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TRECHOS INVOLUÍDOS DE POEMAS FUTURAMENTE ESQUECIDOS - IV

 
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Gê Muniz

TRECHOS INVOLUÍDOS
DE POEMAS FUTURAMENTE ESQUECIDOS - IV


DESTEMIDAS

Só as palavras
d’um poema
não têm medo
de ser outra coisa mais
que não elas mesmas.

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DERROTA

O que molda mesmo um homem são as suas derrotas
(Muito mais ainda o como ele se comporta no dia seguinte)

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FLOR E LICOR

sua prosa
sem pé
nem cabeça

caducava
em poesia
licorosa

ao desabrochar
d’um qualquer botão
de rubra rosa

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CORNUTTO

Não havia surpresa
Fiapo, tripa ou empuxo
Qualquer feitiço de bruxo
Que te trouxesse de volta à mesa

Pior: ainda saíste à francesa
Com aquele farabutto
Ignorando o brazuca cá em tudo
E malgastando tua fleuma inglesa...

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PARA QUEM QUISER ME AJUDAR A CONSTRUIR

Com as pedras que me atirarem erigirei meu cadafalso

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ANTES SÓ E MUITO BEM ACOMPANHADO

Sou parte sólida do simplesmente:
Somente com a solitude faço par

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THE END

Quem chega a um qualquer fim, ao menos nesse fim jamais morre.
Possíveis falecimentos necessariamente localizam-se antes.

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DELIRIUM

Qualquer palavra,
ao se repeti-la muito
em voz alta,
enlouquece.

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NASCE UM ARTISTA

Cometeu sem medo
Inéditos, desconcertantes,
E abissais erros

Moldou de absurdos
Todo um universo
Equivocado e completo

Nasceu assim, artista
Perfeito em cada um
Dos seus defeitos

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AMO BEM POUCA COISA:

o que de fato não existe
e o que se existisse
de amar eu deixaria...

nem mesmo assim
consigo ao menos amar
aquelas coisas ignoradas e arredias

ironicamente amarei
inconsequências selvagens e belas
que me causem flagelo ou estupor...


- Gê Muniz -
 
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GeMuniz
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