[Nenhuma visão apocaliptica nascia]

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.......................
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…
e se o inferno fosse um sitio
frio e gelado
nas profundezas de cada um?
…
e se o inferno existisse mesmo,
e se algumas vidas fossem os infernos?
…
Nenhuma visão apocaliptica nascia,
nem mesmo no horizonte da maré,
[o mastro rangendo, como que anunciando quebrar aos sopros fortes do vento de norte, sustinha uma vela enfunada],
bajulavam-se deuses sem fim,
alguns carnais, outros invenções,
do esforço se falava,
queriam os homens alguma paz,
como se depois da morte,
uma luz revelasse sossego,
perdão da morte, sono talvez.
…
De tantas guerras percorridas,
de tantos amores perdidos,
de tantas ilusões desfeitas,
juntavam-se heróicas cicatrizes,
[que o corpo guardava, quais medalhas, condecorações de sangue sugado a outros, aos mais fracos, alguns indefesos,] e,
do temor pela tempestade,
cantavam escondidos nas núvens
invisiveis anjos e arcanjos nús,
…
a venda da justiça caíra.
…
Nas cartas de amor lidas, relidas,
ficavam os odores da canela, das
flores silvestres,
[restava a lembrança da noite onde o suor dos corpos impregnava a cama de cetim carmesim, labaredas sem faces visiveis],
sem faces visiveis.
…
Renasciam as piedades,as preces,
renascia o medo do além,
teme-se o além-mar.

[ dos sofrimentos deixados para trás em outros corpos que vagueiam sem rumo, se esqueçem os homens, imploram piedade com um sorriso.]

Enviado por	Tópico
visitante	Publicado: 27/01/2012 23:43 Atualizado: 27/01/2012 23:43
	Re: [Nenhuma visão apocaliptica nascia] ÁS DORES DE UMA CARTA DE AMOR, POEMA QUE TRANSMITE UMA IMENSA DESILUSÃO, POEMA ESTA UM ENCANTO, DEIXO MEU ABRAÇO MARTISN

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Tópico

visitante

Publicado: 27/01/2012 23:43 Atualizado: 27/01/2012 23:43

Re: [Nenhuma visão apocaliptica nascia]

ÁS DORES DE UMA CARTA DE AMOR, POEMA QUE TRANSMITE UMA IMENSA DESILUSÃO, POEMA ESTA UM ENCANTO, DEIXO MEU ABRAÇO

MARTISN

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Tópico

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Publicado: 28/01/2012 03:48 Atualizado: 28/01/2012 03:48

Membro de honra

Usuário desde: 02/01/2011

Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)

Mensagens: 3755

Re: [Nenhuma visão apocaliptica nascia] P/ martisns

…
Nas cartas de amor lidas, relidas,
ficavam os odores da canela, das
flores silvestres,
[restava a lembrança da noite onde o suor dos corpos impregnava a cama de cetim carmesim, labaredas sem faces visiveis],
sem faces visiveis.
…

Quem nunca teve cartas de amor, jamais se lembrará dos odores, das lembranças dos sonhos de amor, e das desilusões.

Poeta Amigo, agradeço-te o comentário, as palavras. Obrigado.

Abraço-te

Enviado por	Tópico
VCruz	Publicado: 28/01/2012 14:30 Atualizado: 28/01/2012 14:30
Colaborador Usuário desde: 08/06/2011 Localidade: Mensagens: 678	Re: [Nenhuma visão apocaliptica nascia] "E Se..." Algumas vezes realmente fossemos todos os infernos e nenhum deles? Um limiar apenas onde: "bajulavam-se deuses sem fim, alguns carnais, outros invenções, do esforço se falava, queriam os homens alguma paz, como se depois da morte, uma luz revelasse sossego, perdão da morte, sono talvez." Fico embasbacada com tua capacidade de nos criar imagens, ora celestiais, ora dantescas...tens velas infladas como asas...e nelas sempre navego... Bjss de quem está indo, sem pressa de regressar... Valéria Cruz

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Tópico

VCruz

Publicado: 28/01/2012 14:30 Atualizado: 28/01/2012 14:30

Colaborador

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Localidade:

Mensagens: 678

Re: [Nenhuma visão apocaliptica nascia]

"E Se..."
Algumas vezes realmente fossemos todos os infernos e nenhum deles? Um limiar apenas onde:
"bajulavam-se deuses sem fim,
alguns carnais, outros invenções,
do esforço se falava,
queriam os homens alguma paz,
como se depois da morte,
uma luz revelasse sossego,
perdão da morte, sono talvez."

Fico embasbacada com tua capacidade de nos criar imagens, ora celestiais, ora dantescas...tens velas infladas como asas...e nelas sempre navego...
Bjss de quem está indo, sem pressa de regressar...
Valéria Cruz

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Tópico

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Publicado: 30/01/2012 19:49 Atualizado: 30/01/2012 19:49

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Re: [Nenhuma visão apocaliptica nascia] P/VCruz

Nas cartas de amor lidas, relidas,
ficavam os odores da canela, das
flores silvestres,
[restava a lembrança da noite onde o suor dos corpos impregnava a cama de cetim carmesim, labaredas sem faces visiveis],
sem faces visiveis.

"E se..." a manhã não acordasse os corpos, e na noite eterna construíssemos um sol, para que todas as plantas continuassem o seu ciclo? "E se...", um dia o vento não soprasse, como se velejaria? Das imagens se constroem ora visões apocalípticas, ora paraísos que procuramos entender.
Poetisa que hei-de dizer, que agradeço o teu olhar, o teu sorriso, as tuas palavras, o teu navegar. Obrigado.

