Sim, sou a poetisa magistral,
aqui neste verso inteira
e trazendo um bom astral
para a volta da fogueira...
À roda da fogueira abro
a minha alma e deixo sair
um poema de beleza raro
e no céu estrelas a rir...
Entro em um ritmo louco
num atropelo de palavras
e no fim sabe-me a pouco
tudo que sinto deveras...
Ouço os aplausos da gente
que rodeia o fogo bem vivo
e sinto-me eu de repente
e meu eu no amor cativo...
Alguém me rodeia e leva
para uma dança guerreira
e tudo em mim se eleva
e liberto-me na brincadeira...
Os tambores que longe ecoam
sobem de tom num crescendo
e dos céus mil raios riscam
a noite e tudo brilhando...
De seguida trovões furiosos
e todos corremos e vamos
prá gruta de quentes lagos
e depois lá nos banhamos...
Uma banda maluca na gruta
faz-nos dançar até na água
e continuar a guerreira luta
até ao amanhecer sem tégua!
E por lá anda esta mulher
que quer ser humana apenas
e das poesias vir a recolher
a paz em que horas amenas!
«*+*»

«*+*»
Sou fã de mim própria
e por isso não alimento
egos alheios, só o meu,
eh, eh, eh...