Meu pensamento imerso, n'um absorto
E longínquo recordar do passado...
Recorda o Fado, outrora traçado
P'ra mim que hoje não passa d'um aborto.
Que apesar de no ventre seu ter morto
Seu espirito ainda vaga, abraçado
Ao agora, no futuro debruçado,
Procurando em mim seu mui vil conforto.
(Mas Aquele que ao Fado meu deu morte,
Tem poder de reescrever minha Sorte.)
E chora em clamor o meu pensamento...
Seja enviado, ao mar do esquecimento,
Este espirito mau que me atormenta,
Que morte cruel à minha paz dar tenta.
>>>>> Nilton Nascimento
É NO SILENCIO DOS VERSOS, QUE PODEMOS OUVIR O SILENCIOSO GRITO QUE NOSSAS PENAS PINTAM EM PAPEL...
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