Abraço-te

Enviado por	Tópico
visitante	Publicado: 28/01/2012 21:47 Atualizado: 28/01/2012 21:47
	Re: [Nenhuma visão apocaliptica nascia] destaco: e se o inferno fosse um sitio frio e gelado nas profundezas de cada um? … e se o inferno existisse mesmo, e se algumas vidas fossem os infernos? todos temos uma espécie de inferno só nosso... será? a medida com que o consideramos inferno ou menos é também e só nossa. de qualquer forma será sempre desconsiderada pelos demais que acreditam ser o seu o maior de todos... quem tem a poesia fala disso, tudo, e escreve de novo amanhã, mais leve. Bjs.........gosto mais quando nos fazes navegar em palavras de mares de marinheiro do S entir. mas Muito Obrigada.

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Tópico

visitante

Publicado: 28/01/2012 21:47 Atualizado: 28/01/2012 21:47

Re: [Nenhuma visão apocaliptica nascia]

destaco:

e se o inferno fosse um sitio
frio e gelado
nas profundezas de cada um?
…
e se o inferno existisse mesmo,
e se algumas vidas fossem os infernos?

todos temos uma espécie de inferno só nosso... será?
a medida com que o consideramos inferno ou menos é também e só nossa.
de qualquer forma será sempre desconsiderada pelos demais que acreditam ser o seu o maior de todos...

quem tem a poesia fala disso, tudo, e escreve de novo amanhã, mais leve.

Bjs.........gosto mais quando nos fazes navegar em palavras de mares de marinheiro do S entir. mas Muito Obrigada.

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Tópico

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Publicado: 30/01/2012 19:59 Atualizado: 30/01/2012 19:59

Membro de honra

Usuário desde: 02/01/2011

Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)

Mensagens: 3755

Re: [Nenhuma visão apocaliptica nascia] P/ AlmaMater

Renasciam as piedades,as preces,
renascia o medo do além,
teme-se o além-mar.

[ dos sofrimentos deixados para trás em outros corpos que vagueiam sem rumo, se esqueçem os homens, imploram piedade com um sorriso.]

Todos teremos alguns infernos em nós, acredito que sim, alguns tentamos que sejam mais floridos, outros que tenham mais sol, maiores ou menores tentamos exorcizá-los, e amanhã será um outro dia, serão outras palavras, outro navegar, outro sentir. E ainda bem que assim seja.

Poetisa agradeço-te a reflexão, as palavras, dúvidas (minhas também), quem escreve expõe-se, (por vezes dói), pela frontalidade. Muito Obrigada digo eu.

Abraço-te

Enviado por	Tópico
Vania Lopez	Publicado: 29/01/2012 01:29 Atualizado: 29/01/2012 01:29
Membro de honra Usuário desde: 25/01/2009 Localidade: Pouso Alegre - MG Mensagens: 19091	Re: [Nenhuma visão apocaliptica nascia] Um perfeito inferno real... bjs e obrigada.

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Tópico

Vania Lopez

Publicado: 29/01/2012 01:29 Atualizado: 29/01/2012 01:29

Membro de honra

Usuário desde: 25/01/2009

Localidade: Pouso Alegre - MG

Mensagens: 19091

Re: [Nenhuma visão apocaliptica nascia]

Um perfeito inferno real... bjs e obrigada.

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Tópico

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Publicado: 30/01/2012 20:03 Atualizado: 30/01/2012 20:03

Membro de honra

Usuário desde: 02/01/2011

Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)

Mensagens: 3755

Re: [Nenhuma visão apocaliptica nascia] P/Vania Lopez

…
e se o inferno fosse um sitio
frio e gelado
nas profundezas de cada um?
…
e se o inferno existisse mesmo,
e se algumas vidas fossem os infernos?
…
Nenhuma visão apocaliptica nascia,
nem mesmo no horizonte da maré,

Por vezes deixo que a maré me conduza, sem me importar onde irei parar, e nestas viagens desprogramadas, ao sabor do vento, deixo que as visões tomem conta do papel, mesmo as que não me atraem muito.

Poetisa agradeço-te as palavras, o comentário, o olhar. Obrigado.

Abraço-te

	Re: Hainda assim, João Marino Delize 01/05/2025 19:17
	Re: Trabalhador (Decrescendo em homenagem ao dia do traba... Paulo-Galvão 01/05/2025 18:37
	Re: Lampejo / a todos Paulo-Galvão 01/05/2025 18:32
	Re: Viver o presente no passado doutro Upanhaca 01/05/2025 18:27
	Re: melómano Paulo-Galvão 01/05/2025 18:23
	Re: A pena Paulo-Galvão 01/05/2025 18:19
	Re: Nós beijadordeflores 01/05/2025 17:13
	Re: Beijos do beija-flor Upanhaca 01/05/2025 13:56
	Re: Singularidades simples / Paulo-Galvão Beatrix 01/05/2025 13:32
	Re: Lápis / Barbozza Beatrix 01/05/2025 13:29
	Re: Desejo gillesdeferre 01/05/2025 09:48
	Re: Já era uma noite vinda beijadordeflores 01/05/2025 09:08
	Re: Fogo Lento Paulo-Galvão 01/05/2025 07:52
	Re: lareira acesa Paulo-Galvão 01/05/2025 07:46
	Re: Insubmissão Paulo-Galvão 01/05/2025 07:40

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