adensa a cada lua.
E eu o sinto como um arrepio frio que me inquieta e me tira o sono.E na escuridão das altas horas, ouço sussurros inteligíveis dos segredos que não me cabem enquanto me perturbam sonhos de vigília obscuros e sem sentido.
Parece que se fecha um cerco ao meu redor e me sinto acuado por grades que não posso ver. Mas posso senti-las ao longe, altas demais para que eu possa transpôr-las e por bem demais fundadas para que eu derrube o que não posso ver.
Isolado e com medo, vou me tornando esquivo e embrutecendo; cada vez mais taciturno, e orgulhoso demais para demonstrar qualquer sinal que denuncie meus anseios.
Agora nada me passa despercebido, guardo cada reminiscência que me possa ser útil no futuro ,que não muito distante e talvez mais breve do que imagino, que acabara por me trazer um embate calculado e metódico a guisa de me dominar. Seria mais fácil matar-me, pois ,o cerco só me instiga a ira que cozinho em fogo brando, enaltecendo com esse banquete, minha alma altiva que construí de mim, para mim e por mim mesmo.


ser feliz é a unica busca que tem algum merito

 
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