Poemas : 

Herdámos as raízes dos versos buliçosos

 
Herdámos as raízes dos versos buliçosos
onde juvenis sorrisos eram planos e largos.

Nesse tempo, os silêncios dormiam acordados
e os cisnes, os cisnes, meu amado,
ainda acreditavam que as penas que viam nos lagos
perfidamente gelados,
eram tão-somente vestes d’anjos viandantes
em erudições ubíquas.

Que o Sol viria, que o Sol se faria dia …
no pleno das emoções.

Todavia, na floresta em que crescemos
os verdes apodreceram em líquenes maculados
quando pássaros confinados às grades do luar -
pássaros de bicos cerrados -, emudeceram
sem regra e sem razão a força do seu cantar.

Herdámos as raízes dos versos turbulentos,
dos estigmas assombrados,
dos arroubos de ginetes enclausurados ...

E o tempo de ser tempo, do luar prosperar
e nos banhar a nudez rubra da pele,
perdeu-se, definitivamente,
nas bainhas de gládios pontiagudos
fundeados na concupiscência magoada do mar.


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Autor
Mel de Carvalho
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/09/2007 23:42  Atualizado: 29/09/2007 23:42
 Re: Herdámos as raízes dos versos buliçosos
Lindo poema, na vida nem tudo o que brilha é ouro, mas é ouro o amor verdadeiro quando existe.
Os cisnes com suas penas brancas, náo sáo amjos, as suas penas sáo os nossos pecados.


Enviado por Tópico
Paulo Afonso Ramos
Publicado: 30/09/2007 07:02  Atualizado: 30/09/2007 07:02
Colaborador
Usuário desde: 14/06/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2080
 Re: Herdámos as raízes dos versos buliçosos
Olá Amiga Mel,

Passei (como sempre passo) por um poema teu e só me ocorreu dizer-te:
Mais Um…
…belo poema
…beijo
O resto já sabes, de tantas vezes o repetir…